Capítulo 16

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*****🥀 MENTE e Iras 🖤*****

Sábado do trabalho voluntário em arrecadação para o - Lar Amigos Para Sempre- , estamos Leonardo e eu na frente de um dos supermercados mais movimentados da redondeza, como caridade pedimos aos clientes que ajudem com alguns alimentos perecíveis.

Com uma camiseta personalizada com o nome da instituição, passamos veracidade aos olhos de quem sente poder ajudar. Nesse tempo em que acolhemos a arrecadação, Léo indaga.

- E aí, me fala como está a conciliação do seu novo emprego e às aulas?

- Está tranquilo. Até porque não mudou muito do último emprego. - Um homem estende um pacote de feijão. - Muito obrigado.

- Até agora você não mencionou nenhuma palavra sobre o emprego, está gostando, tem contato com o tal dono?

- Cara, nem parece que eu mudei de construtora, os procedimentos estão inigualáveis, até mesmo as obras parecem ser semelhantes. O único evento louco que ocorreu essa semana, foi do meu superior me pedir conselhos amorosos, assim do nada.

Senti um soco no braço.

- Garanhão! Virou Guru do amor e não estou sabendo?

- Nada a ver, o cara só sentiu confiança em desabafar comigo e isso de alguma forma me deu uma chance de permanecer na empresa. Se eu tenho que o ajudar para permanecer lá, farei tudo possível.

- Interessante. - Chegaram vários pacotes de bolachas. - Muito obrigado, minha senhora. - Léo depositou sobre a caixa. - E, Tamara, como vocês estão?

- Estamos indo com calma, ela parece mais confiante, temos falado tão pouco. Primeiro porque ela é difícil de ter um horário para nós, outra que ela não é de mensagens pelo celular. Então complica.

Uma mulher da minha altura, loura, dos olhos azuis sedutores e com um sorriso alarmante se aproxima de nós dois, mas a sua fala é dirigida até mim.

- Boa tarde, essas arrecadações são para o orfanato, correto?

- Sim, isso mesmo. - Responde Leonardo por mim. E mesmo assim ela não desviou o olhar dos meus. - Por que?

- Eu sou formada em pedagogia e gostaria de fazer um trabalho voluntário com você. - Sua mão tocou o meu braço e o seu jogo de sedução não iria terminar tão cedo.

- Agradecemos a sua oportunidade, a sua ambição, mas não precisamos de mais ninguém nesse momento. Até porque eu acho injusto somente esse lar ter apoio. Nesta cidade grande tem muitos lares que precisam de alguém como você. Então, sugiro que procure outras. Agradecemos mesmo.

Fui reto e direto no dispensar.

- Mas se precisar, pode contar comigo. Dou aulas no ensino infantil a duas quadras daqui. - Com cinismo ela piscou e se distanciou sem deixar os olhos desfocarem dos meus.

- O que foi isso, Jeff?

Leonardo levantou o tom da voz, uma indagação perplexa.

- Ela estava se atirando, jamais ajudaria nós dois. Só atrapalharia.

- Cara, eu não posso acreditar no que estou vendo.

Leonardo sorri de desespero.

- Pára Leonardo, não chega a ser tanto.

- Tanto? Cara, você se apaixonou pela Tamara. Se-Apai-xo-nou.

- Qual o problema nisso?

Indaguei irritado com a sua performance de um amigo importuno.

- Nenhum. Nenhum mesmo, não está aqui quem falou. - Houve um momento de pausa, não trocamos mais palavras, nem olhar. - Poderia pelo menos ter me apresentado para a amiga loira agora a pouco.

- Ela estava do seu lado mané. Você poderia ter puxado assunto com ela, não sou seu babá e muito menos seu guru amoroso.

- Obrigado por avisar!

Precisei respirar fundo e esquecer o episódio, ele é meu amigo e sempre me ajudou.

- Me desculpa pelo jeito que falei. Sabe como esse assunto me deixa nervoso.

- Relaxa, te entendo. Às vezes sou chato e impertinente.

Finalizamos aquela tarde com duas caixas lotadas de arrecadações, abandonamos as desavenças e fomos beber uma gelada para comemorar a vitória e do dia produtivo. Mas no intervalo do bar para a casa fui surpreendido com uma mensagem inesperada de Tamara.

- Precisode você, tem como vir até a minha casa?

*****🥀 MENTE e Iras 🖤*****

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