Nove meses depois

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Submundo, quarto de Radamanthys e Pandora...

Radamanthys

Acordei por volta das 3:00 da manhã, pois minha filha recém nascida, a Morticía, estava chorando de fome e eu me levantei para preparar sua mamadeira com um leite especial para bebês — o leite da minha esposa secou.

Pan não pode amamentar a nossa filha que nasceu há quinze dias. E esse fato a deixa muito triste. Porém, eu a consolo sempre, dizendo que ela não tem culpa por seu leite ter secado. Mas mesmo assim, a minha esposa se sente triste por isso, pois ela sabe perfeitamente da importância do leite materno, que faz bem para o bebê e também para a mãe.

Enquanto eu estava na cozinha, para preparar a mamadeira da minha filha, fiquei relembrando cada detalhe da gestação da pan e, meses e meses de pré-natal — eu ia a todas as consultas com a minha esposa. Me lembro também do momento que descobrimos o sexo dela, os enxovais que minha esposa e eu escolhemos juntos, a preparação dos moveis escolhidos a dedo e com muito amor e carinho; o chá de bebê, entre outros...

Minha esposa sofreu muito com enjoos, teve desejos um tanto estranhos, como comer abacaxi com chantilly, entre outros. A gestação de Pan não foi muito fácil, pois ela  inchou muito seus pezinhos de anjo e teve que fazer um pouco de repouso, já que ela corria o risco de perder a nossa filha por causa de um descolamento da placenta.

Os quilos que ela havia ganhado lhe atrapalhavam um pouco e, às vezes a deixava um pouco com a autoestima baixa. Porém, a mesma se sentia muito feliz por sentir nossa filha crescendo em seu ventre, mês a mês.

Minha Pan ficou linda, grávida, exibindo sua bela e grande barriga, pois — nossa amada filha nasceu grande, com 47 cm e 2 quilos e 890 gramas. Ela nasceu grande, linda e saudável.

A nossa filha puxou os cabelos arroxeados da mãe e a pele branquinha. Já os olhos dela são iguais aos meus.

Ao terminar de preparar a mamadeira da minha filha, retornei ao quarto, vendo minha esposa com ela, no colo, enrolada em uma manta vermelha de Piquet. Eu peguei a nossa pequena dos braços da minha Pan, dizendo a mesma que ela poderia descansar, pois eu cuidaria da nossa filha — fato que fez minha esposa me agradecer com um beijo, pois ela estava muito cansada, devido o dia árduo de trabalho que ela tivera.

Depois, me sentei numa confortável poltrona para poder alimentar a minha pequena e amada Morticía. Ela tomou todo o leite, depois eu a fiz a arrotar e a ninei até a mesma pegar no sono. Eu fiquei um pouco com ela, nos braços e, depois a coloquei novamente em seu berço, que é branco e tem um protetor rosa e um mosquiteiro salmon.

Fiquei contemplando minha filha, feito um bobo e um verdadeiro pai coruja que sou.

Enquanto isso, na suíte do imperador do submundo...

Perséfone

Eu estava sentada numa cadeira própria para amamentação, para poder amamentar meus filhos que são um casal de gêmeos. No meu seio esquerdo, eu alimentava o Lucy e, no direito, a minha filha Nevasca.

Nevasca se parece muito comigo e um pouco com a minha irmã Despina, pois minha filha herdara os olhos sem expressão, iguais os de minha irmã. Já o Lucy é bem parecido com seu pai, praticamente a cópia do meu amado esposo. 

E por falar nele, ele está demorando muito tempo, lá no monte Olimpo, pois Zeus mandou chamá-lo até lá. O que será que aquele canalha e mulherengo deseja com meu Hades?! Só espero que ele não esteja apresentando nenhuma deusa, semi-deusa ou alguma ninfa oferecida para meu esposo!

Enquanto isso, no monte Olimpo, sala de reuniões...

Zeus

— Hades, primeiramente, meus parabéns pelo nascimento de seus filhos. — eu dizia ao meu irmão, o abraçando.

— Zeus, obrigado, mas dá pra você me soltar? Eu não me sinto muito bem com esse tipo de afeto. — meu irmão me dizia, já saindo do meu abraço. — Você não me chamou aqui só para me dar os parabéns pelo fato de eu ser pai. Vai... Diga logo o que você quer. — mandou sério.

— Bom, Hades... A Deméter deseja ver os netos. Porém, ela se recusa a ir até o submundo. — eu expliquei, lhe olhando no fundo dos olhos.

— Era só isso? Pode deixar! Eu pedirei pra minha esposa trazer nossos filhos até aqui, já que minha amada sogra não deseja ir até meus domínios. Agora, eu preciso ir embora. — avisou naturalmente, se virando de costas para mim e indo embora, em seguida.

Atenas,  Grécia, empresa Kido, sala de Saori...

Saori

Após terminar mais uma reunião, extremamente chata e cansativa, tive que pedir a minha secretária um remédio para dor de cabeça. Após tomar o mesmo, eu peguei minha bolsa, as chaves do meu carro que é da Mary Carie e o presente do meu amado geminiano — hoje estamos completando um ano de namoro e, já estamos pensando em noivarmos, para logo depois nos casarmos.

Após pegar meus pertences, eu segui até o estacionamento da empresa, para pegar meu carro e seguir até o consultório do meu amor: O meu lindo doutor Saga Demócritos!

Ao chegar ao consultório dele, uma das moças da recepção me avisou que ele havia ido às presas para o hospital, para fazer uma cirurgia de última hora. Eu agradeci a simpática e educada moça e, saí do consultório, seguindo até o orfanato Delta, para visitar as crianças e entregar a madre Helena uma folha cheque para a contribuição desse mês. Essa ajuda, eu realizo mensalmente, além de ajudar com roupas, alimentação, entre outros.

Esse orfanato é bem pobre e conta com a ajuda de pessoas que possuam mais posses e condições financeiras. Meu namorado, sempre que pode, faz trabalhos voluntários nesse orfanato. O Saga lê e diverte as crianças em comemorações festivas, como páscoa, Natal, entre outras. Ele se veste a caráter. Na semana passada, ele se vestiu de palhaço e ficou lindo.

As crianças amam o meu geminiano, pois Saga leva jeito com crianças e, quando nos casarmos, eu desejo ser mãe e ele quer ter filhos comigo.

Ao chegar ao orfanato, fui recebida com todo amor e carinho das crianças. Porém, notei que dois meninos gêmeos, aparentando terem três anos, estavam num canto isolado e pareciam tristes.

Logo depois, me encontrei com a madre Helena. Curiosa, quis saber tudo sobre aqueles dois meninos lindos e, a madre me contou a história triste de ambos que me deixou comovida.

Eu lhe disse que iria conversar com o meu namorado, para nós podermos tentar adotar os dois meninos...

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