25- Estarei sempre ao seu lado.

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Callie Torres

Depois do nosso atraso com o jantar, eu e Lizzy acabamos tendo que esquentar o nosso jantar. Arizona passou a noite toda me ignorado, a loira se deitou no pequeno sofá ao lado de Gael, enquanto assistíamos um filme da Disney.

Lola e Lizzy que estavam no sofá maior, sempre cantavam as músicas do filme. A menor ainda estava chateada comigo. Apenas esperaria a hora de colocá-la para dormir, para conversa com ela. Minha abuela sempre me ensinou que não é bom dormir brigada com alguém.

Sentada na poltrona, eu via perfeitamente minha família unida, assistindo tevê.

(...)

Depois do filme, que acabou tarde da noite. Fui até o banheiro ajudar Lola a escovar os dentes, enquanto Arizona colocava Gael na cama.

- Meu amor, a Momy queria te pedir desculpas por hoje mais cedo. - falei passando a mão em seus fios castanhos - Eu não queria ter gritado com você, daquele jeito

- Eu fiquei com medo - confessou depois de lavar a boca suja de pasta.

Respirei fundo, me sentindo chateada com a minha atitude. Me ajoelhei ficando em sua altura.

- Eu sei princesa. Eu prometo nunca mais gritar. Você pode me desculpar? - passei os dedos por sua bochecha

- Si. Eu te desculpo momy - Lola me envolveu em um abraço apertado. Seus lábios gelados, beijaram todo o meu rosto me fazendo sorrir - te amo! Te amo! E te amo! - por último encostou o seu nariz no meu.

- Também te amo, princesa. Agora vamos pra cama, que passou da hora.

Peguei a baixinha nos braços.

Assim que chegamos ao quarto dos menores. Arizona nos olhou, e pela primeira vez naquela noite, ela sorriu para mim.

- Eu e a Momy, somos amigas de novo - disse Lola para a mãe. A mini-latina deixou mais um beijo em minha bochecha.

- Que bom, meu amor. - a loira beijou a bochecha de Lola, a tirando dos meus braços. Arizona ajudou a menina se deitar em cima do beliche, e a cobriu até os ombros - buenas noches

- buenas noches, mamães - Lola e Gael disseram em uníssono

Fechamos a porta, e caminhamos em silêncio até o nosso quarto. Enquanto Arizona fazia sua higiene no banheiro, eu me trocava para dormir.

Vestida com uma camisola de seda, arrumei a cama, e quando Arizona saiu, eu entrei para escovar os dentes. O silêncio estava insuportável.

- Não vai dizer nada? - perguntei depois de voltar do banheiro

A loira que lia um livro sentada na poltrona, me fitou

- O que você quer, que eu diga? - fechou o livro

- Seila. Você que está me ignorando, por seila o que.

Sentada na cama, pude ver Arizona se levantar e caminhar pelo quarto.

- Motivos eu tenho de sobra. Você anda tão estressada, e desconta em mim, e nas crianças - a loira cruzou os braços

- Eu já pedi desculpas à Lola. E eu não me lembro em ter falado algo de errado pra você. - me levantei

- Sério? - a mesma riu sem humor - Calliope, você anda rejeitando os meus toques, toda vez que eu tento transar com você, você se afasta

- Então o problema é sexo? - olho em seus olhos azuis. Ela é tão linda.

- Não! Não se resume apenas nisso. E sim no fato de que você amar sexo, tanto quanto eu, e tem dias que não fazemos nada. E se você não procura em casa, porque esta tendo em outro lugar.

Eu achei fofo o seu ciúmes, mas indignada por ela achar que eu a trairia.

- Pasión, está se ouvindo? Eu jamais tocaria em uma mulher, que não fosse você - tocou seus braços, fazendo a loira descruza-los

- Me desculpe por pensar nisso, mais foi a única razão para você esta me rejeitando

- Eu só estou tendo uns dias ruins. Me desculpe por te fazer, se sentir rejeitada - beijei o seu pescoço

Com o meu toque, a loira fechou os olhos.

- Porque está tendo dias ruins? Aqui em casa as coisas estão bem, as crianças voltaram para nós. Os negócios estão indo mais que bem. Pelo que vejo não tem nada de errado.

Suspirei exausta. Eu sempre compartilhei tudo com Arizona, sempre contamos tudo uma para a outra. Coisas grandes e pequenas, nunca houve segredos.

Peguei em sua mão, e a puxei até a cama. Assim que me sentei, puxei a loira para o meu colo, a mesma se sentou de lado, passando  braço por trás de meu pescoço.

- A alguns dias atrás minha abuela me ligou, ela me pediu para ir até a casa dela. Você estava na Mer com as crianças, e então eu fui - senti os meus olhos arderem, só de lembrar de nossa conversa - Quando cheguei, minha abuela veio com um papo de perdão por não ser tão presente em nossas vida, e que se um dia ela viesse a faltar, que eu tinha que saber que ela me ama muito, como se tivesse saído de dentro dela.

Arizona passava as mãos por meus cabelos. Enquanto minha mão repousava em sua coxa.

- Eu não entendi nada. Ela me mostrou alguns exames médicos, que ela vem fazendo. E ela esta com Creutzfeldt-Jakob, é uma doença rara
fatal provocada pela transmissão de uma proteína chamada príon. Ela afeta o sistema nervoso central e provoca tremores, perda de memória, convulsões, paralisia facial, dando a impressão de que o doente está sempre sorrindo, e não tem cura

Quando eu percebi, eu já chorava. Arizona secava minhas lágrimas.

- Eu sou a única que sabe, ela me fez prometer não contar nada a ninguém. Você sabe como a Dona Celeste é - sorri ao lembrar da latina mais velha

- Calliope. Eu nem sei o que dizer - a loira segurou meu rosto entre as mãos - Me desculpe por ter sido tão egoísta

- Não, Ari. Não tinha como você imaginar isso - beijei os seus lábios - Eu não posso fazer nada para salvá-la. Minha mãezinha pode morrer a qualquer momento

A loira me envolveu em um abraço apertado. Eu não conseguia parar de chorar. Guardei isso por dias dentro de mim, era uma dor horrível. Saber que uma das pessoas que você ama esta morrendo, e não poder fazer nada, é tão sufocante.

Toda a lágrima que segurei nesses últimos dias, estavam ali. O meu corpo doía. Senti o meu corpo ser deitado na cama, e o edredom cobrir o meu corpo.

- Estarei sempre ao seu lado meu amor - senti os braços de minha esposa me abraça como se quisesse me proteger de tudo - eu amo você.

Senti meus olhos pesarem depois de um beijo ser repousado em meus lábios.





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