Maré de sorte eterna - Cap 13

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Murilo

Passar o tempo hoje com a Thaís, fez aquela pontinha de mágoa que ainda existia, desaparecer. Eu entendo que não foi totalmente culpa dela, mas resolvemos esquecer o que aconteceu de ruim no passado e aproveitar o presente.

Ela me convidou para entrar e eu aceitei, já que não estava muito bem, não queria deixá-la sozinha. Fomos até o píer e sentamos lá, molhando os pés na água.

- E você está fazendo o que da vida? - perguntei

- Sou advogada, abri meu próprio escritório para não ter que depender do meu pai.

- Então seguiu os passos dele, como ele quis.

- Sim, eu não tinha muitas opções mesmo.

- E a vida amorosa?

- Inexistente. - riu triste

- Como assim? Impossível.

- Me casei há dois anos.

Meu coração parou.

- E me divorciei há duas semanas. - terminou de dizer

Voltou a bater, obrigado senhor.

- Sério? Que pena, sinto muito - menti, óbvio que eu não sentia.

- Para de ser falso, você não sabe disfarçar quando mente.

- Eu? Até parece. Mas por que se divorciou.

- Promete que não vai rir?

- Prometo.

- Jura? - perguntou

- Qual é? diz logo.

- Ele é gay. - disse meio que em sussurro

- O que? - perguntei para ter certeza

- Isso mesmo que você ouviu.

- Mentira.

- Não. Peguei ele no flagra usando roupas de mulher e cantando pablo vittar.

Até tentei segurar, mas caí na gargalhada.

- Você prometeu.

- Não dá, Thaís. Que fique bem claro, não estou rindo dele, nada contra. tô rindo de você. Como você casa com um cara sem saber disso?

- Ele disfarçava bem, muito bem.

- Só não entendo como ele conseguiu trocar você, porque olha…

- Nem eu entendo, eu sou maravilhosa. Na verdade, ainda bem que isso aconteceu, aquele casamento era uma farsa.

- Quer falar disso?

- Não. Me conta sobre você agora, terminou a faculdade de medicina?

- Sim, mas não sou neurocirurgião como eu queria aquela época

- Não? O que você faz?

- Me especializei na área da nefrologia

Ela fez uma cara de assusta, meia surpresa

- Uau, nefrologia tem a ver com rins e essas coisas, né?

- Isso mesmo. - respondi surpreso, geralmente as pessoas não sabe do que se trata

Voltamos a ficar em silêncio, mas resolvi quebrar

- E o mal estar? - perguntei

- Ainda aqui.

- Você precisa ver isso, vai que é alguma coisa.

- Não é nada, fica tranquilo.

- Acho melhor a gente entrar, você precisa descansar.

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