Capítulo 8

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*****🥀 MENTE e Iras 🖤*****

- Exatamente...

No bar perto de casa eu e Leonardo aproveita um chopp em uma tarde de domingo.

- Então essa é sua chance de entrar na A.U, melhor que ter que ir para Vitória! - Risos.

- Mas não é só isso Léo, eu notei que ela gosta de mim. Parceiro, ela mudou o jeito de falar, me acaricia, tenta me ajudar...

- Mas já se beijaram, fizeram...? - Ele articula com as duas mãos a mímica de sexo.

- Não, não tem que sair atropelando tudo, primeiro jogo o meu charme, mostro ser cavalheiro, um homem de respeito e depois vamos para o segundo passo, até parece que não entende como o papai aqui trabalha.

- Só sei que ela não é qualquer mulher que você pega por aí... - Léo leva o chopp até a boca.

- Exatamente, ela não é qualquer mulher, por isso mesmo que eu tenho que dar valor, ser cauteloso, temos que lapidar, você entende, não é?

Rimos juntos.

Desde o nosso almoço de sábado não trocamos mais nenhuma palavra, por mais que eu tentasse entrar em contato via mensagem ela não me respondeu. Desde o bom dia até o boa noite, o e-mail com o currículo, nenhum deles eu tive respostas e até entendo que ela seja uma mulher atarefada e importante, mas de alguma forma esperava resposta.

Quando coloquei a minha cabeça no travesseiro e prestes a desligar a luz do abajur, o celular na escrivaninha ao lado vibrou, não é uma mensagem e sim uma chamada, senti os olhos estalarem notando que no visor identifica como Tamara.

- Alô!

- Te acordei?

- Não, estava lendo. - Menti.

- Sei que está tarde, mas precisava te ver, conversar com você!

Suas palavras saíram pausadamente, como se estivesse com receio em dizê-las, o som como murmúrio e a voz de alguém que não estava bem.

- Claro, nos encontramos sim, onde?

- Vou te mandar a localização pelo celular, nos vemos em instantes...

Ligação finalizada e indagações surgiram em um atropelamento, até que foram interrompidas por uma mensagem. Avenida Ipiranga.

Coloquei uma calça jeans, uma camiseta branca e a jaqueta por cima, deixei tudo como estava e fui de táxi ao local combinado. Dei as únicas notas que estavam na carteira.

- Pode ficar com o troco, muito obrigado. - Antes mesmo de começar a responder as minhas próprias perguntas de onde exatamente nos encontraria, aquele rosto angelical em forma de mulher veio ao meu encontro, seu sorriso meigo estava tão próximo que o seu rosto encontrou no meu e os seus braços esbeltos me laçaram, fiquei mais intrigado que o normal, não sabia ao certo o que estava acontecendo, então como ato afetivo retribuí o carinho e a abracei apertado, foi nesse instante que a sua respiração ficou alterada e senti uma lágrima tocar a minha nuca. Uma de suas mãos enxugou o rosto e quando ela sentiu que estava bem me olhou com o sorriso e completou.

- Vamos, venha comigo!

Sua mão puxou para dentro do Edifício Itália, um dos maiores de São Paulo, quando estávamos na entrada ela foi em direção ao balcão do porteiro, o agradeceu, entregou uma garrafa de vinho que provavelmente ele aguardava que ela retirasse. Em um dos elevadores já aberto, entramos. Com o olhar de mulher perigosa apertou o botão o último andar e me perguntou pelas costas.

- Está com medo, Jeffinho? - Perguntou como se às suas palavras me fizessem esquecer o episódio na calçada.

- Não! Amo surpresas. - Exclamo.

Mente e IrasOnde histórias criam vida. Descubra agora