Capítulo 15 - Segredos & Sangue

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As  coisas começaram a ficar doidas galerinha hehehe *risada maniaca da autora*, espero que
se divirtam. Apareçam no instagram para spoiler seus lindos, (rollike_abuffalo)
.

   Natasha abriu os olhos, sua visão estava turva, a cabeça latejava demais, não conseguia se mexer direito, seu corpo estava pesado, parecia que era carregada e de repente, tudo escureceu

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Natasha abriu os olhos, sua visão estava turva, a cabeça latejava demais, não conseguia se mexer direito, seu corpo estava pesado, parecia que era carregada e de repente, tudo escureceu. Quando acordou outra vez, a visão se acostumou a péssima luz, mexeu-se e não conseguiu sair do lugar, ergueu o rosto vendo seus punhos presos a correntes e aquilo de imediato lhe causou um ataque de pânico. Não era possível, aquilo só poderia ser um pesadelo, não podia voltar para aquele porão aterrorizante e escuro onde passou horas chorando desesperada apenas para o divertimento de sua mãe. Ela se mexia com tanta violência, as correntes batiam e machucavam a pele a cortando, Natasha estava cega de medo, mas seu medo era de ver a mãe surgir de repente para feri-la ainda mais.

Ela não distinguia a realidade e a ilusão. Um trauma que leva por toda a vida, sentir as mãos atadas, aquela escuridão parcial, trazia suas péssimas lembranças de infância a tona e naqueles momentos, Natasha não tinha controle nenhum, praticamente não existia aquela garota racional, apenas, a pobre criança esperando que seu tempo de castigo passe. Foi então que parou de se debater, o sangue na escorria pelos braços, mas nem notou, apenas fechou os olhos e ajoelhou.

E do outro lado daquele lugar, também com os punhos atados, Liane a observou sem entender. A chamou, gritou, mas nada de Natasha a ouvir e de repente parou, seja lá o que tenha sido, começou um extremo ataque de pânico na pobre menina. Ergueu o olhar tentando identificar onde estavam, mas só havia uma mísera lâmpada no meio daquele maldito lugar e a mulher não estava nas melhores condições da sua visão. Suspirou pesado balançando a cabeça, quer merda era aquela? Onde foi se enfiar?

Então aguçou a audição, haviam homens caminhando do lado de fora, estavam conversando. Fechou os olhos se concentrando, mas não conseguia ouvir, abaixou a cabeça ao ouvir o extremo barulho da porta sendo arrastada, aquilo eram rodas, um pequeno trilho então a porta era de um armazém, provavelmente não estavam longe das docas. Contando os passos... talvez, três... não, eram quatro homens, ouviu as correntes serem soltas.

 – Quem é a garota? - Um deles perguntou.

E o que vamos fazer com ela? - Outro parecia bem incomodado com o fato de Natasha estar ali.

Ela está sangrando, cuidado, não a machuquem. Levem-na para o escritório.

Quando os passos e as vozes ficaram distantes, Liane ajeitou-se e sem pensar descolocou o polegar da mão direita conseguindo soltar o punho e com a mesma facilidade soltou-se por completo, ajoelhou-se no chão escutando seus dedos estralarem, mas nem se importou mais com a dor. Respirou fundo e começou alongar-se mesmo que seus músculos parecessem rasgar, escondeu-se na escuridão, aquele pouco tempo seria o suficiente para recuperar sua força.

Não pode dizer quantos minutos foram até ouvir outros passos se aproximando, a porta se abriu, dois homens entraram e o Liane não deu tempo para que pensassem, avançou contra aquele do lado direito fazendo-o bater a cabeça contra a porta. Não estava ágil como deveria, mas, foi o suficiente para impedir o outro de sacar a arma. Quebrou seu braço esquerdo o levando para uma posição anormal atrás das costas, tapou a boca dele e por fim, quebrou seu pescoço. Liane vasculhou seus corpos, não havia nenhum comunicador, rádio até mesmo celular e aquilo era estranho, suspirou pesado pegando suas armas e saindo dali, precisava encontrar Natasha.

