28- Não podemos ser forte o tempo todo

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Arizona Robbins

Deitada sobre o corpo nu de Callie, eu brincava com a sua aliança. Era tão bom sentir o seu corpo quente debaixo do meu, eu a amo tanto, que não me imagino com ninguém além dela. Ela é a mulher certa para mim, a latina é uma mulher extraordinária, de um grande coração.

- O que tanto pensa?

- Apenas no quanto eu amo você - sorri sentindo seus lábios tocarem minha cabeça - você é a mulher perfeita pra mim

- E você pra mim. Somos o queijo e a goiabada. O sol e a lua. O céu e a estrela. O fogo e abraça...

Me sentei na cama. Seus castanhos me olhavam com tanto amor e devoção, que me fazia derreter por inteira.

- Somos um infinito - lhe sorri beijando os lábios.

Entramos debaixo do chuveiro juntas. Callie lavava minhas costas, não tinha malícia nenhuma em seu ato.

- Uma pena da abuela não ter aceitado vir morar com a gente - falei com os olhos fechandos. A água morna caia por meu corpo, relaxando todos os meus músculos

- Si... Eu não posso obrigá-la a vir. Pelo menos ela aceitou a contratar alguém para ajuda-la na casa - a latina beijou minha nuca, e depois o ombro - prontinho

Desligamos o chuveiro, e saímos de dentro do box. Depois de vestidas, nos deitamos na cama, com o lençol trocado, com as pernas e braços entrelaçados acabamos dormindo.

(...)

Na manhã seguinte foi uma correria, tínhamos que deixar Lizzy na casa de uma amiga. Gael e Lola ficariam na casa de Lorna, mais Lola acabou fazendo manha, e tivessemos que leva-la com nós. Não para satisfazer suas vontades, e sim para não deixar uma criança manhosa, com uma grávida e mais cinco meninos (quatro dela + Gael).

Como imaginávamos o centro estava lotado. E Lola reclamando de dor nos pés, por estar andando a muito tempo.

- Eu disse que seria cansativo - falei segurando em sua mão. Callie estava um pouco a frente comprando uma mercadoria.

Assim que Calliope voltou, paramos em uma lanchonete, para a pequena descansar, e comermos alguma coisa.

- Depois podemos voltar pra casa? - Lola estava debruçada sobre a mesa, com a cabeça apoiada em Batatinha.

- Si, princesa. Apenas vamos terminar o lanche e vamos pra casa - Callie disse fazendo a pequena sorrir, por finalmente voltar pra casa, depois de uma manhã cansativa.

Callie logo pediu a conta, e saímos com Lola no colo. Assim que chegamos até o carro, percebemos que a menina dormia no ombro de sua momy. Callie preferiu ir atrás com ela, pra Lola dormir mais tranquilo.

Eu não era muito chegada a dirigir, digamos que a minha paciência no trânsito, não é uma das melhores.

- Amanhã é o grande dia - comentei concentrada na estrada - Será que Lizzy vai gostar?

- Com certeza. Planejamos tudo do jeito que ela gosta - a latina passava as mãos no cabelo longo de Lola, que dormia com a cabeça em seu colo

- Dedos cruzados - cruzei os dedos, dirigindo apenas com uma mãos.

(...)

15:30

A tarde estava linda. O céu azulzinho, e o sol radiante. Acabamos que entrando todos na piscina para aproveitar o sábado ensolarado.

Charlie, meu sobrinho mais velho  acabou vindo com a gente quando fomos buscar Gael na volta. E também Tayná, e Nancy, melhores amigas de Lizzy. E acabamos chamando a abuela para passar a tarde com nós.

Era raro as vezes que utilizamos a piscina, mais hoje ela estava sendo muito bem aproveita por todos.

Callie, e eu, que eramos as únicas adultas na água, acabamos saindo para ajudar abuela, a preparar um lanche para as crianças.

Fazíamos alguns pão de forma, com peito de peru e queijo. Dentro de uma bandeja, junto com uma jarra de suco, e alguns copos, levei até a beira da piscina. A bandeja não demorou a ser atacada por várias mãos.

Quando voltei para a cozinha encontrei a mais velha procurando algo nos armários

- O que está procurando, abuela? - perguntei de cenho franzido. Callie que acabará de sair do banheiro, me abraçou por trás repousando sua cabeça em meu ombro

- O pão de forma para fazer os sanduíches, pras crianças. Eles devem estarem com fome - explicou vasculhando as portas da bancada

Callie se desencostou de mim. Olhei para a morena que tinha os olhos úmidos, e sem falar nada ela saiu da cozinha.

Abuela tinha acabado de ter mais um sintoma de sua doença. A sua saúde estava piorando aos poucos. E isso estava machucando todos, e principalmente Callie, que sempre viu a avó forte e saudável.

- Aqui, só tem meio pacote - disse a mulher deixando o pacote em cima da bancada - Posso preparar eles com queijo e alguma coisa?

- Claro, sinta-se à vontade. Eu só vou lá em cima. - avisei deixando um beijo  em sua bochecha

Quando entrei no quarto, encontrei Callie sentada na poltrona com os olhos vermelhos, cheio de lágrimas.

- Ei! Não chore, não gosto de te ver assim - me ajoelhei ficando em sua frente.

- Me desculpe. É que é impossível não chorar vendo ela assim

- Eu sei. Ela precisa de você mais do que nunca, Calliope. Você precisa ser forte por ela, eu sei que é difícil, mas você precisa ser. Ela só pode contar com a gente

- Eu sei. Eu estou tão puta com a minha mãe, por ela não esta nem ai por sua mãe esta a beira da morte - confessou fungando

A alguns dias atrás Callie acabou ligando para a mãe, que mora no México, e contou sobre a saúde da abuela. Pensamos que dona Lúcia viria assim que soubesse, mas a mulher disse apenas sentir muito, e que não poderia larga a sua vida lá, para vir pra Califórnia.

Callie ficou com raiva da mãe, e disse que a mesma não merecia esse título Mãe, que a sua única mãe a partir de agora seria apenas a dona Celeste.

- Eu sei meu amor. Agora vá lavar o rosto. Não podemos deixa-la sozinha nesse estado

- Você esta certa - passou a mão no rosto - Vai descendo, eu já vou

- Ta bom. - beijei o seu lábio e sai.

Eu sabia que ela iria chorar mais um pouco. Eu até entendia, não podemos ser fortes o tempo todo.



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