2- Irmãos Ramirez

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Depois do nosso "diálogo" com a adolescente, cujo nome Lizzy, minha esposa decidiu que deveríamos adotar a garota. Passamos uma noite todinha conversando sobre tal assunto.

Na manhã seguinte Callie foi para o trabalho e eu fiquei em casa editando algumas fotos. Foi um dia produtivo, e fiquei pensando muito sobre aquela garota. Liguei para Callie e pedi para que a mesma me encontra-se no lar de crianças carentes as três da tarde.

Às três e cinco da tarde estavamos na sala de Carmen conversando sobre o pedido temporário da guarda de Lizzy . Descobrimos que a garota tinha apenas quinze anos e já passou por vários lares temporários desde que sua mãe foi presa. quando Carmen contou sobre a menina ser latina, os olhos de Callie brilharam, sua mão apertou a minha por debaixo da mesa.

- Lizzy tem dois irmãos. Lola e Gael.

- Espera, ela tem irmãos? -perguntei o óbvio.

- Sim, e eu acho que ela não vai querer ir sem eles. Quando se tem irmãos no lar de adoção não costumamos separá-los, mas se vocês quiserem levar só a garota. Esses são Gael e Lola.

A senhora de pele negra e cabelos lisos empurrou as fotos no garotos em nossas direção. Eles eram fofos, suas carinhas diziam:Nos dão um lar.

- Isso é golpe baixo -disse Callie pegando as fotos na mão.

- Vamos ficar com os três -eu disse rapidamente. Eu não seria cruel em separar os irmãos, eu sei o quanto deve ser difícil serem criados de lar em lar, e terem um ao outro é uma razão para lutarem todos os dias.

Callie apenas concordou com um leve aceno de cabeça.

- Ótimo. Os irmãos Ramirez estão em um lar temporário de pessoas que recebem para isso. Vocês podem fazer uma visita para eles na quinta de manhã.

Assentimos... Carmen nos explicou a condição das crianças, e que eles ficariam com nós por um período de adaptação, nada era concreto ainda até o nosso caso recorrer ao juiz.

Saímos de lá feliz, e apreensivas ao mesmo tempo.

- Pasión, você acha uma boa idéia adotar os três de uma vez? perguntou a morena pondo o cinto.

- Daremos conta, amor -beijei sua bochecha, fazendo a latina sorrir abertamente.

Linda, simplesmente linda.

Não demoramos a chegar em casa, fizemos algo rápido para comer enquanto falávamos sobre o nossos dias.

- Consegui uma casa à três quadras daqui. Ela esta um pouco destruída mas dá para deixar ela perfeita com pouca grana -comentou a morena empurrando o prato com resto de pão para o lado.

- Ela é grande? -perguntei já sorrindo.

Callie, e eu temos o nosso próprio negócio. Compramos casas em maus estados e as reformamos para vender...somos tipo o casal Chip e Joanna Gaines na versão lésbica.

- Não muito, tem espaço suficiente para uma família de quatro pessoas e um cachorro morar.

Apenas assenti tomando o meu chá gelado. Callie se levantou, pegou um rolo de papel toalha no armário de cima e passou na bancada tirando as migalhas de pão.

- Quando vai começar a reforma?

- Apenas na segunda. Podemos passar lá na quinta depois de irmos conhecer as crianças.

- OK! Estou tão ansiosa para conhecê-los. Será que eles irão gostar de nós? -perguntei olhando nos olhos castanhos de Callie.

Eu sou completamente apaixonada por essa mulher. Por cada detalhe seu.

- Olhe pra gente, quem não gostaria de ter mães como nós duas -Callie deu a volta na bancada parando entre minhas pernas -Vai dar tudo certo, hum?!

- Vai dar tudo certo -repeti tentando me convencer disso.

Encostei a cabeça em seu peito, fechei os olhos enquanto Calliope passava as mãos em minha costas cantarolando uma canção em espanhol.

De Repente Uma Família | Calzona  Onde histórias criam vida. Descubra agora