Capítulo 4.

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Saio da casa animada, e Melanie continuava preocupada, enquanto Nando apenas falava sem parar.

Ele abre a caminhonete estacionada em frente a casa e entra, me fazendo acompanha-lo em seguida.

- De quem é esse carro? - pergunto.

- Digamos que eu tenha pegado emprestado de Lehandro a um tempinho. - ri explicando.

- E com esse "tempinho", ele quer dizer a quinze anos atrás. - Melanie complementa.

- E como meu tio ainda não te matou? 

- Não sei se você sabe mas Lehandro tem uma péssima memória. Agora voltando ao assunto principal... - ele encara Melanie. - pra onde vamos?

- Vidigal.

- Você tá louca? - dizemos em uníssono.

- Pedro é o único que pode ter alguma pista. Agora se não querem arriscar o problema já não é meu.

- Deixa eu te lembrar que a porra daquele garoto tá atrás de vingança por terem matado o pai dele. E adivinha quem matou? Hum... Nosso querido Vitor. - Nando rebate.

Suspiro frustrada.

- É aí que está, Nandinho. Se Pedro está atrás de vingança, ele deve saber muito bem quem foi o culpado pela morte do Marcos, e se ele sabe, ele tá a muito tempo atrás do nosso querido Vitor.

- Qual a probabilidade do Vitor tá vivo? - pergunto já impaciente com tanta discussão.

- 70%. - Nando responde.

- 0,1% - Melanie fala por cima.

Arqueio a sobrancelha e espero por uma resposta mais complexa.

- Não sabemos dizer. É complicado, Aysha. Seu irmãozinho sabe se virar mas é mais idiota do que você pode imaginar. - Melanie explica.

- "Irmãozinho." - Nando enfatiza rindo em seguida e revirando os olhos.

- Olha, só vamos.

O carro dá a partida e por todo o caminho, nenhuma palavra é dita. Ao chegarmos, Nando estaciona o carro a alguns metros de distância e assim, caminhamos até a entrada.

- Qualé dondoca? - o vapor pergunta à Melanie.

- preciso falar com o chefe de vocês.

- Iih, tá de tiração?

- Pedro tá aí ou não? - Mell corta, indo direto ao assunto.

- Se ele tá ou não, não é coisa pro teu bico. O chefe não tá recebendo visita. Vaza! - o outro vapor diz se aproximando.

- Melanie? - a chamo e ela me encara, parecendo irritada. - Deixa isso quieto... Vamos embora. - digo e retorno para o carro.

- Ei menina! - o vapor chama. Arqueio a sobrancelha e espero ele continuar. - Se tu tá tão interessada em falar com o chefe, chega aqui às nove que tem baile hoje.

- Obrigada. - Assinto e então, entro no carro.

- Isso foi estranho. - Nando comenta. - Não concorda? - pergunta assim que Melanie entra no carro.

- Estranho por qual motivo? - indago confusa.

- Por que raios ele chamou você ao invés de simplesmente ter dito à Melanie, a qual estava bem a frente dele?

- Eu não faço a mínima idéia. Eu só preciso vir aqui. - digo.

- Não posso vir aqui nem morto de noite.

A Filha do ComandanteOnde histórias criam vida. Descubra agora