23- Ela te ama,Lizzy

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Arizona Robbins


Depois do triste acontecimento de hoje de manhã. Callie e eu conseguimos trazer Lizzy de volta pra casa, a menina estava bem abalada. Por mais uma vez, perder a mãe pras drogas.

Minha esposa, e eu estamos respeitando o seu espaço. Lizzy passou o resto da manhã toda trancada em seu quarto, perdida em pensamentos.

Carmen, e Leila, nos explicaram que o pedido de adoção dos três, voltaria a julgamento, caso nós quiséssemos ainda, claro que aceitamos, pois nunca desistiriamos de nossos filhos.

Depois das mulheres sair, conversamos com Gael, e Lola explicando tudo que tinha acontecido,  de uma maneira que eles entenderiam melhor.

A reação dos dois, não poderia nos deixar ainda mais feliz. E agora era apenas torcer para tudo dar certo.

Ligamos para todos os nossos amigos, e familiares que estavam ao nosso lado, em todas as etapas. Meus pais ficaram felizes por nós. Mamãe disse que continuaria rezando. A avó de Callie, até chorou durante a ligação, e alegou se o juiz não nos dar a guarda dessa vez, ela mesma irá atrás dele para resolver. Meredith e Addison, apenas avisaram que estavam a caminho, e com muitas pizzas para o jantar.

- Mamãe, a tia Addie vai demorar para chegar? - perguntou Lola vindo da área de lazer com Batatinha debaixo dos braços

- Não, princesa. Ela deve estar a caminho - avisei secando minhas mãos no pano de prato. - Porquê?

- Eu vou fazer um desenho bem bonito pra ela

Eu sorri com a atitude de minha menina. Lola adorava a tia Addie, desde que se conheceram elas criaram um laço de amizade. A ruiva era uma mulher muito carinhosa, e sempre lhe dava atenção.

- Eu não ganho um desenho? - me agachei, ficando na sua altura

- Claro que si, mamãe. - passou a mão em minhas bochechas - Eu vou fazer um bem bonito pra senhora, eu vou te desenhar. Mas preciso de muito, muitos lápis amarelo

Disse pensativa. Sorri com a sua doçura, e me levantei deixando um demorado beijo em sua testa. Era tão bom te-los por perto.

- Estarei esperando ansiosamente - lhe sorri apertando seu narizinho.

A menina saiu saltitando pelo corredor, que levava até o seu quarto. Pela porta francesa, pude ver Callie jogando bola com Gael. A noite já tinha caído, e apenas a luz branca iluminava o grande quintal.

- Arizona - me virei quando ouvi a voz de Lizzy me chamando. A mais nova tinha as mãos no bolso da calça de moletom. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar, e seu cabelo preso, estava bagunçado.

- Oi.

- Será que eu posso caminhar um pouco? Eu prometo não ir tão longe -  a mesma fungou passando a mão no rosto.

Pela janela da sala pude ver o quanto estava escuro lá fora. O nosso bairro é tranquilo, sem sinal de perigo algum, mas eu não achava uma boa idéia deixá-la sair sozinha, não na situação que ela se encontra - abalada, fragilizada, e com raiva da vida -, porém se eu a impedisse, ela ficaria com raiva de mim, e eu não queria isso.

- Posso ir com você? - perguntei. Lizzy não esboçou nenhuma reação - eu prometo que ficarei na minha. Eu apenas não quero, que você fique andando sozinha por ai.

- Pode ser - assentiu girando nos calcanhares caminhando até a porta principal

Apenas avisei Callie, para ela ficar de olho em Lola que estava no quarto desenhando.

(...)

Fazia-se quase meia hora, que estávamos caminhando em silêncio. Eu queria conversa com a minha filha, mais eu prometi que ficaria na minha, respeitando o seu espaço.

- Você acha que ela não me mais? - Lizzy quebrou o silencioso, seus olhos buscaram os meus, mantendo o ritmo da caminhada.

Franzi as sobrancelhas sem entender. Eu estava tão aérea perdida nos meus pensamentos, sobre os últimos acontecimentos. A adolescente reformou a sua pergunta

- Você, acha que a minha mãe não me ama mais?

- Ela te ama Lizzy, acredite.

- Se me amasse não tinha feito isso. Ela pensou apenas nela.

Paramos na pracinha, que tinha pouquíssimas pessoas sentadas ali conversando.

- Ela fez isso porque ama você, e os seus irmãos. Ela queria o melhor pra vocês. Uma mãe sempre quer o melhor para o seu filho. Ter vocês comigo, criar uma rotina, me fez perceber que somos capazes de abrir mão de muitas coisas, por nossos filhos. Colocamos vocês em primeiro lugar, nos privamos de muitas coisas por vocês. E acredite querida, eu faria qualquer coisa que estivesse ao meu alcance, para ver vocês felizes. Eu amo tanto vocês, como se estivessem saído de mim.

Respirei fundo olhando para as crianças balançando, no balanço. Apenas olhei para Lizzy, quando senti seus dedos se entrelaçarem com os meus. Sua cabeça repouso em meu ombro, e suas lágrimas molharam minha camiseta.

Não era preciso dizer mais nada. As ações, e o silêncio falava por nós.







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