6/ A pergunta

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Me lance longe

Jogue esses joguinhos

Agindo da forma correta

Hoje, hoje

(Two feet/Go fuck yourself)

(Two feet/Go fuck yourself)

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  𝐁 𝐄 𝐂 𝐊 𝐘

  QUANDO me mudei, o verão quente de Toronto devora os últimos resquícios da primavera, mas o pátio ainda parecia se apegar á vida. Vibrantes rosas e margaridas ladeavam os caminhos que levavam às escadas.  Agora o verão havia chegado ao seu auge nada atraente. As rosas e margaridas não passavam de lembranças tristes e muchas. Olhar para o pátio agora, derrotado pela estação  é um paralelo seco e sombrio em comparação da forma como ainda me sinto. Derrota e enraivecida.

Me abrir com o reitor Wilson e ele entendeu a situação. Surpreendentemente ele tinha razão '' O amor é uma coisa complicada e a única coisa para ter um relacionamento bom é a honestidade.'' Eu nem sabia o que estava fazendo o que era óbvio, porque mudei o meu curso para o noturno que ninguém em sã consciência estaria. Na verdade, eu só mudei o meu turno para não cruzar com Lisa. Aí está... a verdade.

— Planeta terra para Becky Hunter. — Jason chama. Ouço ele estalar os dedos três vezes. 

— É a sua vez. — Annie fala. 

Estamos sentados de frente um para o outro, diante da mesinha de centro azul da sala de estar. Não tinha ganhado nenhuma rodada. Na verdade, só queria que o tempo passasse rápido. Escrevo a palavra ''P-R-E-D-O-M-I-N-A-N-T-I-M-E-N-T-E'' antes do A.  Ganho um ponto extra. Jason revira os olhos. Annie é muito boa nesse jogo. É difícil ganhar dela.

— Não sei como conseguem jogar isso. — Jason reclama. Annie rir, anotando o placar. 

A maçaneta da porta gira e Dylan aparece ali. Por um instante ele direciona seus olhos curiosos para mim. A porta se abre mais, e ele entra no apartamento.  Não falo com Dylan. Na verdade,  o dialogo mais longo que tivemos foi naquela noite. 

— Não quer jogar com a gente, Dylan? — pergunta Annie. 

— Não. Além disso, você sempre ganha em palavras-cruzadas  fonéticas, maninha. — Faz uma careta. Penso que Annie irá retrucar, mas ela sorrir em deboche. Meus olhos o acompanham pelo corredor até desaparecer em um dos quartos. Olho por cima do ombro algumas vezes. Que imbecil! 

Acompanho distraidamente com  a cabeça o ensaio de Dylan no quarto. Já faz alguns dias que Dylan toca violão no seu quarto por pelo menos duas horas. Digo a mim mesma que fico no quarto de porta aberta apenas para fazer a lição, porque não quero admitir  que o violão é o único motivo que me faz vir ao quarto pontualmente às três horas. As únicas pessoas que estão em casa somos nós. Não sabia bem de quem era aquele quarto, acabei descobrindo alguns dias atrás. Pego o papel, caneta e começo a escrever a letra para essa canção.

Talvez Em Um Verão (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora