(a foto é do píer que tem atrás da casa
deles)Thaís
Como a vida não é muito justa, ouvi barulho de passos. Olhar de longe é uma coisa, agora de perto, ao vivo e em cores, meu Deus. Na minha frente estava Murilo versão adulta, bem diferente do menino magrelo que eu namorava quando mais nova. Fechei a boca imediatamente quando percebi que estava quase babando, enquanto meu cérebro lutava para entender o que ele fazia ali, na minha frente.
- Thaís Melchior - Ele disse. Não era uma pergunta
- Murilo? - perguntei
Ele não estava com cara de que estava adorando a situação, parecia desconfortável. Ele me encarava, provavelmente sem saber o que dizer, e eu fazia o mesmo. Não consegui deixar de reparar em sua aparência, ele estava mais alto, seu rosto que antes era liso, agora está tomado por uma barba muito bem desenhada, seus músculos estavam bem definidos, mas seus olhos continuavam iguais, com o mesmo brilho de sempre.
- Oi - disse, só para dizer alguma coisa e tentar disfarçar o fato de eu estar o encarando
- Oi - respondeu, de forma seca. Entendo se ele guardar rancor de mim, mas ele também tem culpa no cartório.
- Então... O que faz por aqui? - perguntou
- Posso perguntar a mesma coisa, pensei que tivesse ido embora.
- Por que eu teria ido embora?
- Passei em frente a casa que você morava, estava vazia.
- Nos mudamos pouco depois de você ir embora.
- Precisa de espaço para criar um filho, né? - falei mais pra mim do que pra ele
- Oi?
- Nada.
- Não me respondeu ainda. - falou cruzando os braços.
- Vim passar as férias.
- E seus pais? - Perguntou
- Não vieram, vim com amigos. - respondi
- Eu... bem, preciso ir. - parecia querer ao máximo fugir de mim
- É, eu também.
- Até. - falou já virando em direção oposta
Levantei e também fui. Resolvi ir à praia, não estava muito afim de andar, tudo bem que é pertinho, mas achei melhor pegar uma bicicleta no quintal, é mais fácil.
Pelo que vi, a vizinhança não mudou muito. A praia também, exceto por uma lanchonete que havia ali, bem chamativa por sinal. Resolvi entrar ali antes, tinha bastante gente, afinal, é a mais perto, não me surpreende. Cheguei no balcão e a atendente estava de costas, a chamei, e quando ela virou, nós duas nos surpreendemos.
- Melchior. - ela falou com cara de poucos amigos
- Coachman. - respondi sem saber o que dizer
- Não esperava te ver por aqui após tanto tempo. - disse sem empolgação alguma
Vivian e eu éramos amigas, mas as coisas mudam, inclusive as pessoas.
- Eu não esperava voltar pra cá.
- Já sabe o que vai pedir? Tem clientes esperando
- Um pão de queijo e um café com leite, por favor. Não tomei café ainda.
Ela anotou e saiu, mais uma incomodada com a minha presença.
Pouco tempo depois, quem veio trazer meu pedido foi outro funcionário, o que não me surpreende. Comi, paguei, e saí dali o mais rápido possível.
Achei os três, que até então estavam tomando sol enquanto me esperavam, como eu não estava muito a fim de entrar na água, falei para eles irem que eu ficaria cuidando as coisas. Fiquei um bom tempo ali, e não achei ruim, é bom ter um momento de paz, porém, esse momento de paz foi estragado quando brotou na minha frente um rapaz que eu nunca vi na vida
- Olá - disse acenando
- Oi
- Você é daqui?
- Não.
- Nem eu, praticamente atravessei o país para vir pra cá.
- interessante.
Luan se aproximou junto com Dani, essa era minha salvação. Olhei pra ele pedindo socorro, nem precisei falar nada que ele entendeu.
- Quem é você? - Luan perguntou se aproximando dele
- Eu sou o Fernando, prazer.
- Amor, por acaso este homem está te incomodando? - Luan perguntou olhando pra mim
Fernando claramente ficou assustado
- Não sabia que ela era comprometida, não quero problemas, até mais. - falou e saiu
- Graças à Deus vocês chegaram, valeu Luan
Passamos o resto do dia na praia, almoçamos ali perto e voltamos pra lá, quando o fim do dia foi chegando eu quis ir embora, como eles queriam ficar mais um pouco eu fui na frente
Fui andando da mesma forma que vim. Quando estava abrindo a porta, ouvi uma movimentação na casa ao lado, olhei pra lá e vi Murilo, junto com uma mulher e um menino, eles riam bastante, lembrei que é a mesma mulher que eu vi com ele, pouco antes de ir embora daqui. Não queria ficar remoendo o passado, ele está casado e tem um filho, não vou me meter.
Entrei em casa, tomei um banho e deitei na cama e apaguei.
Acordei passando mal, estava com um mal estar, dor de cabeça e náuseas, olhei no meu celular e já passava das dez da noite, dormi igual pedra, culpa do cansaço. Sentei na cama com dificuldade e Dani e Let dormiam no colchão no chão, não entendi, já que tinha quarto pra elas.
- Dani, acorda, me ajuda. - falei cutucando ela
- O que foi? Tá tudo bem? - perguntou ainda um pouco desnorteada pelo sono
- Não estou bem.
- Vamos para o hospital agora.
Ela me ajudou a levantar e fomos do jeito que estávamos, ela era a única que sabia da minha saúde, e eu também não queria preocupar os outros.
Só havia um hospital na região, e não ficava tão longe então chegamos rápido.
- Preciso de ajuda, minha amiga não está nada bem. - Dani dizia ao mesmo tempo que me ajudava a entrar
vieram várias enfermeiras que estavam perto para ajudar, senti meu corpo gelar e apaguei.
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Último verão
Lãng mạnTHARILO Thaís e Alex tinham a vida perfeita (para quem visse de fora). Ótimos empregos e alto padrão de vida, mas um ou dois fatos inusitados fariam com que aquele castelo encantando estivesse prestes a ruir. Os amigos de Thaís ao saberem da metade...