Uma enrascada - Cap 39

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Murilo

Eu simplesmente não podia acreditar no que estava acontecendo, depois de anos, quando acho que tudo vai dar certo, o destino me prega uma dessas, devo ter jogado pedra na cruz, só pode.
Quando saí de casa peguei meu carro e dirigi até a costa da praia, precisava de um tempo, e realmente, fiquei tanto tempo lá que perdi a noção das horas.

Drogas? Não é do feitio dela, por quê, Thaís?

Fui tirado de meus pensamentos com o meu celular tocando, era Eric, achei melhor atender.

- Alô. - falei, sem querer ser seco, mas fui.

- Eita, o que foi? - perguntou assustado ao notar meu tom de voz

- Muita coisa acontecendo.

- Acabei de chegar em Danver, quer ir tomar um café e você me conta tudo? - perguntou

Pouco depois estacionei, e entrei em uma lanchonete próxima, aproveitei para comer enquanto esperava ele, já que não havia comido nada desde cedo, já era por volta das dez.

- E aí, grande, o que foi? - Eric perguntou, puxando uma cadeira e se sentando

Expliquei toda a situação pra ele, cada detalhe que eu não havia reparado, e como fui uma anta de não ter percebido tudo antes.

- E foi isso. - falei, por fim, derrotado.

- Você tem certeza que era droga? Você viu de longe, pode ter se confundido.

- Parecia muito, e o estado dela, completamente dopada, não tinha como não ser.

- Deixou pelo menos ela se explicar? - perguntou

- Não tem explicação, isso matou meu avô, lembra? Eu sabia que havia algo errado com ela.

- Acho que você poderia pelo menos ouvir o lado dela, você não sabe o que a levou a isso.

- Não, Eric, eu cansei, ela sempre me esconde as coisas, e mais uma vez me decepcionou. Já chega.

- Cuidado para não se arrepender depois, pode acabar sendo tarde.

- Eu não sei. - falei

- Cara, o que você sente por ela? - perguntou

- Eu a am... bom, não tenho mais certeza.

- É, eu também não, porque se você realmente a amasse, iria ajudá-la a sair dessa, e não sairia do lado dela. Se você a amasse, não deixaria ela ir no mesmo caminho do seu avô.

Realmente as palavras de Eric faziam sentido, mas eu estava magoado demais para pensar logicamente agora, a situação precisa amenizar primeiro.

- Podemos ir até a sua casa, somos médicos, pô, nosso dever é ajudá-la, independente das circunstâncias.

- Nisso você tem razão.

- Vamo logo, não vou deixar você perder quem ama mais uma vez. - Eric disse, me tocando com as sábias palavras, esse cara é um mané e o pior dos cafajestes, mas tem um coração invejável, e é meu irmão.

Alguns minutos depois chegamos em casa, abri a porta, esperando encontrar ela deitada dormindo no sofá, mas encontrei quem eu menos esperava.

- O que essa dissimulada tá fazendo aqui? - Eric perguntou, segurei a risada, ele nunca gostou dela.

- Olha como fala comigo, seu traste. Mas respondendo a pergunta, vim atrás do que é meu. - disse Lisandra

- Não tem nada seu aqui. Cadê a Thaís? - perguntei

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