A Filha do Comandante

Capítulo 3.

Já havíamos terminado de arrumar todas as minhas coisas. Tomei um banho demorado e naquele momento, Melanie procurava uma roupa que combinasse com o ambiente, já que eu não tinha idéia de onde íamos. Fiz uma maquiagem básica e arrumei o cabelo. Quando ela finalmente decidiu o que eu vestiria, já batiam na porta a nossa espera. Vesti rapidamente e peguei meu celular, não esquecendo antes, de colocar o colar da caixinha em volta do pescoço.

Melanie havia fugido da minha pergunta da pior maneira possível. Inventou que alguém estava a chamando sendo que não havia absolutamente ninguém na casa. Quando retornou, fingi não lembrar mais do assunto e conversamos sobre coisas aleatórias que não envolviam o passado.

De fato, eu estava extremamente curiosa sobre o motimo de me esconderam tantos fatos sobre mim, mas eu descobriria tudo, nem que eu tivesse que passar por cima de todos.

Saímos lado a lado, junto a Breno que trancava toda a casa. Dois carros estavam parados em frente a casa, e em frente a um dos carros, mamãe e Nando conversavam baixo sobre algum assunto.

- Agora vamos logo que já estamos atrasados! - Nando diz cortando o assunto com Laryssa assim que percebe minha presença.

Melanie vai em direção ao carro e a fito confusa. Aproveito que Breno ainda fechava a porta e me viro em sua direção.

- A Mell não deixou o carro dela aqui na porta? - pergunto.

- Minha mãe não tem carro.

- Mas e...

- Ela rouba o do Thyago de vez em quando. - responde minha pergunta não feita.

Entro no carro junto aos outros e cumprimento Matheus, o qual eu não via a algum tempo.

- Caralho, guria. Tu não cresce mais não?

- Eu já tenho dezoito anos, Matheus. É óbvio que não.

- Mas tu tá com essa altura desde os dez anos. Parece uma anã.

- Deixa a menina. - Mamãe manda.

- Obrigada, mãe. - agradeço.

- Ela deve ter tido aquele problema de crescimento. - E ri junto a Matheus. Reviro os olhos e fecho o semblante.

Conversas aleatórias são feitas por todo o caminho. Paramos então, em frente a praia, a qual não havia tanto movimento.

Descemos do carro e caminhamos até próximo ao mar, onde algumas pessoas já se encontravam.

- Você amava esse lugar. Sempre me pedia pra vir te trazer. - Mamãe conta, seus olhos brilhavam parecendo lembrar de ótimos momentos.

Olho ao redor e vejo muitas pessoas que há muito tempo eu não tinha notícias, enquanto outras eu nem sequer conhecia.

- Aysha, meu amor! - Tia Letícia vem em minha direção com os braços abertos. - Que saudade, pequenina. Necessitamos fazer umas comprinhas juntas pra relembrar a época. - Leh mantinha um sorriso aberto enquanto dizia.

- Leh como sempre já pensando em gastar o meu dinheiro. - Lehandro comenta fingindo desgosto.

- Ignorando meu tio, qualquer dia a gente marca. - respondo.

- Aliás Aysha, quando cê vai? Tenho que saber quando tempo eu tenho pra te levar em todos os bailes possíveis. - Luke pergunta.

- Quero tu a dez metros de distância dessa menina. - Lucas repreende.

- Pode deixar que eu me cuido. E não sei bem quanto tempo, mas tô sempre disponível.

- Gostei dessa mina. Diferente da Lua que só sabe encher a porra do saco. - Luke provoca.