12- Quer ajuda?

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Arizona Robbins


Por fim entramos na casa, que por incrível que pareça estava num completo silêncio. E lá, bem no meio de minha sala, estava as crianças colorindo o rosto de minha mãe... Espera, canetinhas, são canetinhas

- Ai meu deus mamãe, essas canetinha são permanentes

A mais velha, que tem o rosto mais colorido que a bandeira LGBT, sorrir amarelo para as crianças, que dão de ombros, como se não tivessem feito nada de errado.

- Eu não sabia, porquê ninguém me avisou? - pergunta minha matriarca se levantando do tapete.

Eu acho que não foi uma boa idéia deixá-la no comando enquanto estávamos fora. Não que eu, não confie em minha mãe, e sim porque eu sei que ela tem um coração mole.

- Momy, mamãe. Vocês demoraram -acabo sorrindo com a bronca de Lola

- Desculpa, Amorzinho - lhe pego nos braços beijando seu rosto

- Cadê Lizzy? - pergunta agora minha esposa ao lado de minha mãe

- Foi pra casa de uma amiga. Ela disse que volta antes das sete - Dona Bárbara pegou a bolsa em cima da bancada - Eu vou indo, talvez eu ache algum tutorial para remover isso.

Sobre a saída de Lizzy, resolvi dizer nada, primeiramente minha mãe não tinha como saber que não gostamos que Lizzy saia sozinha. E segundo, eu estava exausta demais, a conversa com Carmen sugou minhas energias, eu só precisava de um banho, e silêncio.

Acompanhei minha mãe até a saída, e agradeci por ela cuidar das crianças. E é claro que a minha fisionomia triste, não passou desapercebido por ela.

Mães, e seus super poderes.

Apenas disse que não tinha tido um bom dia, e à confortei dizendo que tudo ia ficar bem.

Quando voltei para dentro de casa, minha esposa preparava um lanche com a ajuda das crianças. Sorri com a cena, era tão bom ter eles por perto.

- Mamãe, estamos fazendo sanduíches, a senhora quer um? - Pergunta Gael alegremente

- Não meu amor, a mamãe esta sem fome. - me aproximo da ilha bem ao centro da cozinha - Calliope, eu vou me deitar um pouco, qualquer coisa me chama

Callie, sorrir para mim, seu sorriso diz um milhão de coisas. Deixo um singelo beijo em seus lábios, e me retiro.

Enquanto a banheira se enche, procuro uma roupa confortável no closet. Depois de encontrar o que eu preciso, prendo o cabelo, e deixo minhas roupas caírem no chão do banheiro. Não prolongo dentro da água, apenas tempo o suficiente para relaxar o meu corpo.

Já vestida, e deitada na cama, perdida em pensamentos, escuto duas sutil batidas na porta. Depois de eu gritar um "entre", a figura de Gael surge na porta me fazendo sorrir

- Oi, eu te trouxe um sanduíche, eu mesmo que fiz

Eu acabo sorrindo, não tem como não se apaixonar. Eu me sento na cama, com as costas na cabeceira, e o convido para se sentar ao meu lado. Eu realmente estava sem fome, mas não queria fazer uma desfeita com o pequeno, que fez tudo de bom agrado.

Comi, e bebi o suco sobre os olhos castanhos atentos à mim. Ele sorria me contando como tinha sido o dia ao lado da vovó Bárbara. E graças ao pequeno, todo o cansaço, e a angústia tinham ficado de lado.

(…)

E mais um final de semana tinha se passado. No sábado Lizzy tinha voltado no horário combinado com minha mãe, e ainda nos ajudou com o jantar. Depois acabamos todos na frente da tevê assistindo um filme.

No domingo de manhã, fomos todos ao mercado. O quê não tinha sido uma boa idéia. O grande números de batatas espalhadas pelo corredor do mercado chamou a atenção da pequena Lola, que fez birra querendo levar tudo que via. Gael, andava esbarrando em tudo, e para ajudar derrubou uma prateleira inteira de produtos enlatados. Saímos do estabelecimento exausta, e os funcionários deram graças a deus por nos retirarmos.

O almoço salvo a nossa manhã exaustiva. Lizzy quis fazer uma receita que sabia, Callie e eu apenas fazíamos uma coisa e outra. E durante a noite, fizemos a noite da pizza, com jogos escolhido pelas crianças.

E hoje, como era segunda, nossa rotina tinha voltado ao normal. Preparar as crianças para o colégio, dar uma olhada na obra, que tinha começado a dois dias. ( na casa mal assombrada) que depois de carpina tinha ganhado uma nova cara já.

07:02 p.m...


- Já arrumou o seu material? - ouço Callie pergunta a Gael

- No - o menino nega de boca cheia

- Então vai arrumar amigo

Gael passa por mim correndo, mas logo começa a caminhar, ao ver meu olhar de reprovação. Tinhamos conversado sobre ele andar correndo, não queríamos nenhum tipo de acidentes.

Ao passar pelo banheiro do andar de baixo, me deparo com Lizzy em frente ao espelho, a menina tem uma escova na mão encarando o seu reflexo.

- Quer ajuda? - pergunto encostada no batente da porta

Ela se vira para mim, e apenas assente. Eu e Lizzy, estavamos cada dia mais próximas, estavamos caminhando em passos lentos, porém estava surgindo resultado.

- Sentasse aqui - Coloco o banco almofadado no centro do banheiro - Como que isso aconteceu? 

Faço uma careta engraçada fazendo Lizzy rir. Pelo espelho somos capazes de ver uma a outra. Pego uma escova cor de rosa, na última gaveta do gabinete da pia.

- No sé. Eu já acordei assim - ela dá de ombros com um sorrisinho nos lábios

Posicionada atrás dela, começo a escovar o seu cabelo que está todo embaraçado.

- O meu também fica assim as vezes, eu sempre uso essa escova, ela parece mágica - brinco

Deslizo a escova devagar, machucar o couro cabeludo da mais nova,não está em meus planos.

Escovar os seus cabelos era algo simples, mas um momento único, um contato íntimo, que para mim significava muito. Um grande passo em noção relação.

- Prontinho - digo entregando a escova em sua mão

- Obrigado - agradece timidamente

Assim que saio do banheiro, solto uma lufada de ar, acompanhado de um sorriso.






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