A vida de Becky ia bem. Ela está na faculdade, dividia o seu apertamento com a sua colega Lisa e tinha um namorado ''incrível'', Nathan, que ela pensava ser o cara certo. Até o dia em que ela descobre que a sua ex-colega e o seu ex-namorado se pegav...
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''Então, por favor, não leve meu amor embora Deixe meu amor ficar, deixe meu amor ficar. ''
(Let My Baby Stay/ Mc Demarco)
DYLAN
Uma semana depois...
NO MEU SONHO PRISCILLA ESTÁ CAINDO ETERNAMENTE PELA ESCURIDÃO.Caindo, caindo, sem qualquer chance de erguer as mãos para eu pegá-la. Ainda pode ser considerada uma queda, se não tem fim? Eu acordei sufocado com o meu próprio grito, tremendo e suado no sofá da casa de Jeremih. Minha garganta está queimando e meu coração está acelerado. Respiro fundo e lentamente olho em volta, provavelmente, a mãe de Jeremih já havia saído para o trabalho e Jeremih deveria estar dando uma volta com seu cachorro. Enquanto o sol começa a emergir no horizonte, pego a minha camiseta e visto, em seguida, vou em direção à cozinha toda cheia de quadrinhos pequenos de Nova York. Pego o meu celular e tem varias mensagens de Becky e Annie, mas eu apenas desligo o aparelho. Ouço ruído vindo do andar de baixo, tão normal que já sei que é Jeremih chegando. Ele reclama algo com o cachorro, provavelmente por ter feito Jeremih percorrer alguns quarteirões por causa de algum gato. Quando termino de beber a água, respiro fundo e checo o meu celular. A data brilha. Segunda, dezenove de outubro. Dia de ir visitar Priscilla no hospital.
— Pensei que ainda estivesse dormindo, Dylan. —Escuto Jeremih dizer enquanto sobe as escadas. — Minha mãe fez o café da manhã, se você quiser. – Os cabelos ruivos de Jeremih desaparecem quando ele entra em seu quarto.
Eis que eu me lembro: Lembro-me de como vim parar aqui. Lembro-me que eu estava tão transtornado com a situação de Priscilla. Lembro-me de ter pedido para passar um tempo com Jeremih, porque a casa dele só ficava dez minutos do hospital. Lembro-me do olhar decepcionando que Becky e Annie me deram. E depois disso? Eu só lembro-me de ter dirigido até a casa de Jeremih e chorado durante o banho. Talvez essa decisão fosse inevitável. E talvez eu tenha cometido um erro.
Suspiro, tentando imaginar o que Priscilla passou naquele momento da colisão. E agora em coma, como será que ela realmente estar? Será que passando pelas mesmas coisas que no filme ''se eu ficar''? Acha que é um pensamento tolo? Ingênuo? Tente não me julgar. Lembre-se de que somos iguais, eu e você. Também pensei que Priscilla nunca fosse sofrer esse acidente e entrar em coma.
— Dylan? — Jeremih empurra a porta da cozinha e se apoia no batente.— Minha mãe deixou um remédio para dor de cabeça perto do armário caso você não estiver se sentindo bem, irmão.
—Obrigado, Jeremih, mas eu estou legal.— Sei que estou com uma cara péssima, mas espero que melhore até o final do dia. Jeremih suspira como se percebesse que eu realmente não estou bem.
— Ótimo...- Vai até a geladeira. – Escuta, vou precisar sair em instantes.
- Acho que não posso ir ao hospital hoje. – A ideia de não poder visita-la hoje me faz querer chorar.
— Na segunda? — Ele ergue as sobrancelhas. Ele olha para a panela com ovos mexidos; a única combinação de tomate, ovo, orégano, cebola e pimentão que eu gosto. — Aconteceu alguma coisa? Trocaram os dias das visitas?
— Não, Jeremih. — Tento engolir o nó na minha garganta. O pior de tudo é saber que me afastei de Becky por uma semana inteira. Nem mesmo eu estou feliz com o que aconteceu. Acho que faz tempo que tenho tanta saudade de uma pessoal, mas como sentir falta dela todos os dias. É engraçado, não é? Eu amava Priscilla, mas me acostumei com a ausência dela. Contudo, com Becky, é como se eu não conseguisse respirar com a sua falta. Jeremih me examina meu rosto detalhadamente. Sinto como se a qualquer segundo pudesse abrir a boca e dizer alguma coisa que ele ache besteirol e clichê, então olho para a parede.