Passou pela fresta da porta, aquele armazém estava ainda mais escuro, as janelas ao topo tinham madeiras bloqueando qualquer tipo de luz, mas podia se adaptar aquilo. Caminhou cautelosamente pelos cantos, aproveitando a escuridão, mantinha silenciosa e atenta aos homens de branco que patrulhavam, não fazia ideia de quantos eram, então era melhor manter-se furtiva o máximo que conseguisse. Ela ouviu algumas vozes, mas não se importou em entender o que diziam, apenas se manteve escondida atrás daquelas caixas observando o segundo andar onde a luz estava acesa e julgou que ali seria o escritório. Foi abaixada até próximo a escada, escondeu-se rapidamente vendo alguém descer e seguir em frente ajeitando a máscara branca, respirou fundo e subiu os degraus pulando alguns, encostou na parede avistando mais dois parados em frente a porta.

O que devemos fazer? – Liane ficou em silêncio, ouvindo.

Não podemos tocar nela, não sabemos quem é e também, a garota não consegue falar absolutamente nada.

Alguma novidade do grupo Alfa?

Liane supos que a resposta tenha sido um aceno, porque não falaram nada.

Vamos terminar o serviço e depois, tentamos contato com os demais para saber como proceder com esse imprevisto. Acabe com a assassina.

A porta foi aberta e fechada, Liane puxou a faca ouvindo passos se aproximarem, ele passou ao seu lado em direção a escada, e teve outra ideia. Caminhou por trás dele que se assustou, mas não pode reagir, os braços dela apertavam seu pescoço com força, pode ouvi-lo engasgar, tentava puxar o ar sem sucesso, o arrastou novamente para escuridão, até que parasse de estrebuchar, morto. Bufou largando seu corpo, tirou a jaqueta e depois a máscara branca que ele usava, não reconheceu o rosto, mas também não importava, por fim retirou a blusa branca a vestindo logo depois a máscara.

Levantou caminhando para o escritório, olhou pela janela e Natasha estava sentada em uma cadeira seus olhos vendados e os punhos enfaixados, mas preso a uma algema na porta do armário. O outro homem parado a sua frente, talvez tentasse tirar alguma informação, só que diferentes dos métodos tradicionais de intimidação e tortura, apenas, falava. Liane bateu levemente no vidro, ele se virou analisando quem era e logo fora em direção a porta a abrindo.

Onde ela está? - A lâmina atravessou seu queixo saindo pela boca, Liane tirou a máscara e sorriu.

– Surpresa...

Retirou a faca deixando o corpo cair no chão, checou o corredor rapidamente antes de fechar a porta, chutou o homem e vasculhou pegou a pequena chave que estava em seu bolso. Foi em direção a Natasha soltando-a das algemas e tirou sua venda.

– Ei... ratinha. - Chamou em voz baixa segurando seu ombro. Ela tinha as pupilas dilatadas, encarando um ponto, respirava de maneira descompassada sentia seu corpo tremer. – Merda... Natasha, preciso que me escute, nós temos que sair daqui.

Natasha a encarou, mas não a reconhecia, apenas balançou a cabeça.

– E-eu não posso, ela não deixa... tenho que esperar o meu castigo passar.

Claro que Liane não entendeu do que se tratava, mas era obvio que Natasha estava em choque, a confusão mental, um intenso conflito entre sua memória e emoções não a deixavam fazer nada. Seja lá qual for, era um trauma muito grande, acariciou o lado direito de sua cabeça vendo um corte em sua testa provavelmente feito quando a derrubou para não levar um tiro. A mulher levantou após aquele barulho alto no andar de baixo, abriu a porta correndo apoiando-se na grande tentando identificar, mas estava escuro, conseguia distinguir apenas os homens de branco que se movimentavam e para seu desespero eram muitos. Com a troca de tiros no andar de baixo ela entrou novamente e puxou a menina pela mão, precisava aproveitar aquela distração.

Foi trabalhoso ter que puxar Natasha pelo braço enquanto corriam pelo corredor do andar superior, Liane tinha que dividir a atenção entre o tiroteio abaixo e cuidar para que nenhuma delas recebesse uma bala perdida. Parou bruscamente ao encontrar homens subindo a escada, puxou a arma colocando Natasha atrás de si, mais 3 deles vinham pelo outro lado.

– Merda! - Trincou os dentes furiosa, não tinha como fugir. Se ela atirasse eles revidariam e poderia acertar Natasha também.

Então as mãos da menina tocaram sobre seu ombro, aproximou-se apontou para cima.

– Os cabos.

Gênio. Liane nem esperou e atirou no suporte daqueles cabos de aço que se soltaram, a escada balançou e começou a cair, atirou no último vendo-os despencar. Foi puxada e pelo caminho que vieram aqueles três homens se aproximavam.

– Natasha... Quão racional você está agora?- Perguntou a mulher que trocou o pente da arma e depois puxou a faca novamente.

– Como assim? - Liane a puxou a pontou a arma em sua cabeça e a faca próximo ao pescoço. – Liane!

– Eles não sabem quem você é, não podem te machucar. - Sussurrou caminhando para frente a fazendo de refém. – Quando tiver uma brecha, você corre.

Liane matinha os olhos atentos a qualquer movimento, eles apontavam para ela, mas não moveram um músculo enquanto se aproximavam, aquele sorriso vencedor surgiu no canto de seus lábios, sem aviso empurrou Natasha que andou aos tropeços para frente. A menina segurou no corrimão da escada escorregando nos primeiros degraus, mas conseguiu não cair, abaixou ali e só pode ver um daqueles homens ser chutado para fora da grade de segurança em queda livre. Mesmo ferida, Liane tinha velocidade e precisão, a faca cortou pontos precisos, seus tirou também acertaram a cabeça deles como se fossem massinhas furadas com um canudo.

Natasha encarou os próprios punhos estavam enfaixados, mas não sabia o porque e para dizer a verdade, ela não fazia a menor ideia de como chegaram até ali, nem se ter visto Liane depois de bater a cabeça no chão daquele escritório. A mulher se aproximou a puxando pelo braço e começaram a descer.

– Como voltou ao normal? - Perguntou ela a puxando para o canto onde uma pequena brecha de luz iluminava. E claramente Natasha não entendeu. – Garota até alguns minutos atrás você estava em completo choque, não falava coisa com coisa, teve um ataque de pânico. - Apontou para as faixas. – E foi feio.

Ela ergueu o ombro sem saber responder, Liane bufou e balançou a cabeça.

– Pelo amor de deus, você é muito estranha. - Comentou e no momento seguinte a puxou para baixo ouvindo mais tiros. – Esquece, a gente precisa sair daqui, tem muito daqueles desgraçados de branco.

– Sabe quem são? - A viu negar, estava ajoelhava olhando para frente, a porta do armazém está aberta, chovia e ventava demais. – E como vamos sair? Você está muito ferida.

– Escuta garota. - Se virou. – Você tem que sair daqui, não eu, para começo de conversa, nem deveria estar aqui. - Balançou a cabeça. – Eu sei porque veio e não foi por mim. - Levantou-se a puxando junto, caminhavam praticamente coladas na parede. – E não sei se Derek está vivo...

Aquela frase na verdade era um pensando dela que deveria ter ficado dentro da cabeça, elas pararam atrás de algumas caixas ao ouvirem vozes e passos.

Acha que ele morreu? - Natasha sussurrou encarando sua silhueta, Liane agradeceu a escuridão, porque sua expressão dizia que sim, mas apenas ergueu os ombros.

Eles disseram algo de grupo alfa... Não duvido nada que foram atrás dele.

Porque?

Como vou saber garota?! 

 Mentira, ela sabia muito bem o porque, mas do que adiantaria dizer? De repente as luzes do armazém foram acesas, ambas cobriam o rosto ficando brevemente cegas, vozes gritaram perto, Liane nem esperou a visão acostumar, puxou Natasha rapidamente. Só que estava machucada, mancava apesar de todo seu esforço, não aguentaria, acabou caindo de joelhos, estava prestes a dizer algo, mas a menina não desistiu e a levantou de novo. Aos tropeços foram ao centro iluminado, havia muitos corpos no chão, sangue nas caixas, pilares, um homem apareceu de repente agarrando Natasha fazendo-as se separarem. Liane estava pronta para revidar, mas não teve tempo, também foi pega sendo arrastada para longe, por mais que se debatesse, não tinha forças.

G.U.Y. - Sob as Luzes da CidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora