Capítulo 17 - Memórias Despedaçadas

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Olá meus amores, como estão? Espero que bem. Peço desculpas pelo atrasado, mas meu pc decidiu excluir e corromper meus capítulos, então tive que refazer quase do zero. Triste... mas tudo bem.  E um outro aviso, esse capítulo tratará de assuntos pesados, como traumas e síndromes, como isso pode afetar a vítima e que serão explorados mais para frente também. Boa Leitura <3

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"Você me acorrenta, ainda especulando
Nunca é o suficiente
Mas logo você verá que eu sou indomável
Eu sou incontrolável"

 Sabe quando você se sente sufocado? Mas, na verdade, não sabe o por que está daquela maneira? O peito doí como se alguém pisasse nele, a falta de ar, sua mente começa a criar situações horríveis que possam acontecer naquele momento, não importa onde esteja. Você quer chorar, gritar, sumir, arrancar a queimação no estômago, mas não consegue. Ao mesmo tempo, não quer falar com ninguém, pois não há nada que possam fazer. Expor-se é totalmente incomodo, não quer que saibam o que pensa ou sente, nem mesmo quando está feliz. E por que?

 Porque o mundo gosta de destruí-la. 

 O entusiasmo e alegria somem com um comentário amargo, os pulos animados tornam-se motivos de humilhação por parte das pessoas que não gostam de tal euforia. E piora quando está triste, fazem questão de apontar seus defeitos, o comparam com outros "bem-sucedidos" o quanto você é patético perto deles. Seu esforço é ignorado, como se fosse um preguiçoso, esperando que alguém faça por você.

 O mundo é podre, corrupto, falso e hipócrita. Nada está bom, nunca somos bons o suficiente e se você é... Provavelmente estão te julgando. Comentários maldosos, se perguntando quem o colocou em tal posição na empresa, como conseguiu a nota mais alta. Seus feitos nunca são seus e sim de alguém que te ajudou a chegar onde está. O ser humano é nojento, invejoso, mesquinho e fazem questão de corromper aqueles que ainda tentam ser bons. Porque... Se eles não podem ser justos, ninguém pode.

 Natasha sentia-se assim, cercada, não existia um lugar que pudesse estar livre, tinha certeza que alguém a observava, estudava sua rotina, confiar nos outros tornou-se impossível. E por mais que tente, ela não quer mergulhar em amizades novas tão profundamente, nem mesmo vendo os sinais sinceros das pessoas a sua volta. Todos podem ser bons mentirosos como Derek. E por que acreditar e "perdoar" Caleb, se ambos fizeram a mesma coisa? Caleb nunca tentou uma aproximação forçada ou com segundas intenções, sempre deixou claro sua posição, seu trabalho. A expressão sempre séria e de poucos amigos. O cargo de chefe da segurança era um ótimo disfarce, explicava muito seu silêncio e a postura intimidadora, claro e seus sumiços.

 Ela acabará de limpar a cozinha, guardando o último copo, suspiro pesado olhando através da janela para o quintal dos fundos, não havia nada. Deu as costas caminhando em direção de seu quarto, estava sozinha em casa, seu pai fora a fisioterapia, insistiu dizendo que ela não precisava o acompanhar, mas a menina sentia-se culpada, não gostava de deixá-lo sozinho, mesmo que a recuperação esteja indo bem. Amália estava trabalhando e Caleb... sabe lá onde estava. 

 Parou de repente no corredor e deu a volta para o escritório onde ele ficou durante horas. Amália o deixou ficar ali porque segundo informações a casa de Caleb fora destruída pelos homens de branco ou Ceifeiros, o que ambos não tinham certeza se eram. Ela tinha que dizer, ele é estranho, parece que não dorme, a impressão que passa que seus ouvidos e olhos estão sempre em alerta, esperando um ataque a qualquer momento. Perguntava-se o que já haviam passado e sinceramente era algo que aguçava muito sua curiosidade.

 Caminhou pelo escritório, analisando e tudo estava organizado, nenhum sinal das suas coisas, só que a menina conhecia aquela casa com a palma da mão e todos seus "esconderijos". Aproximou-se da estante de livros e alguns troféus de Amália, abaixou-se abrindo o armário inferior, tirou algumas caixas do caminho, apalpou a madeira até encontrar aquele pequeno chão onde encaixou os dedos e puxou. O fundo falso saiu com facilidade e nem hesitou vasculhando, encontrando um envelope com um pouco pesado, tirou-o dali e levou até a mesa. Por alguns segundos, pensou se realmente queria ver o que tinha ali dentro, Caleb ainda queria conversar e contar as coisas, só que Natasha estava cansada de sempre ter que esperar e seguir as ordens. 

G.U.Y. - Sob as Luzes da CidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora