Capítulo 3

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Capítulo 3

Pov Maria Flor

-Mari...- João vem todo fofo para o meu lado. –Quero te pedir uma coisa, minha Diva dos doces. –Me abraça de lado.

-O que foi? – O encaro, já rindo.

-Posso sair agora?É que eu tenho um encontro hoje.

-Depende...

-Do que?

-Só se me der um beijo!

-É pra já . –Ganho um beijo estalado nas bochechas me fazendo rir.

- Pode ir, aproveita, daqui a pouco fecho tudo.

-Ta bom! –arranca o avental. – Guarda pra mim??

-Sim. –Rio .- Anda vai! Fique bem gostoso heim.

- Lógico meu bem. – Sai dando tchauzinho.

-Ele não existe.

Guardo seu avental e vou para a frente da doceria. Encosto na entrada e fico olhando o pouco movimento que ainda tinha na rua.

- Já estão fechando? – Me assusto quando escuto uma voz grossa. -Não queria assusta-la, perdão. –Encaro aquele homem, e que homem!

- Não, ainda estamos abertos. –Falo sem graça. –Entre.- Entro na confeitaria e vou para trás do balcão.- O que deseja? – Sorrio.

-O que me indica?

- Bom...Depende. – Abro a vitrine.- Se gosta com frutas a torta de abacaxi é uma excelente pedida, se gosta mais de chocolate, um cupcake...

- Pode ser uma fatia de torta de abacaxi!- Pego uma das fatias individual já na caixinha.

- Espero que goste.

- Vou adorar. - Entrego-lhe e ali mesmo ele abre e leva um pouco a boca.

Seus lábios são lindos, rosados e carnudos. Na verdade ele todo era lindo, nunca vi um homem tão belo... Pensando bem acho que já vi sim.

- O que achou?

- Divina, meus parabéns a confeiteira.

-Agradeço. – Sorriso simpática.

-Você quem faz?

-Sim, qualquer doce aqui tem meu toque nele.

-Além de linda, uma excelente confeiteira. –Coro no mesmo momento, fuçando sem graça.

A ultima coisa que eu era naquele momento, seria linda. Estava com uma touquinha de pano, branca no cabelo, um avental bordado com o nome da confeitaria, calça preta e uma blusa estampada de alcinha por baixo e uma sapatilha nude.

- É... como conheceu a confeitaria? –Tento mudar de assunto.

-Saindo do hospital passei por aqui e me interessei pelos doces. –Diz ainda comendo. -O ambiente me pareceu agradável e como gosto muito de doce resolvi parar e experimentar.

-Nossa ! Que bom que veio.

- Vou virar cliente fixo, além da torta ser maravilhosa a doceira é muito simpática. –Sinto minhas bochechas queimarem de tanta vergonha.

- Obrigada. – Falo baixinho.

- Bom, quanto  devo?

- Nada, fica por conta da casa. Ele me encara sorrindo simpático.

-Obrigado. – Pego a embalagem e jogo fora, percebendo que ele não tira os olhos de mim. – Vai fechar agora? Se for eu posso esperar, a essa hora é bem perigoso ficar sozinha.

-Sim vou.

- Então eu te espero. – Fico sem graça.

Começo a arrumar as coisas para fechar. Levo os doces que sobraram para a geladeira na cozinha, fecho o caixa e vou para o banheiro retirar a touca.

Ajeito meus cabelos, retiro o avental e guardo.

- Pronto!

-Vamos então.

- Ele me ajuda a puxar a porta e a tranco.

- Se quiser uma carona...

-Não precisa, estou de carro. -Paro ao lado de Galileu.

- Conversamos esse tempo todo e eu ainda não sei seu nome.

-Maria Flor e o seu?

-Guilherme.

- Prazer, Guilherme. – Estendo a mão e ele segura.

-Sinto algo diferente , percorrendo meu corpo, não sabia explicar.

- Já vou indo. –Ele faz um aceno e sai.

Respiro fundo e entro no carro virando a chave, uma, duas, três vezes e nada dele pegar.

- Droga! –Bato no volante . – Pega Galileu. – Viro a chave e nada.

Saio do carro e suspiro frustada.

Pov Carlos

-Quem é o almofadinha ali?-Pergunto ao Tigre.

- Sei lá. – Ele sorri ao ver aquela garota conversando com um cara. - É como você mesmo disse “ Gosto é como cu cada um tem o seu “. - Ri zombeiro. -Homem de bom gosto ele.

Fico observando os dois conversado, vendo-o tocar as mãos dela, ambos sorrindo.

Não consigo tirar os olhos dos dois, fiquei curioso em saber de onde ela o conhecia, quem ele era.

Logo o cara se vai e ela entra no carro, percebo que ela tenta dar partida no carro várias vezes, porém é em vã. Maria sai do carro esbravejando, irritado e não contenho a risada.

- Vou lá ajudar. -Diz Tigre.

- Deixa eu vou! – Largo ele ali e vou até ela.

-Droga ! – Coloca a mão na testa.

-Tem que empurrar. - A garota me encara com ódio no olhar.

-Eu sei! – Bufa.

-Gostei do carro. -Afirmo. –É um clássico. –Ameniza a expressão.

-Não vai falar que é uma lata velha?

- Não, lógico precisa de uns reparos mas é um clássico. - Fica surpresa

- Milagre algo em  que concordamos.

- Surpresas da vida – Sorrio. –Leva ele amanhã na oficina, quero da uma mexida nele.

- Não precisa, no momento to  sem condições...

- Eu quero mexer nele, não é um serviço.

- Ta bom!- Sorri  simpática.

Tenho que admitir que nunca vi um sorriso tão bonito quanto aquela chata tinha. Era doce, simples e contagiante.

- Me ajuda a empurrar? –Pede sem graça.

-Por isso vim até aqui.

Maria entra no carro e eu empurrou logo fazendo -o pegar.

Volto para a oficina e Tigre me olha com uma cara estranha.

-Vai mexer no carro dela?

- Escutou o que estávamos falando?- O olho sério.

- Claro! Não iria perder isso.

- Vou da uma olhada naquela máquina, gostei do carro.

-Sei...- Sai andando, me largando ali.

Mais um❤️ Alguns personagena na capa.

Maria Flor (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora