Capítulo 4

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*****🥀 MENTE e Iras 🖤*****

Acordar após uma noite de bebidas uma atrás da outra não faz mais parte do meu sistema imunológico, me levantei com uma dor de cabeça forte, chateado por ter exagerado e por não ter alcançado Tamara, que agora vejo o quanto está chateada comigo. Me espreguicei, abri a cortina da janela do quarto, o sol me fez fechar os olhos forçadamente e sentindo o chão frio fui até o banheiro deixar que às minhas necessidades fossem por ralo abaixo e em seguida tirar o gosto ruim na boca, como se tivesse bebido a pior bebida do mundo.

Por um instante tive uma ideia, lembrei de um fato: Tamara noutro dia estava no parque passeando com o seu cão e provavelmente hoje por ser domingo ela deve estar lá, é a minha oportunidade de apresentar o meu cão a ela e ver se o seu coração amolece e me perdoa pelo outro dia.

Passei pelo corredor, vi que Fred me esperava na cozinha, seu prato está vazio e como parte do ritual toda manhã eu coloco a sua ração com um agradinho, que por incrível que pareça é um agradinho que ele se acostumou e não dá para tirar. Depositei a ração suficiente e o agrado foi bem vantajoso.

- Hoje o senhor vai me ajudar a fazer um pedido de desculpa para uma mulher! - Falei acariciando suas orelhas compridas e peludas.

O parque Ibirapuera é um campo perto de casa, então se formos à pé alcançamos rapidamente o local, coloquei um short com uma camiseta regata demonstrando a minha tatuagem no ombro/costas e o melhor tênis para corrida que me levou até aquele enorme parque.

- Tomara que eu a encontre nessa multidão! - Pensei em voz alta. Fred me olhou sem saber de quem se tratava.

Primeiro que Fred agradece por estar passeando e sentindo novos ares, refresco a minha cabeça, deixando que a dor se vá depois de tomar um analgésico, com os óculos escuros não deixei que o sol quente e luminoso me impedisse de procurar Tamara. Por sorte, eu poderia encontrá-la em instantes, ou não, pois realmente o dia está agradável e não sou o único com seu cão, não sou único a correr e quando dei por mim, quase deixo que um ciclista me atropele. Por pouco saí da pista de ciclismo e me joguei no gramado, não xinguei porque de fato estava no indevido lugar, mas estar ali no chão, enraivecido, me fez ter uma visão panorâmica do campo, foi então que avistei a figura feminina que tive a sorte de encontrar.

Limpei as mãos por causa do gramado no qual as coloquei, chamei Fred ao lado e caminhei rapidamente de encontro com Tamara, que de costa, com a cabeça baixa demonstrava estar digitando em seu celular, confiante toquei os seus ombros e disse:

- Thanram! - Precisava ser simpático, mostrar estar arrependido, mas não para uma desconhecida que tem a mesma postura e o cabelo de Tamara. Senti o rosto ruborizar e o jeito sem graça começar a reagir.

- Sinto muito moça, eu achei que era outra mulher.

- Se quiser eu posso ser ela... - Sorri em forma de agradecimento, meu dia hoje não é para paquerar e nem mesmo trocar palavras com uma desconhecida, ainda mais que da última vez eu falhei em não demonstrar interesse.

Caminhar mais alguns instantes e ver que o meu plano falhou foi uma briga com a minha mente, discuti comigo mesmo, não podia deixar de pelo menos encontrar ela e pedir desculpas, quero perder esse peso na consciência que de vez em quando me aflige.

No bolso senti que o celular vibrou.

- Alô, não estou em casa Léo. Eu estou no Ibirapuera. - Enquanto o aguardava responder olhava em volta. - Então eu te espero aqui, vou estar perto da pista de patins, estou com o Fred. Não vai adiantar do que se trata? - ... - Ok, corre logo mocorongo!

Leonardo tem a mesma idade que a minha, desde criança somos grandes amigos, morávamos na mesma rua e ainda recordo como se fosse ontem as tampas do dedão que perdemos jogando futebol, as bolinhas de gude que ele roubava ou as figurinhas que cuspia na mão para trapacear. Nos distanciamos, mas de alguns anos até agora estamos juntos novamente; de quarta ele passa lá em casa ou vou na dele para assistirmos o jogo, aos domingos fazemos o nosso churrasco, tomamos uma cerveja, assistimos jogos e talvez emendamos para um filme de ação, que é seu gênero favorito. Mas hoje, como estou interessado em outros objetivos, saí de casa sem avisar e com a notícia não podia deixar de ouvir, em alguns minutos ele estava no encontro que combinamos, com seu boné azul desbotado.

- Fala aí maromba, tudo nas ordens? - Sempre ri de mim, que frequento academia de segunda à sexta e tenho bíceps maior do que os dele que tem mais tempo de treino que o meu.

- Sem enrolação, já me fez esperar, falou que não podia dizer por telefone, agora desembucha.

- Ah cara, para! Primeiro me fala, você está bem? Com ressaca de ontem? Por que na boa, tu bebeste demais.

- Mano, eu bebi demais da conta, não sei onde estava com a cabeça. Mas, estou melhor. - Afirmei.

- Jeff, toma esse papel de presente de aniversário adiantado. - Do seu bolso ele tirou um papel A4 dobrado três vezes.

Quando abri a folha e li um endereço indaguei do que se tratava.

- Esse é o endereço da mina que você havia me falado, o papai aqui é hacker de primeiro mundo, sei o endereço e um pouco mais. Mas, acho que o endereço da escola que ela trabalha já está bom, não é? - Ele soca meu ombro.

- Putz mano, salvou meu domingo! Fico devendo essa para você. - Guardo no bolso. - Vamos, vou pagar uma rodada de cerveja para nós, tirar essa ressaca...

Realmente ele fez o dever de casa sem me consultar. Acertou em cheio, ele viu que a noite passada havia me deixado abatido.

*****🥀 MENTE e Iras 🖤*****

Olá minhas mentes, deixo vocês aqui com mais dois capítulos desse novo romance. Espero que curtem e possamos conversar sobre ele.
Não esquecem de deixar um like🏅 e tenham todos um ótimo domingo, até quarta com um novo capítulo. 😉

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