Os novos mestres do santuário: Shura de Capricórnio

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Shura

Após ter retornado novamente a vida, eu estou completamente perdido em meus pensamentos, pois meus sentimentos estão aflorando por um certo alguém... Só de vê-lo perto de mim já sinto as mãos ficarem geladas e o coração gritar, o clamando num sentimento afoito de amor. Quando olhos aqueles longos cabelos azuis Royal, se movimentarem com a brisa de uma noite de lua cheia, meu coração bate de forma um tanto descompassado. Eu não deveria carregar por ele esse sentimento de amor, ao qual insiste em gritar, embriagando o meu pobre coração.
O que me dói é ver aquele que eu amo, sendo aconchegado em outros braços, de um outro alguém a qual também só desejo o bem e a felicidade. Se bem que com essa pessoa, a disputa é totalmente sem vantagens para o meu lado, pois nessa batalha pelo coração do meu grande amor já perdi antes mesmo de sequer tentar lutar.
Do que me adianta ser eleito um dos três mestres do Santuário, se nem menos consigo me declarar a pessoa que eu amo? 
Após todos nós retornamos as nossas vidas, agora mesmo tendo nos tornado mestres, eu, Camus e Mu, como os demais, podemos viver uma vida normal. E, mesmo com os afazeres do Santuário, temos a flexibilidade para estudarmos e cursar cursos na faculdade e, também nos divertir e namorar.
Mu está casado com a Ariana, uma bela lemuriana por quem se apaixonou perdidamente. Camus, meu amigo, mantém um romance às escondidas com a June, a amazona de camaleão, já que não é mais proibido nos relacionarmos com amazonas, serva e outras mulheres fora dos domínios do Santuário. Mas meu amigo francês gosta de manter seu romance com June em segredo, pelo menos por enquanto. Só eu e Saga sabemos disso e, se a gente contar para mais alguém, ele nos transforma em picolés humanos.
A vida continua e, quase todos nós já estamos namorando, só eu que estou aqui sofrendo por amor.
O lance da faculdade, todos nós estamos estudando. Saga está cursando medicina,  já Mu, artes. Camus quer se formar em gastronomia e eu faço engenharia civil. Os demais estão a cursar o que gostam — como Dite que está cursando para se formar em engenheiro agrônomo.
Shion concluiu administração de empresas igual ao Aiolos, ainda mais pelo fato deles ajudarem a nossa deusa na sua empresa. Saga está firme com ela, que já nem sequer pensou em se manter mais casta. Saori sempre o amou e agora ambos são felizes juntos.
Sabe de uma coisa? Eu vou dar uma volta pelos arredores do Santuário, pois está tudo tranquilo — eu acabei de constatar pelas câmeras, no imenso painel de controle, aqui na sala dos mestres.
Já é tarde da noite, mais precisamente por volta dás 21:45 e, conforme vou caminhando de forma a contar os passos, eu escutava uma voz doce e calma me chamando. Ao me virar para trás, nada vi, porém ao virar minha cabeça novamente para frente, me deparei com um certo lemuriano que sorria para mim.
— Shura, amar e sofrer em segredo não faz bem para ninguém, sabia? — Mu falava sorrindo ternamente.
— Será que agora, além de dominar a telecinésia, Mu aprendeu a ler a mente das pessoas? — eu o olhava, contendo integração.

Mu

Ver a reação de espanto de Shura era de fato um tanto impagável e cômico ao mesmo tempo, pois o capricorniano me olhava com certa expressão de surpresa e espanto.
— Shura, vai lá e abra o seu coração, pois se você, pelo menos não tentar vai viver a se martirizar. — eu comentei. — Pense naquele ditado: quem não arrisca, não petisca. — logo após, fui me afastando do capricorniano, mas parei, voltando a fitá-lo. — Ele está no jardim secreto, no fundo do décimo terceiro templo. Você sabe bem aonde é, né, Shura...?  

***

Jardim secreto

Saga

Pelos deuses! Estou um tanto irritado pelo fato daquele mensageiro de quinta categoria vir atrás de minha amada Saori, para levá-la numa reunião entre deuses, no monte Olimpo. E aquele cara não deixou que eu fosse com ela. E, ao invés de me deixarem ir, levaram o Shaka junto.
Aquele tal de Hermes deve de estar de olho na Saori. Se ele ousar a lançar gracejos a minha amada, ele será um deus morto!
Caramba! Acabou de secar a última gota da minha segunda garrafa de uísque. Acho que vou lá buscar mais.

Shura

Fui adentrando ao jardim, esbarrando de cara com Saga. Pelos deuses! Pense num cara que quase teve seu coração saindo pela boca, pois eu fiquei com meu corpo bem perto, justamente dele, a quem eu amo em segredo.
— Shura, me desculpe por ter esbarrado em você. — começou a falar com sua voz grossa que tanto amo. — Mais você está bem amigo? — ergui a cabeça para poder olhar naquele lindo rosto. Ao ficar olhando naqueles lindos olhos azuis aos quais se parecem com a imensidão dos mares gregos, eu fiquei sem conseguir formular uma frase sequer, até que ele estala os dedos perto de minha orelha. — Eu, hein! Nem eu, que estou aqui tomando um porre de uísque, estou assim com essa cara de babaca. Tu está ai, parecendo que já bebeu todas e mais algumas. — eu ainda fiquei sem reação alguma. — Ei, cara! O que você tem? Pois parece que viu a uma assombração.  
— Saga, eu preciso lhe dizer uma coisa bem séria. — eu segurei em seu braço assim que ele estava saindo de perto de mim.
— Sim, Shura, pode dizer. — me olhou confuso.
Respirei fundo.
— Saga, eu estou apaixonado por você. Eu te amo! — soltei tudo de uma vez.

Saga

Eu fiquei sem reação por alguns minutos, depois de ouvir a confissão do meu amigo, mas mesmo confuso e chocado, eu não podia deixá-lo sem resposta...
— Shura, eu agradeço por me amar, mas você sabe que jamais poderei lhe retribuir a esse amor, pois eu amo a Saori e não desejo lhe fazer sofrer ao lhe dar falsas esperanças. — decidi ser direto. — A única coisa a qual eu posso lhe dar é a minha amizade. — eu comentava, tentando ser educado o máximo possível. — Me desculpe, mas amor não tem como eu lhe dar... Eu preciso ir agora, com licença.

Shura

Ao ver meu grande amor indo embora, meu peito doía com uma dor equivalente a mil facadas. Então adentrei ao jardim, me assentei num banco e comecei a chorar de forma doída e copiosa, sendo surpreendido por Aiolos, que se sentou ao meu lado e me puxou para seus braços, na intenção de me consolar.
Logo depois, ele segurou minha cabeça e, num súbito e rápido movimento, o sagitariano me beijou, me deixando entregue e sem reação.
Ao cessarmos o beijo, na ânsia de ar, o mesmo declarou seu amor por mim e me pediu em namoro naquela noite mesmo.
Eu mesmo, fragilizado, venho aceitar. Afinal, Saga foi bem sincero comigo...

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