Thaís
Acordei com o maldito barulho do despertador, minha vontade era tacar o celular bem longe, e não fiquei só na vontade, atirei longe, com gosto, não é meu mesmo.
Ouvi o barulho da porta abrindo e resmunguei alguns palavrões bem baixinho para ele não ouvir.- Acho que vou ganhar um celular novo. - Alex falou ao entrar no quarto.
- Vai sonhando. - falei ainda de olhos fechados.
- Você tem que levantar, vai se atrasar para a consulta.
- Depois eu ligo e peço para remarcar, quero dormir.
- É a terceira vez que você remarca, para com isso.
- Você não manda em mim.
- Saco, Thaís, levanta logo.
Me estressei, ele mais uma vez conseguiu tirar minha paz matinal. Virei pra ele, fiz um gesto obsceno (mostrei o dedo sim, não sou obrigada) e mostrei a língua, atitude infantil? Sim, mas eu ligo? Não.
- A dona Nina já colocou o café na mesa, eu estou saindo.
- Vai tarde.
Viver ao lado de Alex tem se tornado um sacrifício pior a cada dia, não sei como ainda estou aguentando, mas tenho que levar ao pé da letra a frase dita a vida inteira pelo meu pai "aparência é tudo".
Levantei só com a força do ódio, mas levantei, já é um começo. Entrei no banheiro e joguei água no rosto para despertar, fiz o que precisava fazer, olhei para o chuveiro, o chuveiro olhou pra mim, tomei banho ontem à noite, não preciso de um agora. Vesti a primeira roupa decente que encontrei no closet e desci. Peguei minha bolsa que estava em cima do sofá, e peguei a chave do carro no chaveiro.
- Bom dia, dona Thaís, já está saindo? Não vai comer? - Dona Nina perguntou ao me ver.
- Não estou com fome, e estou atrasada. Até mais tarde, Nina. - falei e saí, obviamente menti que não estava com fome, só não queria tomar café em casa.
Estava parada no semáforo, e pelo trânsito, deduzi que chegaria atrasada ao consultório, então resolvi ligar para avisar. Abri o bolso de fora da minha bolsa para pegar meu celular, mas não achei. Revirei minha bolsa e nada também, olhei no carro e nada dele, ótimo, mais uma coisa para a lista de acontecimentos ruins do dia.
Voltei para casa para buscar o celular, mas minha vontade era ficar por lá mmeso.Cheguei e chamei por Nina, mas não houve resposta.
Entrei o o único barulho era o do aspirador.- Nina? Alex?
Novamente ninguém respondeu.
- Nina? - chamei novamente
Nada também. Resolvi subir e procurar meu celular em meu quarto, era bem provável que ele estivesse lá. Subi, andei pelo corredor, e o som do aspirador se misturou com uma música, que não dava para entender direito, mas eu podia escutar a melodia, e os dois vinham do meu quarto.
Coloquei o ouvido na porta e achei estranho, Nina sempre ouve música nos fones. Resolvi abrir a porta de uma vez, e a cena que eu vi me deixou impactada.
Ele claramente não notou minha presença, pois continuou dançando com suas roupas femininas, sim, femininas, vestido rosa, um salto amarelo e uma peruca preta na altura do ombro, tudo isso ao som de Pabllo Vittar.
- ALEX! - gritei
Ele olhou pra mim assustado, não esperava diferente, afinal, a situação é extremamente chocante.
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Último verão
RomanceTHARILO Thaís e Alex tinham a vida perfeita (para quem visse de fora). Ótimos empregos e alto padrão de vida, mas um ou dois fatos inusitados fariam com que aquele castelo encantando estivesse prestes a ruir. Os amigos de Thaís ao saberem da metade...