Thaís
Os três continuaram insistindo e eu pedi para que me dessem um tempo, então resolveram parar, pelo menos por enquanto.
Comemos os lanches que Luan levou e eu tirei o resto do dia de folga, não estava com cabeça para trabalhar.
Acabamos os três dormindo na casa da Letícia. Acordei antes deles e fui para casa, não podia me permitir ir para o fundo do poço por causa de um embuste. Falando nele, não tinha nem sinal dele em casa, ainda bem. Tomei banho, troquei de roupa e fui trabalhar, ou pelo menos tentar.Aquele escritório estava me matando, peguei um processo mês passado que estava me desgastando, diria que foi um dos piores que eu peguei.
- E então, poderia me dar seu parecer? - o cliente perguntou me tirando das nuvens.
- Ah, é, verdade, onde estávamos mesmo? - perguntei.
Ele me olhou desconfiado, e eu o encarei, confesso que nunca havia reparado nele, provavelmente por respeito ao meu casamento, mas, que homem. É uma pena não fazer meu estilo, e eu nem quero me envolver com alguém agora.
- A senhora parece um pouco preocupada, está tudo bem? - perguntou.
- Por favor, me chame de você, não quero parecer mais acabada que já estou.
- A última coisa que você está é acabada, com todo respeito.
- Obrigada. - respondi meio sem jeito.
- Talvez pudéssemos tomar um café, espairecer as vezes faz bem.
Não é a primeira vez que ele me chama assim para sair, mas não, sem chance.
- Bom, voltando ao foco, acho que já podemos dar esse processo como encerrado, aqui está o documento que seu amigo precisa assinar, depois disso, nosso problema chega ao fim ... - parei de falar quando vi que ele não estava prestando atenção.
- Estava falando algo? - perguntou
- Com licença, depois liga para minha assistente e marca outro horário, perdão. - falei e saí correndo da minha sala, e depois do prédio.
Corri até o estacionamento, mas quase fui atropelada por um cara de moto.
- Vou te processar. - falei sem olhar para a cara dele.
- Deixa eu te examinar para ver se não quebrou nada.
- Tenho mais o que fazer, licença.
Entrei no carro e saí dali o mais rápido que pude e comecei a dirigir sem rumo. Acabei parando no estacionamento de um parque da cidade, não sei qual é pois não sou boa em guardar nomes.
Encostei minha cabeça no volante e respirei fundo.- Calma, Thaís, estresse só vai piorar tudo. - falei para mim mesma.
Meu celular apitou e parecia que eu estava de ressaca graças a aquele barulho estridente.
Fui olhar e era mensagem do Alex, paciência zero para responder.
"Precisamos conversar. Você não vai pedir divórcio, né?"
"Sim, e não precisa se preocupar em procurar uma advogada, eu mesma faço isso."
Joguei o celular no banco do passageiro e deitei o banco do carro, estou pensando seriamente em aceitar a proposta de Luan de viajar, o que me preocupada é para onde vamos.
- Relaxa, amiga, vamos com você comprar tudo que você precisa levar. - disse Dani na chamada
que estava nós quatro- Venham para o shopping agora, está tendo liquidação em quase todas as lojas.
- Não que a gente precise de liquidação, mas estamos indo agora mesmo. - disse Luan.
- Estou sem pique algum. - falei.
- Problema seu, você tem vinte minutos para chegar aqui, ou eu vou atrás de você. - disse Letícia.
- Ok. - disse por fim, derrotada.
chegou uma notificação no meu celular e eu me surpreendi.
- Gente, vocês não acreditam em quem me mandou mensagem. - falei.
- Quem? - Dani perguntou.
- Não vai me dizer que é a ameba do seu marido pedindo desculpa. - disse Let.
- Não, é aquele cliente que eu falei pra vocês que vem dando em cima de mim.
- O bonitão? Aproveita que você está na pista de novo e dá uma chance pra ele. - disse Luan.
- Não estou na pista, não ainda. Mas mesmo se tivesse não daria, não faz meu tipo.
- Mentira que você vai perder um boy daquele. - disse Letícia.
- Vou, nem vou responder, não quero misturar pessoal com profissional.
Pouco tempo depois nos encontramos no shopping e começamos a procurar coisas para a viagem, confesso que comprar melhorou meu humor e eu até esqueci do babaca que quase me matou atropelada hoje de manhã.
Estava distraída escolhendo um vestido quando alguém me chamou.- Thaís? - virei para trás e era o cliente de hoje mais cedo, pronto, tudo que eu precisava.
- Oi... - esqueci o nome dele, que ótimo.
- Desculpa se te assustei, mas te vi aqui e não pude evitar de vir te cumprimentar.
- Perdão, estou com muita coisa na cabeça.
- Se quiser espairecer, o convite para o café ainda está de pé.
- Agradeço a gentileza, mas estou acompanhada.
- Sorte a dele.
- Dele quem?
- De quem está com você.
- Ah não, estou com minhas amigas.
- Menos mal. Bom, hoje quando você saiu do escritório deixou um documento, acredito que é o que meu amigo precisa assinar, né?
- Isso.
- Ok, então essa é a última vez que vamos nos ver, como o caso está encerrado, vou voltar para minha cidade.
- Você vai voltar com seu amigo?
- Sim, é uma pena você não ter conhecido ele, é um cara legal, mas vou deixar continuar seu passeio. Até mais.
- Até mais.
Ele se afastou e os três patetas apareceram gritando atrás de mim.
- Mulher, vai mesmo deixar aquele pedaço de mal caminho ir embora? - Let perguntou.
- Sim, não rola nada. Mas como sabe que ele vai embora? Vocês estavam ouvindo?
- Não. - disse Luan e Dani.
- Claro que sim, né, por isso somos seus amigos. - disse Let nos fazendo rir.
- Bom, vamos? Thaís ainda precisa comprar a mala. - disse Dani.
- Ainda bem que você existe, é a única nesse grupo que pensa. - falei.
- Você já comprou roupa de banho? - o lugar que vamos é quente.
- Vocês não vão mesmo contar? - perguntei.
- Sem chance. - os três disseram em uníssono.
- Credo, que conexão, as vezes vocês me assustam.
Voltamos a andar pelo shopping e eu me distraí pensando no... desisto, não consigo lembrar o nome dele, o cliente bonitão, ele havia me falado algumas vezes de um tal amigo e que seria uma boa se saísse todo mundo, mas como já estavam voltando para a cidade deles, nem pensei muito nessa possibilidade.
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Vim avisar rapidinho que os capítulos vão sair toda terça e quinta.
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Último verão
RomanceTHARILO Thaís e Alex tinham a vida perfeita (para quem visse de fora). Ótimos empregos e alto padrão de vida, mas um ou dois fatos inusitados fariam com que aquele castelo encantando estivesse prestes a ruir. Os amigos de Thaís ao saberem da metade...