A vida de Becky ia bem. Ela está na faculdade, dividia o seu apertamento com a sua colega Lisa e tinha um namorado ''incrível'', Nathan, que ela pensava ser o cara certo. Até o dia em que ela descobre que a sua ex-colega e o seu ex-namorado se pegav...
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P.s.: Boa leitura!
''É um mundo tão louco, você verá O que eu vejo, quem eu me tornei.''
(Moon River/Frank Ocean)
BECKY
EU NÃO CONSIGO NEM DIZER O QUE ACONTECEU ONTEM À NOITE, antes de adormecer. Tecnicamente, não era qualquer coisa e é provavelmente por isso que estou tão triste, porque eu estou estupidamente chocada. Primeiro, Dylan envia uma mensagem para Priscilla. Então, ele menciona que também quer encontrá-la pessoalmente, embora ele já tenha terminado via SMS, ele acha que é o mínimo que pode fazer. Isso é muito gentil da parte dele.
Mas como tudo mudou a partir disso? Um acidente?
Como ele poderia prever que Priscilla estava indo visitá-lo, novamente, quando enviou a mensagem de texto? Ele queria dizer a verdade.
Provavelmente, a família de Priscilla e Dylan a essa altura já tinham se dado conta de que Priscilla estava em estado grave no hospital. Eu mesma fiquei encarregada de ligar para Jason – porque ele estava com Yollanda quando recebemos a notícia. Dylan era a pessoa mais próxima que morava em Toronto, então a emergência ligou imediatamente para ele, pois foi a sua última conversa que Priscilla viu antes de bater com o carro na rodovia.
Já se passaram sete horas e quinze minutos desde que recebemos a noticia. Está é a primeira vez que consegui comer alguma coisa, Annie me trouxe um suco com um sanduiche de peito de peru. Dylan ainda não me escreveu de volta. A ligação encaminha para a caixa postal. Ele não atendeu as minhas três ligações.
Becky: Dylan, tem certeza que está bem? Por favor, me responda.
E envio mais uma mensagem pela vigésima vez. Talvez ele ainda não tenha encontrado um tempo para ler e responder a mim e explicar como está a situação de Priscilla, mas ele não escreveu de volta a mim depois de visualizar.
Ainda estou na metade do sanduiche, e ele ainda não respondeu, mas eu tento ficar bem. A sensação que sinto não é boa!
Finalmente, depois de algum tempo, Dylan atendeu ao telefone de Annie, dizendo: ''Ela vai entrar em cirurgia agora, mas ainda não sei ao certo quanto tempo ela irá passar lá... Você não sabe como eu estou me sentindo, Annie... Por favor, pode trazer algo para eu poder comer?'', ele diz. '' Vai dar tudo certo, Dylan... Eu vou encontrar com você aí. Beijos. '', ela responde.
Eu provavelmente não deveria estar me sentindo tão culpada. Eu deveria apenas confortar a todos. De agora em diante, eu deveria enxugar as minhas lágrimas e ajudar Annie a preparar um lanche para Dylan. Estou orando aos céus que Priscilla saia logo bem da sala de cirurgia, porque eu tenho a absoluta certeza que não sei se saberia lidar com a culpa.
Achei que seria uma boa ideia Dylan escrever para ela na noite passada quando descansamos da viagem, e disse a mim mesma que estava bem com isso. No entanto, algumas horas depois das dez da noite, Annie vêm me acordar nas pressas. Eu não podia ignorar o nervosismo que se apossou de mim. Digo a mim mesma que o meu corpo está tendo essas reações, porque eu fiquei em choque com a notícia, mas se fosse o caso, por que eu sinto culpa? Arrependimento? Eu fecho meus olhos e gentilmente coloco meu prato e meu copo sujo na pia, enquanto tento inalar uma respiração estável.
* * *
Faz dois dias desde que Priscilla sofreu o acidente. Desde a noite passada não vejo mais Dylan. Isso não é culpa dele, no entanto. Eu tenho certeza que a culpa também não é minha. A culpa é do destino, porque é a própria coincidência, e eu serei forte. Eu posso fazer isso. Eu abro a porta do quarto e me afasto quando uma enfermeira entra para checar Priscilla. Ela caminha determinada para a cama, em seguida, checa seus batimentos e injeta algo em Priscilla. Sento-me na poltrona. Cinco minutos depois, a enfermeira sai do quarto, encontro toda a minha fé, e faço uma oração, baixinha, para Deus. Eu me aproximo da cama de Priscilla. Olho para a bonita garota cheia de aparelhos, arranhões e pontos. Eu deixo as flores que trouxe perto da janela. Ajeito o travesseiro de Priscilla, de algum modo ela precisava disso. Eu continuo a observar com cautela, como se estivesse procurando algo para dizer. Eu deslizo a minha língua pelos lábios, em seguida, passo a mão no rosto.
Alguns segundos se passam, e ela não acorda. Um ''Deus tenha piedade. '' Passa em meus lábios, e continuo a olha-la como se isso diminuísse mais a minha culpa.
E isso é tão malditamente triste. Eu suspiro e coloco a minha mão sobre a boca enquanto meus olhos se enchem de lágrimas. Inclino o meu rosto para o teto, porque não consigo controlar o que eu sinto. Ela deveria estar aqui. Era exatamente o que todos queriam. Eu continuo a observá-la, e seu rosto não transmite nenhum índice de que vai acordar agora. Exalo, em seguida, fecho os olhos. Quando estou mais calma, olho para ela e falo:
- Eu sinto muito, Priscilla... Você não sabe o quanto eu sinto... Espero, profundamente, que você fique bem. – Sorri e limpo as minhas lágrimas. Nunca, em toda a minha vida, eu quis que uma pessoa acordasse tão rápido de uma coma. Eu queria tanto que dói fisicamente.
* * *
As paredes do meu peito parecem como se estivessem se fechando no meu coração, e eu sequer percebo que já cheguei ao apartamento, até que Annie vira-se para mim, assustada. Eu balanço minha cabeça, não querendo que ela se preocupe comigo, mas as fungadas que dou em meu nariz comprovam o contrário. Posso sentir a presença de Annie, mas ainda continuo com as mãos no rosto. Eu passo minha mão para cima, até que esteja na base da minha garganta, e então deslizo para cima ainda mais longe, até que meus dedos e palma estejam alinhados contra o meu pescoço. Annie chega mais perto de mim, para que ela possa me envolver em um abraço, porque ela percebe que a uma enorme necessidade de me envolver em seus braços, e eu me permito ser envolvida por ela. Eu sinto engolir enquanto olho para o teto.
- O que está acontecendo, Becky? – Annie pergunta. Já estou com a mentira engatilhada, mas sinto que não adianta mentir e esconder algo dela.
- Já se sentiu culpada por algo, teoricamente, que você não teve culpa? – Pergunto. Os olhos dela estão pregados no meu rosto, mas continuo olhando para o teto. Annie passa alguns segundos assim, me observando, como se estivesse procurando algo que se encaixe com o meu sofrimento. – É exatamente assim que me sinto. Eu me sinto como se tudo tivesse sido a minha culpa. Ou talvez seja paranoia da minha cabeça. Talvez seja a culpa que sinto por, de algum modo ter incentivado Dylan a mandar aquela mensagem, Annie... Se ela não tivesse aberto, t-talvez... Ela não tivesse perdido o controle do carro. Talvez se eu não tivesse me envolvido com Dylan... E-eu só quero que ela saia daquele estado logo, porque ela não merece aquilo. Eu sei disso! A cada minuto que se passa, Dylan se afasta de mim... Sinto-me como se estivesse me tornado naquilo que eu mais repugnava, Annie... Eu sinto que me tornei uma nova Lisa. - Sinto meus olhos cheios de lágrimas. Meu subconsciente deve estar conspirando contra mim.
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Q dó da Becky, né, gente?!
Bem, ainda não tenho os dias certos para as postagens, mas garanto que vou resolver isso o mais breve possível! Entt para quem ainda não me segue, siga o meu perfil para saber sobre todos os comunicados que posto lá na caixa de mensagens. Um beijo e boa noite! ❤❤❤