Capítulo 21

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*****🥀 MENTE e Iras 🖤*****

Faltando algumas semanas para o grande concerto de orquestra sinfônica do ano, fico orgulhosa com os outdoors eletrônicos, panfletos e noticiários no canal regional anunciando o grande evento, e como a principal empresa patrocinadora eles colocaram o meu rosto em várias revistas, tanto que essa semana eu teria a minha terceira entrevista.

Com uma agenda lotada de compromisso me vejo em uma enrascada ao perceber que a gripe veio para ficar, justo quando estou de frente com muitas pessoas importantes para a minha carreira. Mais uma vez assoei as narinas. Sozinha dentro do carro falo para os quatro cantos que isso é culpa do frio e do calor que estão colidindo e não decidem quem vai ficar.

Celular toca.

- Alô... Oi meu amor, estou chegando agora no serviço. - Com o fone no ouvido, dirijo e continuo a conversar com Jeff. - A entrevista é antes do final de semana... Não esqueci da nossa viagem... Amor, vou desligar, tem alguém na linha, mais tarde nos falamos. - Desliguei a ligação de Jefferson e atendi outra de um número desconhecido. - Alô... Sim, é ela. - Uma voz autoritária e formal falava comigo. - Novas provas?... Tudo bem, pode ser na parte da tarde?

A delegacia depois de todo esse tempo solicitou à minha presença para confirmar alguns dados, pois obtiveram novas provas referente ao dia em que assaltaram a escola. Um incidente que havia até esquecido.

Mesmo tendo um dia muito atarefado e com as narinas entupidas, eu, pessoalmente, devia comparecer à delegacia. Por um lado, estava curiosa para saber mais detalhes do dia que havia esquecido.

- Boa tarde, senhora Lima. - Um senhor de meia idade, com colete, bigode, barriga de cerveja e robusto, me cumprimentou. - Sou o delegado Martins e como havia dito por telefone, por incrível que pareça, foram encontradas novas provas sobre o dia que ocorreu o incidente no seu estabelecimento. - Da gaveta ao seu lado ele retira algumas fotos. - A senhora reconhece esse homem da foto?

Exposto na mesa à minha frente, aquele delegado colocou quatro fotos, todas elas tirada de uma câmera comercial de um ângulo desproporcional, mas de todas elas, somente uma estava nítida.

- Reconhece?

- Sinto muito, mas não conheço essa pessoa.

Eu realmente nunca havia visto aquele homem na minha vida, isso porque suspeitava desde o início que aquilo tudo foi armação do Ulisses. Mas, isso não retira a suspeita que tenho sobre ele.

- Senhor, provavelmente isso é armação de alguém que eu conheça, e usou esse homem.

Na foto o homem usava uma blusa moletom com capuz que escondia o rosto parcialmente.

- Claro. A senhora suspeita de alguém?

- Não! - Neguei com incerteza. Não sei se era certo citar nomes, até porque eu não tinha provas, ele mesmo me disse que não foi ele. - Só falei, pois eu conheço muitas pessoas e isso pode ser alguma armação de alguém.

- Claro. Não tiro a sua razão. Por isso vamos continuar a averiguar a possibilidade de encontrar esse suspeito. - O seu celular toca. - Licença, terei que atender. Um minuto.

Enquanto o delegado troca palavras árduas com alguém do outro lado da linha, eu aproveito a sua distração e com o celular eu fotografo uma das fotos nítida. Talvez ela possa ser mais útil comigo do que na mão das autoridades.

Esperei terminar a conversa dele ao celular e afirmei mais uma vez em não conhecer o malfeitor da foto. Nos despedimos e presumi que minha tarde havia sido perdida por um contratempo inesperado e inoportuno.

Mente e IrasOnde histórias criam vida. Descubra agora