Capítulo 5 - Brilho e Ouro

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¹ do svidaniya = Adeus em Russo.



                                                          "Eu sou de carne e eu sou de osso
                                                             Erguendo-me, feito brilho e ouro"




 Era cedo, a neblina dominava a cidade, estava frio demais para o final daquele verão e começo do outono. O sol ainda não havia se erguido, não passavam das 05hs00 da manhã, a rua vazia e silenciosa, o ar gelado dava a pequenas agulhadas na pele de quem infelizmente precisava sair daquela hora para trabalhar. Do outro lado da rua, no beco mal iluminado, havia um homem encostado a parede, quase camuflado na escuridão apenas a ponta do cigarro acesa era vista ao ser tragado.

— Há homens la dentro. - a voz surgiu de repente se aproximando. — 10 no máximo, nada que não podemos resolver.

— Não há nada que não podemos resolver.

                                                           "Eu tenho fogo em minha alma"

 Caminhando para luz, o cigarro foi jogado no chão, Derek e Caleb encararam fixamente o armazém abandonado logo a frente, ajeitaram a roupa enquanto atravessavam a rua seguiam determinados e sérios. A corrente que trancava o portão fora quebrada, entraram facilmente, Caleb ergueu o olhar para as janelas no andar de cima, Derek parou do outro lado analisando a porta de ferro. Houve uma breve conversa silenciosa com a troca de olhares, Derek puxou a arma escondida dentro do casaco, Caleb pegou uma granada tirando o pino e logo em seguida a lançou certeiramente pelo vidro quebrado.

 Um flash explodiu dentro do armazém, houve barulho do lado de dentro, as vozes masculinas gritaram, passos pesados correndo, o som da porta sendo estourada os deixou ainda mais alarmados, mas não tiveram tempo de se posicionar, não enxergavam absolutamente nada pela escuridão e a visão prejudicada pela granada de luz. Os primeiros tiros disparados pela dupla que acabara de entrar foram certeiros, a cabeça daqueles homens foi violentamente para trás após a bala atravessar a testa.

                                                        "Você caminha pelo vale dos reis?"

 Dividiram-se. Caleb deu mais dois tiros no homem à sua esquerda, chutou a mesa que estava à frente se abaixando ao avistar uma metralhadora, os tiros marcaram o metal, instantes depois ergueu-se novamente e atirou explodido o olho direito do idiota. Pulou a mesa, abaixou-se pegando a arma no chão a recarregando, a frente subia mais seis homens, checou o seu lado direito e assoviou. Derek havia quebrado o braço do garoto loiro que se ajoelhou e não teve tempo gritar pois o cano da pistola foi posto em sua boca e o gatilho puxado. Apenas com o canto dos olhos avistou o parceiro e trocou o pente da arma. Correu para o lado direito onde estava as pilastras mesclando-se ao escuro, os tiros de Caleb foram ouvidos, e outras balas passaram raspando no cimento ao seu lado. A luz de uma lanterna acendeu, sem hesitar ele puxou o aquele braço o batendo contra a pilastra, o tiro repentino pegou de raspão do ombro esquerdo de Derek, furiosamente ele socou o rosto daquele cara, segurou em seus cabelos e bateu sua cabeça no cimento, diversas vezes.


 Finalmente a luz do armazém fora acesa, aqueles seis homens estavam prestes a se separar quando um deles gritou e apontou arma para Caleb que ergueu as mãos jogando a arma no chão.

                                                        "Você caminha à sombra dos homens
                                                        Que venderam suas vidas por um sonho?"


— Amarrem-no, façam esse filho da puta falar pra quem trabalha....

 O homem tatuado se engasgou com a última letra, seus capangas viraram no mesmo instante, ele caiu ajoelhado com as mãos na garganta onde havia uma faca atravessada.

— Ele trabalha pra mim. - Derek disse já erguendo a submetralhadora.

 Caleb puxou a faca presa na perna cortando a jugular de um dos homens que se distraíram enquanto tentaram prendê-lo, imobilizou o outro que recebeu os tiros do companheiro, pegou a pistola dele e atirou contra o resto deles.

— Patético. - Caleb disse ao ver o amigo atirar no último deles. — Com certeza não foram treinados por mim.

 Derek apenas lhe lançou um olhar, abaixando-se, procurando algo nos bolsos daqueles corpos, o outro suspirou pesado, não havia tanta emoção naqueles tempos, não havia desafio, algo que desse a adrenalina necessária para se sentir vivo. Desceu aquelas escadas chegando a um depósito, havia um cofre gigante do outro lado das grades e ambos tinham um escâner de digital, as câmeras no canto o fizeram dar um passo para trás.

— Traga os corpos. - gritou checando a munição da pistola e mirou. — do svidaniya¹ Jordene.

 E atirou nas câmeras.

                                                         "
Você reflete sobre o jeito das coisas
                                                                     No escuro..."

G.U.Y. - Sob as Luzes da CidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora