Capítulo 9 - Sonhos mais loucos

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"Da próxima vez que agir como um amador ou um adolescente mimado na frente de um inimigo juro que eu mesmo te mato."

 Após ter deixando o amigo para trás, Caleb seguiu em direção a única pessoa que o suportaria aquela hora da manhã

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Após ter deixando o amigo para trás, Caleb seguiu em direção a única pessoa que o suportaria aquela hora da manhã. Nem mesmo ele conseguia se concentrar, estava irritado, a atitude de Derek diante aquela mulher o enfureceu, sabia que sairia do controle.
Estacionou a moto próxima a calçada, caminhou em direção a porta marrom e tocou a campainha, mas sem esperar a resposta tirou um pequeno molho de chaves e destrancou a porta. Passou pela sala e entrou na cozinha vendo Amália de braços cruzados.

- Eu tenho que trocar a fechadura de novo Caleb? - Ele ergueu os ombros.

- Sempre vou conseguir a chave. - Disse sentando-se naquele banco apoiando-se no balcão. - Su casa, mi casa.

- Minha mão na sua cara! - Riu a vendo dar as costas voltando a fazer o café da manhã. - O que fiz para ver você até no final de semana? Eu tive uma noite e tanto.

- Uma noite tanto sozinha acredito eu. - Se virou e ergueu a espátula. - Ah não, ela está me ameaçando com utensílio de cozinha, o que farei?

- Como eu te odeio.

- Odeia nada.

- Queria colocar sua cara na frigideira pra ver se melhorava alguma coisa. - Ele riu outra vez. - Fala logo Caleb, você só aparece quando precisa de mim.

- Sinceramente, só precisava de um lugar... familiar. - Passou os dedos nos fios de cabelos antes de suspirar pesado. Amália colocou um prato de ovos mexidos com bacon a sua frente. - Obrigado.

- Está preocupado, o que houve? - Ele comeu um dos bacon e não respondeu, Amália voltou para o fogão. - Sabendo que não tem sentimentos. - Começou ela. - Provavelmente seu problema envolve algum deles, e eu chutaria, amor.

- Eu sou uma pedra pra você não é? - Acompanhou pegar outro prato e sentar-se a sua frente. - Sabe que já amei.

- Um passado muito, muito distante, ninguém pode dizer que era amor. - Se encararam naquela lembrança que compartilhavam no silêncio. - Conte o que aconteceu.

- Ele... - Disse simplista voltando a comer.

- Derek? Apaixonado? - Ela sorriu de canto. - Então eu não estava tão bêbada assim ontem.

- Ele disse algo? - Amália balançou a cabeça.

- O silêncio confessou.

- Isso não é bom.

- Não se pode mandar no coração Caleb. - Retrucou ela recebendo um olhar desaprovador. - Faça a cara que quiser, não pode impedir Derek de amar alguém.

- Ele não a ama. Esta iludido por uma vida que não pode ter. - Amália apoiou os cotovelos sobre a mesa. - Sabe muito bem o que aconteceu entre a gente.

- A minha história com você é outra Caleb. - Os olhos de Amália pareciam queimar em fúria e mágoa. - Eu perdi alguém muito importante na minha vida e quando mais precisei, você me deixou.

- Eu te deixei exatamente para proteger você! - Ela riu de forma irônica balançando a cabeça. - Sua irmã morreu por minha culpa, não podia deixar que machucassem você também.

- Minha irmã se matou Caleb, não a prova alguma de assassinato. - Se levantou pegando o prato e deixando dentro da pia. - Você simplesmente foi, porque não sabia lidar com isso que chama de sentimentos, não tem empatia por ninguém além si mesmo.

- Amália... - Caleb respirou fundo. - A questão, é que essa pessoa está em perigo se ficar ao lado dele até mesmo se não estiver. Ele sabe disso.

- Eu sei o que vocês são... - Disse por fim o encarando. - Isso não me impediu de amar você, um animal descontrolado. - Caleb desviou o olhar. - Não pode impedir Derek de amar alguém, porque você teve medo. Todos nós sabemos as consequências, tomamos nossas decisões conscientes.

- Não sabe como realmente podemos ser... - O tom de voz dele tornou-se sombrio. - Sentimentos e empatia não servem para absolutamente nada, um deslize, uma brecha e você é morto.

- Vocês já são mortos, por dentro. - Aproximou-se. - São como máquinas que recebem ordens e as seguem, não tem propósito próprio, sonhos, desejos... Tudo é primitivo. Raiva, ódio... São como ogros, quando veem algo delicado e bonito, tem medo de machucá-lo, porque nunca havia visto algo "frágil". O mundo em que vocês vivem é acinzentado, eu diria... preto, braco e vermelho, os sentimentos trazem essas cores de volta e isso... Assusta vocês, porque não querem o perder.

- Não queremos ter fraquezas, não queremos que outros nos dominem. Não seriamos bons no que fazemos se fossemos iguais aos normais.

- Eu nunca fui sua fraqueza, e sim uma distração. Por isso apenas me deixou. - Ela disse ajeitando a camiseta se afastando direção a sala.

- É a mesma coisa com Derek. - Amália revirou os olhos vendo Caleb se aproximar.

- Qual seu problema? Não interessa a você quem ele gosta ou não, deixe-o viver a própria vida enquanto ele ainda tem.

- Não se tem vida Amália, não somos pessoas normais, eu realmente não me importo com quem se machuca ou não, tenho prazer em machucar os outros, mas também tenho a consciência de ter uma vida inocente nas minhas mãos, e ela ser perdida.

- Não... você não dá a mínima pra vida de alguém. - Amália o confrontou, poderia ser um pouco mais baixa que ele, mas a imponência não falhava. - Você só se importa com seus benefícios, no que ganhará e perderá. E Derek apaixonado, o faz ser vulnerável, mas não da maneira ruim, o faz desejar outra vida, e isso, faria com que ele se afastasse de você e do que vocês eram. - O empurrou. - As pessoas são como os pentes vazios de sua arma, você descarta e coloca outro.o são nada.

Se virou lhe dando as costas, passou a mão no cabelo tirando alguns fios que caíram em seu rosto, suspirou pesado.

- Você tem razão. - Caleb disse finalmente. - Sobre tudo, mas tenho certeza que mudara de opinião se soubesse quem é.

- Não é da minha conta. - Retrucou.

- Ela tem um alvo pintando em neon na cabeça e junto a ele... Não durara muito tempo. 

– Caleb, não posso fazer nada, sinceramente duvido muito que seja tudo isso.

G.U.Y. - Sob as Luzes da CidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora