Capítulo 15.

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Minha mente girava. Não acreditava no que estava acontecendo. Não acreditava na outra mentira em que eu havia caído.

- Porra Vitor, como tu conta pra ela? Vou me foder geral se a guria abrir a boca. - Menor pigarreou, visivelmente irritado.

- Relaxa aí, mano. Ela não vai dizer nada. - Vitor assegura.

- Como tu tem tanta certeza? Tem mais de quê...? Quinze anos? - ele passa a mão no rosto. - Acorda, caralho!

- Cala a boca, porra. - Vitor grita e Menor cala instantaneamente. - Tu não pode dizer nada sobre isso, tá entendendo? - Vitor se refere à mim.

- Não vou falar nada.

A nova informação não entrava na minha cabeça. Era inacreditável que o vapor que Pedro mais confiava, era na verdade, um x9 de Vitor. Sim, caramba. A MERDA DE UM X9.

Respirei fundo assimilando o que acabara de acontecer.

- Como você consegue confiar nessa mina? - Menor olha fixamente para Vitor, tentando entender aquilo que acabara de perguntar. Percebendo que a resposta não viria, ele continua. - Ela dormiu com o Pedro, cara, sai dessa. A tua confiança nessa guria vai foder não só você como eu também, e parabéns, tu conseguiu foder com tudo. Aqui eu não fico mais.

Vitor retornou seu olhar para mim, e dessa vez, foi incapaz de sustentar.

"Ela dormiu com o Pedro, cara."

Essa frase ecoava na minha mente, trazendo aquele maldito sentimento de culpa. Tive certeza que  não ecoava só na minha mente quando ele virou de costas, pronto para novamente ir embora.

- Não espere que eu apareça de novo. - disse frio, acompanhando Menor em seus rápidos passos.

- Vitor...? - chamo, como um pedido para que não fizesse aquilo que pretendia.

- Adeus Aysha. - e então ele desaparece em um beco qualquer, me deixando novamente com o coração despedaçado. Lágrimas percorreram meu rosto e eu as sequei de modo instantâneo, não me deixando chegar naquele estado novamente por culpa dele.

Mordi o lábio inferior e respirei fundo, tentando manter dentro de mim o turbilhão de emoções. Precisei de Diego ali, precisei estar nos braços de qualquer pessoa que pudesse, sem falhas, me confortar.

Sem previsão e sem retorno, eu o deixei que entrasse na minha vida para fazer todo o seu próprio caos, e como esperado, ele me deixou assim que a tempestade se intensificou.

- Aysha? - meu nome ecoou pela rua deserta e olhei na direção no mesmo instante. - Você tá bem? Vem, vamos ir embora. - Pedro segurou minha cintura indo até o veículo estacionado ali próximo.

- Pode ficar, não tem problema.

- Não começa, não vou ficar aqui enquanto você tá toda estranha.

Entrei no carro e deitei a cabeça na janela, tentando acalmar o furacão dentro de mim. Fomos até sua casa em um silêncio desagradável, ele parecia saber o que havia acontecido, e eu me sentia estranhamente triste por isso.

- Eu... Eu preciso falar com a Lua. - digo incerta.

- Vou mandar Menor buscar ela. - disse assim que estacionou o carro em frente à casa.

Assenti e desci do veículo, abri o portão e entrei sem esperar por Pedro.

****

- Se fingir de forte é a melhor maneira de sobreviver ao caos. - falo sentindo os dedos de Lua adentrarem os fios dos meus cabelos. Estava com a cabeça deitada no colo da mesma enquanto conversávamos.

A Filha do ComandanteOnde histórias criam vida. Descubra agora