Capítulo 27

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- É hoje a noite, Aysha. - Luís avisou antes de fechar a porta.

- Espera! - pedi e ele voltou a abrir. - Como vou sair daqui?

- Aysha... Me escuta! Tem uma coisa que você não sabe. - Luís iniciou com um tom preocupado.

- O quê?

- Vitor não tem a total culpa disso. Sim, ele se envolveu nessa porcalheira com Verônica em troca que cuidassem de você por ele, mas depois que você apareceu na vida dele, Vitor mandou ela se afastar e não tentar nada.

- Espera! Você tá dizendo que...

- Verônica ficou com fogo nos olhos e não aceitou. - continuou.

- Aonde quer chegar com isso?

- Quero dizer pra você que há muita coisa que você não sabe. Aysha, se Vitor se aproximar dessa casa, ele tá fodido.

- Explica isso direito, Luís. Você tá me assustando.

- O que eu quero dizer é que isso é uma cilada. Tanto pra Vitor quanto pra pessoa que te envolveu nisso.

- Que pessoa?

- Aysha...

- Que pessoa, Luís?

- Allan Cooper. O seu pai te colocou como alvo pra conseguir o que queria. Ele não poderia invadir o seu celular e nem entrar em qualquer sistema de dado seu se não houvesse um motivo. Então ele fez um acordo com Verônica pra que ela ficasse com você por uns dias e aí quando Vitor fosse te procurar... Porque puta merda, é óbvio que esse cara vai vir e te achar, nem que seja no fim do mundo ou na porta do inferno, ele sempre vai tentar te proteger... - ele respira fundo antes de continuar - ...agora, Vitor está vindo e a polícia espera por ele há poucos metros daqui.

- Você tá dizendo que isso tudo era pra prender o Vitor?

- Aysha, preste atenção no que eu tô te falando. Ele jamais vai aceitar ser preso. Ou ele desaparece daqui, ou ele morre. - diz em um tom nervoso.

Sinto meu coração diminuir e logo sinto as lágrimas percorrerem meu rosto. Não estava pronta para isso. Não estava pronta para novamente ser enrolada em um poço de mentiras. Meu subconsciente me levou até a imagem de Vitor com uma bala no peito e logo aquilo me atingiu de forma brusca. Por alguns segundos, perdi meus sentidos, perdi meus movimentos, perdi a força do meu corpo e logo senti os braços de Luís rodearem meu corpo em um abraço torto.

- Há muitas chances disso der errado, mas você não pode desistir. Você precisa sair daqui. Entendeu?

- Eu não posso...

- Sim. Você pode. Descanse o máximo possível hoje que quando for a hora eu te aviso.

****

Acordo com o coração acelerado. Lágrimas pediam para sair enquanto o oxigênio ia embora. Estava no fim da tarde e eu havia decidido tirar o dia para dormir a pedido de Luís.

O desespero invade meu subconsciente enquanto corro até a porta e começo a bater sem parar. Verônica estava em casa, eu sabia disso, mas precisava de ar. Minutos depois da minha insistência a porta é aberta de uma vez pela ruiva.

- O que você quer, garota?

Não consigo responder, minha cabeça gira e a ansiedade toma conta do meu pulmão.

Logo vejo Luís andar apressado pelo corredor. Ele entra sem pensar duas vezes e segura meus pulsos, me direcionando a ele.

- Acalma e respira fundo.

A Filha do ComandanteOnde histórias criam vida. Descubra agora