Callie Torres
Desde da noite que contei a Arizona sobre minha abuela, a loira vem me tratando como se eu fosse de vidro. Eu amava os seus cuidados comigo, mas eu sentia que estava sobrecarregando ela demais. Afinal ela estava lidando com os negócios, a casa,a festa de Lizzy e as crianças de férias escolares.
Passei a frequentar mais vezes a casa de minha abuela. As vezes Arizona e as crianças iam comigo, mas a maioria dos dias eu ia sozinha, querendo aproveitar os momentos entre neta e avó.
Depois de tomar café com a minha família, peguei o meu carro e dirigi em direção a casa da mais velha. Como a ela tinha me pedido, mantive seu pedido em segredo, mas confessei que havia contado a minha esposa, pois nunca guardavamos segredos uma da outra.
Assim que estacionei pude ver a abuela sentada na varanda tomando chá. Desci do garro, e bati a porta do veículo.
- Buenos dias, abuela - cumprimento subindo os poucos degraus
- Buenos dias mi niña
A abracei apertado, sentindo o seu cheiro de vó.
- Venha, tome um chá comigo - pediu me puxando até a pequena mesa naquela area.
- O cheirinho esta bom - sorri aspirando o aroma.
Me sentei no banco estofado. A mais velha pegou uma xícara deixando em minha frente, e quando foi pegar o bule com a água quente, pude ver suas mãos tremerem.
- É-como estão as crianças? - perguntou ao perceber meu olhar sobre a sua mão
- Eles estão bem - sorri não entrando no assunto. Os sintomas estavam começando a aparecer. - Todos te mandaram beijos
- Eles são uns amores. Você e a Arizona tiraram a sorte grande
- Si. Quando vi Lizzy pela primeira vez foi um amor imediato, como se ela tivesse me escolhido. Ela foi hostil no começo, mas foi a maneira que ela achou para se proteger. E Gael e Lola, foi bônus
- É nítido o seu amor por eles. É bom te ver feliz assim, minha menina - suas mãos quentes tocaram as minhas
Ficamos ali, sentadas conversando. O sol quente deixava o clima ainda mais agradável. Tentávamos manter o foco no agora, apenas para evitar sofrimentos.
Depois do almoço ajudei minha abuela a organizar a cozinha. Me despi avisando que amanhã voltaria na parte da tarde, mesmo ela dizendo que não precisava.
Antes de entrar no carro, tentei entrar no assunto dos tremores, que não aconteceu apenas uma vez, e sim várias. Como uma boa Torres, a mulher desviou o assunto, e me deu um beijo na testa se despedindo.
Quando ia dar partida com o carro, escutei meu celular tocar na bolsa. Vendo o nome da Carmen piscar ali senti o meu coração acelerar.
- Oi. Carmen - falei ao atender
- Oi. Esta podendo falar agora?
- Si. Aconteceu alguma coisa? - me preocupei olhando para a rua
- O dia do julgamento saiu, esta marcado para daqui quinze dias. Eles te enviaram uma carta, mas preferi te avisar antes
- Devemos nos preocupar ?
- Não. Mais devem estarem preparadas para tudo. É uma audiência que vai dar o destino final das crianças.
- Estou mais tranquila - brinquei fazendo a mulher sorrir do outro lado da linha
- Liguei apenas pra isso. Boa sorte para vocês. Estou na torcida
- Obrigado, Carmen
Me despi encerrando a ligação. Agora era tudo ou nada.
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De Repente Uma Família | Calzona
Fanfiction[Concluída]Callie e Arizona decidem adotar uma filha, Lizzy, uma garota de temperamento forte. Como ela tem dois irmãos mais novos (Gael e Lola), o casal decidem criá-los também. Agora que elas precisam educar três crianças indisciplinadas e barulhe...