Surpresas e mais surpresas - Cap 36

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Murilo

- Alô. - atendi o telefone com um desânimo terrível

- Que alô mais desanimado, que foi? - Eric perguntou

- Saudade da morena. Mas fala aí, qual o motivo da ligação?

- Tô apaixonado. - disse sério

- Ah, pensei que fosse sério. Depois a gente se fala. - falei

- E só você tem o direito de estar apaixonado? - perguntei

- Eric, eu te conheço o suficiente para dizer que isso, no máximo é fogo.

- Eu tô falando, chamei tivemos até um encontro romântico.

- O Eric tá diferente.

- Tô virando gente.

- Ainda não acredito, quero provas.

- Vou te mandar a foto que eu tirei, ela dormiu no meu braço, fiz carinho no cabelo dela, mas pensa numa mulher difícil.

- Tá certa, é bom ter um pé atrás com você.

- Então você não confia em mim?

- Confio cegamente, mas nessa questão...

- Já entendi.

- E é recíproco? ela demonstrou algum interesse?

- Sim, pelo menos eu acho.

- Fiquei curioso, manda logo a foto, quero ver quem é.

Desligamos a chamada e ele mandou a foto, quando carregou, fiquei assustado, não sei se é a saudade da Thaís, mas a mulher da foto parece muito com ela. Não tem como ter certeza pois está escuro, mas a fisionomia... Deve ser coisa da minha cabeça

A cirurgia de ontem foi bem sucedida, o paciente está se recuperando bem, mas não sei se ainda está na hora de eu voltar, preciso resolver questões mais importantes primeiro.

agora por exemplo, estou sentado na mesa da sala que seria minha se eu aceitasse o cargo, tentando decidir o que fazer da vida.

- Com licença... - Ellen falou

inferno, esqueci que ela havia sido contratada como enfermeira

- Fala.

- Vim avisar que o paciente está se recuperando bem. - falou com a voz irritante dela

- Nada que eu já não saiba.

- E precisa falar assim?

- Vamos fazer o seguinte, só apareça se for chamada, ou em caso de extrema necessidade, ok?

- Afff. - saiu e bateu a porta

mulherzinha mais inconveniente, Deus me livre.
Fiz o sinal da cruz assim que ela saiu.

virei a cadeira para trás para procurar um documento importante, mas fui interrompido pelo barulho da porta sendo aberta de novo, será que ela não se toca?

Coloquei a cabeça entre as mãos para buscar forças e aguentar essa mulher.

- Inferno, o que você quer? - perguntei já irritado

- Eu queria matar a saudade, mas pelo jeito, vim em má hora.

Olhei para trás assustado, aquela voz não era da Ellen, e eu conhecia bem. Virei com tudo.

- Eu devo ter jogado pedra na cruz, não é possível.

- Vai dizer que não sente saudades? - ela perguntou

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