— Você vai sempre aos dias de visita – Diz Jeremih – Tem certeza que não aconteceu nada?
- É o que eu estou dizendo, Jeremih, não aconteceu nada.
—Já conversou com Becky? - Isto me faz querer rir. Penso no fato que ele me conhece tão bem que começou a ler os meus pensamentos e quase digo: virou vidente, cacete? Eu coloco as torradas e os ovos mexidos no prato, mantendo com os olhos distantes de Jeremih. Ouço uma movimentação e percebo que Goddie deve ter se soltado da corrente. -Porra, de novo não! – Vejo Jeremih correr os fundos da casa.
Suspiro e penso em algo para dizer a Becky quando a gente se encontrar. Mas nada vem. Eu tinha tempo. Não sei como ou porque estou agindo tão indiferente com ela, mas, quanto mais penso no assunto, mais me convenço que estou apenas passando por uma fase ruim. No primeiro momento, logo após o acidente de Priscilla, eu queria me afastar de tudo e todos e disse a mim mesmo que era tudo a minha culpa. Quase todos os dias eu me olhava no espelho e via o cara que provocou o acidente da ex-namorada. Na hora, eu pensei em culpar Becky e meu coração, porém nenhum dos dois tinha culpa. Em alguns aspectos, eu tinha culpa, visto que eu poderia ter telefonado marcando uma conversa ou ter ido lá. Mas ela também tinha a mania de dirigir olhando a merda do celular, conversando, ligando, pesquisando a próxima música para colocar ou lendo mensagens.
Não consigo mais conter as lágrimas e a irritação. Elas vêm todas de uma vez, e, antes que perceba, estou começando a perder a fome. Depois ouço um som de patas. Goddie sempre teve sexto sentindo, mas isso é o que sempre dizem sobre animais, e no oitavo ano, quando Jeremih apanhou de um cara do médio, Goddie tinha deitado perto dele e lambido sua mão toda vez que a sua mãe colocava mertiolate no seu machucado. Não sei o porquê essa lembrança me afetou, mas percebo que Goddie me olha de um jeito diferente. É estranho pensar nisso, mas ao mesmo tempo não é. Ele me olha como se soubesse da minha dor. O cachorro balança o rabo e vem para mim, lambendo e esfregando o seu focinho em minha mão. É como se ele me dissesse que cada pequena coisa vai ficar bem. Bem, eu espero que realmente fique.
* * *
O Jeremih me deixou no estacionamento de cima pouco antes do inicio da tarde. Agora mal posso esperar para chegar ao hospital. Tenho a sensação de que encontrarei as respostas lá. Eu tentei não visitar Priscilla hoje, mas não consegui. Ainda precisava falar com Becky hoje, mas eu tinha tempo.
— Até mais tarde — digo e começo a descer do carro. Abro a porta do quarto de Priscilla e tento me aproximar, mas alguma coisa me freia. A ideia que vem me incomodando há 24 horas, o assunto que tentei discutir com Goddie, o cachorro de Jeremih, enquanto alisava o seu pelo: sobre a possibilidade de Priscilla nunca acordar. Sobre a chance de Becky não querer mais falar comigo.
— Está frio hoje, Priscilla. Eu queria tanto que você pudesse ver isso... Por favor, Deus, a faça acordar. — Eu me inclino sobre a poltrona e a enfermeira entra, me cumprimenta, checa Priscilla e depois sai fechando a porta. Viro e abaixo para olhar para ela. Levo um segundo para pronunciar as palavras, mas balbucio: — Eu te amo, Pris. - Sinto-me tão estranho dizendo isso que soa mais parecido com piano. Nem sei se consegui entender o que acabei de dizer. Respiro depressa, antes que as lágrimas me acometam. Normalmente eu sempre digo ''eu te amo, amor'' para Priscilla, mas é estranho dizer isso para ela agora. Fico com uma sensação estranha no estômago, parte alívio, parte vergonha e parte arrependimento. Enquanto penso no que falar quando, inevitavelmente, encontrar Becky, faço uma pequena oração: ''Por favor, Deus, não leve Priscilla agora...Não a leve para longe de mim. Por favor, Deus, faça Becky me entender. '' E a esperança me mantém vivo.
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Eu queria saber se vocês estão gostando dessa história...será que Becky irá perdoar Dylan? Comenta aqui e vote também, afinal não custa nada. Eu publiquei os dias das postagens dos capítulos das história "Talvez em um verão" e "Avassalador" está disponível na minha caixa de mensagem, e então se você não me segue, siga! Bjs.❤❤