A visita de Deméter, Despina e Hefesto no submundo

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Monte  Olimpo, mais um dia comum...

Deméter

Acordei por volta das 7:00 da manhã. Porém, ao tentar me levantar da cama, senti o peso de um outro corpo, que me envolvia entre seus braços. E, ao virar meu rosto para o lado oposto, de quem me abraçava, a minha reação inicial foi de susto e surpresa, pois quem estava me abraçando era Dionisío — fato que me fez escapar de seus braços, com muito custo e, em seguida eu comecei a sacudi-lo...

— Acorda, Dionísio! O que você faz aqui na minha suíte? E, na minha cama, seu cachorro e tarado de uma figa?! — eu o questionei bradando brava, o que o fez despertar, com o mesmo lançado seu sorriso malicioso pra mim.

— Bom dia, Demér. Você foi esplêndida ontem, sabia, docinho? Você foi quase uma tarada. Agora, venha cá e vamos repetir a dose, linda. — o tarado falava aquelas estapafúrdias, ao tentar me agarrar. Porém, eu lhe desferi um tapa forte e, bem dado na sua face, o deixando com a marca dos meus cinco dedos. E, enquanto ele passava a mão em sua face, do lado que ele levou o tapa, eu aproveitei e o mandei embora, só que em seguida me senti envergonhada. E, para piorar ainda mais, o mesmo me fez enxergar que ali, de fato, não era a minha suíte e, sim a dele. Logo deduzi que eu dormi junto com ele e, o pior: que eu realmente não conseguia me lembrar de nada. Porém, o safado fez questão de refrescar minha memória e, infelizmente veio a minha mente todos os detalhes da noite quente que nós tivemos.

Eu me levantei as pressas da cama, do deus do vinho, festas e prazeres. E, em seguida saí da suíte do mesmo, após pegar minhas roupas. Por sorte, ninguém havia me visto sair de sua suíte.

Eu entrei rapidamente na minha e dei logo de cara com Despina e Poseidon — os mesmos ficaram me olhando, intrigados.

— Já não era sem tempo, não é, Deméter?! — Poseidon começou sério. — Pois faz tempo que Despina e eu estamos lhe esperando, para irmos ao submundo para visitar os nossos netos recém-nascidos e, você só na esbórnia, não é? — ele soltava as suas asneiras, se dirigindo a mim.

— Poseidon, veja como você fala comigo. Me respeite, por favor. E, eu não irei ao submundo, nunca! — eu bradava convicta. — Agora, por favor, saia daqui, para eu me vestir. — mandei ao abrir a porta, para ele sair. O mesmo saiu resmungando, deixando Despina e eu a sós.

— Então, mãe... O Dionisío é tudo aquilo que dizem?! — questionava com uma carinha risonha. — Ele é melhor que o meu pai? — perguntou naturalmente, como se estivesse me perguntado algo corriqueiro, como a escolha de uma roupa para usar.

— Despina, isso não vem ao caso. E, por favor, não toque mais nesse assunto. — avisei sem graça e, com certeza, com as maçãs do meu rosto coradas.

— Ah, mãe! Não seja má e, me diga se o Dionísio realmente é tudo aquilo que falam. — a mesma ainda insistia no assunto, até que eu me senti mais envergonhada e decidi expulsá-la da minha suíte.

— Por favor, já chega! E, caso você não venha parar de tocar nesse assunto, do qual eu não desejo falar, é melhor você se retirar daqui. — eu berrava ao abrir a porta para ela sair. E eu não tendo outra escolha, me vesti com uma lingerie branca de algodão e coloquei um vestido verde claro por cima da discreta lingerie. Depois, penteei meus longos cabelos e o enfeitei com uma flor natural. Coloquei as minhas sandálias gregas e, alguns apetrechos, como: cinto de flores, brincos e etc. Fiz uma leve maquiagem e coloquei um perfume de essência floral. Ao já estar pronta, saí da minha suíte e fui me preparando para me encontrar com Poseidon, minha filha e meu genro. Mas o louco e tarado do Dionísio veio atrás de mim, me agarrando e me beijando. E eu, novamente, lhe dei outro tapa e saí de perto dele, de forma apressada. Ao chegar praticamente correndo na saída do templo, dei de cara com Poseidon que estava sentado num dos degraus da imensa escada branca e de corrimão dourado. O mesmo me fitava como se estivesse lendo a minha mente. Em seguida, graças ao Zeus, Despina e Hefesto surgiram na hora certa... Nós quatro descemos as escadas, até chegarmos numa parte deserta de uma bela praia grega e ocultarmos nossos cosmos de deuses olimpianos. Depois, seguimos até uma gruta que dava passagem para o Rio Aqueirontes e o maldito e esquaroso do barqueiro que já estava a nossa espera. O pior, que aquele dente podre e serrilhado desejava nos subornar, tentando nos fazer pagar por nossa travessia, fato que me fez recusar. Eu ainda o ameacei, dizendo que iria lhe transformar num duende de floresta. Poseidon tentava me manter calma, porém, eu me sentia mal por estar nos domínios de Hades, o crápula que sequestrou minha filha e a obrigou a se tornar sua esposa. O pior, é que a Perséfone aprendeu amar esse traste filho de uma puta. Rhea que me desculpe, mas ela não tinha nada que dar a luz a esse desgraçado! — Ufa! Finalmente chegamos na Giudecca, o lugar aonde eles ficam. Só espero que meu desprezível genro não esteja aqui. — eu pensava comigo mesma.

