Capítulo 13.

781 56 3
                                    

{Maratona (4/5)}

Diferentemente do final das novelas, filmes e livros, o meu final não parecia ser certeiro ou feliz.

Allan havia chegado, estava em um hotel próximo daqui e a única coisa que eu podia fazer era bufar de raiva, desespero e frustração.

Não queria voltar e muito menos me despedir. Eu queria continuar presa nesse meu próprio mundo com todos esses meus problemas.

Caminhei pelo quarto em círculos. Não adiantava fugir, até mesmo porque não havia lugar para se esconder.

Ouvi meu celular vibrar e o peguei de modo rápido abrindo a mensagem em seguida, implorando para que fosse de Diego dizendo que papai decidiu me deixar ficar.

" fazendo o quê?" - O visor indicara o contato de Pedro, o qual eu havia salvado há poucos dias. Suspirei sentindo minhas esperanças indo por água abaixo.

"Arrumando minhas coisas para ir embora." - digito e envio.

"Tá brincando?" - a resposta é imediata.

"Não, idiota. Vou em duas horas. Meu pai veio me buscar."

"E você quer ir?" - penso antes de digitar a resposta.

"Não, mas não escolha. Até um dia ai."

"Até."

Senti aquela resposta afetar algo dentro de mim. O que raios você esperava? Que ele viesse te buscar em uma cavalo branco? Menos sonhos infantis, Aysha.

Coloquei meus pertences dentro da mala de modo organizado e arrumei todo o quarto. Tomei um banho demorado sentindo cada gota levar consigo o que tinha dentro de mim. Não queria voltar, não queria fingir que tudo o que descobri e tudo que vivi foi apenas algo tão pequeno quanto as outras histórias que são contadas em uma sala de aula quando os professores perguntam o que fizemos nas férias, isso se eu ainda estivesse estudando.

Esse era um outro percurso que eu não sabia dirigir. Não sabia para onde iria ou o que faria da vida, esse era um problema o qual eu provavelmente deveria solucionar quando eu voltasse das minhas "férias".

Escovei os dentes, vesti uma legging preta com uma camiseta confortável e calcei um tênis. Arrumei os cabelos e passei rimel para finalizar.

Puxei a mala em direção a cozinha e encarei Melanie que me olhava de forma triste.

- Queria você pra sempre comigo aqui. - disse abrindo os braços. Abracei de modo apertado e logo pude sentir três outros corpos nos rodearem em um abraço coletivo.

- Vou sentir sua falta. - disse nos soltando e observando os três intrusos, despedindo deles em seguida.

Lua segurava o choro, Breno continuava com sua cara fechada e Luke tinha um sorriso aberto no rosto.

- Vou me livrar de você, uhu! - fingiu comemoração.

- Também vou sentir falta das suas caronas, Luke... Mas relaxa, logo volto. - digo ainda incerta.

A Filha do ComandanteOnde histórias criam vida. Descubra agora