Problemas

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Para Taehyung o dia estava entediante, sua mãe se encontrava na cozinha preparando o almoço enquanto o moreno desenhava em sua parede branca.

Seu quarto era bem simples, não havia uma cama, só um colchão um pouco desgastado no chão e um guarda-roupa velho. O trazendo mil vezes mais aborrecimento nele, lembrou-se de seu pai que antes de falecer tinha deixado uma caixa até que grande, com vários pôster's e alguns discos de sua banda favorita.

Still Loving You tocava na vitrola e o moreno mexia sua cabeça no ritmo da música enquanto terminava de desenhar um por do sol.

— KIM TAEHYUNG! — Tae deu um pulo assustado logo se virando para a porta de seu quarto, vendo sua mãe ali. — Você é um moleque imprestável, só sabe desenhar o dia todo e faz mais nada! Podia ter morrido junto com o seu pai.

A cada palavra que saia da boca de sua mamã, o tom ia aumentando conforme ela ficava mais nervosa. O assustando.

Pegou o pincel da mão de Kim logo o quebrando na frente do mesmo que agora tinha seus olhos lacrimejando.

— EU NÃO ACREDITO QUE VOU TER QUE COMPRAR OUTRA TINTA PARA LIMPAR ESSA SUJEIRA IDIOTA DA PAREDE! — Ela gritou fazendo que automaticamente o menor fechasse seus olhos se encolhendo. 

Ao terminar de olhar o desenho que ainda não tinha se finalizado, puxou os cabelos castanhos de Taehyung e com a outra mão segurou forte o braço de seu filho. Kim tentava se soltar com medo do que viria em seguinte mas não adiantava em nada seu esforço, ela era mais forte.

Naquele momento ele não sentia só a dor física como também era acompanhada com a dor da alma.

Ele queria chorar, gritar, ser forte. Mas essas cenas começavam a ser tão comuns em sua casa que não saia nada de si, suas lágrimas ficavam imóveis, presas. Taehyung ficou inerte enquanto sua mãe batia e dava beliscões em seu braço direito, puxando seus fios.

Em sua cabecinha ele não culpava sua progenitora. Ela sempre dizia que o moreno foi a causa da morte de seu marido sendo a maior perda dela. Talvez ele fosse mesmo o erro.

Depois dessa cena, sua mãe saiu do quarto furiosa para buscar um dinheiro. 

Trocou de roupa já que estava com seu pijama confortável. Quando foi passar a porta da sala para ir na loja de tintas, sua genetriz o parou dando beijos em seus fios bagunçados dizendo que com o troco, ele podia comprar algum doce na volta.

Kim apenas acenou e saiu em direção da lojinha, no meio do caminho teve que se sentar em uma calçada, sua cabeça doía e ele se sentia horrível. Seus braços ardiam fazendo ele se cansar.

Quando ele chegou no local o atendente o abordou estranhamente, não deixando o pagar e logo se oferecendo para sair com ele, oferecendo alguns doces. Apenas negou com a cabeça vendo que sua reação havia mudado em segundos para uma cara fechada. Saiu da loja apressado e lembrou que seu pai antes de partir, sempre o avisou para não conversar e seguir estranhos.

Com a sacolinha em seus braços, comprou duas bisnagas brancas. Ficou olhando tudo em sua volta para se distrair. Recordou que a última vez que passou em uma consulta no hospital, os médicos disseram que ele tinha um desenvolvimento de transtornos psicológicos e apresentava comportamentos como: ansiedade, baixo rendimento escolar e sentimentos de inferioridade.

Sua mãe discordou de tudo, dizendo que era coisa da cabeça deles e que Kim era sim, uma criança bem cuidada e seu ambiente - sua casa - era bom para ele. Obvio que o menor não acreditou em sua mamã, ele realmente se estressa com frequência com coisas bobas e no mesmo momento se fechava com um medo extremo.

Daegu •||• kth + mygOnde histórias criam vida. Descubra agora