Perséfone

Ao ver minha mãe, irmã e cunhado, fiquei extremamente feliz, pois jamais pensei que a senhora Deméter viria até os domínios de meu esposo só pelo fato de vir ver seus netos recém-nascidos. Ao ver todos ali, segui de encontro para abraçá-los, pois tamanha era a minha saudade perante eles.

Porém, infelizmente, devido a passar tanto tempo aqui no submundo, eu me sinto muito mau devido a claridade. E eu já me acostumei muito com esse lugar. Minha mãe pensa que a culpa é do meu marido, pelo fato de eu querer passar enclausurada no submundo.

— Mãe, Despina, Hefesto e, você também Poseidon... É uma honra recebê-los aqui, no meu humilde castelo. — eu falei com os olhos marejados, abraçando minha mãe e irmã ao mesmo tempo.

— Minha filha, como é bom lhe ver novamente. Eu senti muito a sua falta, pois faz tempo que você não vai nos visitar. Imagino que seja porque Hades está lhe proibindo. — minha mãe dizia taxativa e com convicção. Porém, eu lhe expliquei os meus verdadeiros motivos e ela entendeu. Bom, pelo menos, ela demonstrava que sim. Depois, seguimos até minha suíte aonde meu esposo fazia Lucky e Nevasca dormirem. O mesmo cantava-lhes canções de ninar, o que deixou todos atônicos diante tão linda cena, pois a maioria deles pensava que meu amado Hades era o pior dos seres.

Os quatro viram nossos filhos, dormindo mesmo. Meu amor entregou um dos bebês nos braços da minha mãe e, o outro nos braços de minha irmã Despina. Em seguida, meu amado saiu da suíte, junto de Poseidon e Hefesto, deixando só nós mulheres ali, junto dos bebês que dormiam tranquilamente — um no colo da avó e a outra no colo da tia.

Enquanto isso, na ensolarada Grécia 16:00 da tarde, praias gregas...

Saga

Minha Ágapite e eu estamos aproveitando a gostosa tarde de sábado, para desfrutarmos um pouco a praia. Ultimamente, eu ando muito ocupado e sem poder dar a minha linda namorada, a devida atenção que ela merece. Isso me faz me sentir muito mal, pois escolhi exercer uma profissão que toma a maior parte do tempo da minha vida — me formei em neurocirurgia e, muitos pacientes precisam de mim todos os dias, sem importar o dia e hora.

Semana passada, Saori e eu fizemos aniversário de um ano de namoro e, eu acabei perdendo o jantar que teríamos juntos, pois cheguei tarde demais de uma cirurgia que durou horas. Ao chegar no nosso apartamento e entrar em nossa suíte, minha bela namorada já estava dormindo. Pensem num cara que ficou super mal...

Para tentar me redimir da minha culpa, no dia seguinte, levei o seu café da manhã para ela, na cama, com a bandeja repleta de tudo o que ela merece e gosta — além de uma rosa que acompanhava o café. Por sorte, minha Ágapite, como sempre, foi compreensiva comigo e me entendeu perfeitamente.

E, como eu havia prometido desde aquele dia, hoje viemos nos divertir e relaxar na praia. Ela me relatou sobre sua intenção de adotar os meninos gêmeos do orfanato Delta. E, eu de pronto, aprovei e aceitei a sua bela atitude...

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