Tudo ou nada - 47

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oioi, não sei se alguém ainda lê essa bomba mas resolvi dar um final porque não gosto de deixar as coisas inacabadas, o final está pronto desde o ano passado mas perdi a conta por um tempo. Então já vou postar os dois últimos capítulos de uma vez. :)
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Thais

Acordei sentindo um corpo sobre mim, um peso estranhamente confortável, abri os olhos aos poucos e me lembrei de onde estava: em casa.
Me mexi para tirar os cabelos de cima do meu rosto mas acabei acordando ele, que felizmente não se incomodou e começou a distribuir beijos leves no meu queixo, me fazendo despertar totalmente.

– boa noite? – ele disse tentando acertar as horas, sem desviar o olhar do meu rosto

– Pra quem? Eu acordei com seu peso em cima de mim, sacanagem.

– Ok, dona Melchior. Estou me retirando já que minha presença incomoda. – disse levantando em seguida

Segurei ele pela mão impedindo que saísse da cama

– Eu não deixei você sair. – falei puxando ele de volta

– E quem disse que é você que manda? – perguntou

– Você com certeza não é. – respondi pra provocar

– Vou te mostrar quem manda aqui. – disse, e logo em seguida me beijou

Mas durou pouco, porque em segundos eu estava tendo crise de risos porque o maldito resolveu "mostrar quem manda" fazendo cócegas.

– Pelo amor de Deus, não aguento mais. – disse entre risos

– Só paro quando assumir que quem manda sou eu.

– Isso nunca. – disse tentando me livrar dos braços dele. Ouvi batidas na porta mas estava desnorteada demais para permitir que alguém entrasse

– Murilo acho que alguém está batendo.

– Impressão sua. – ele disse parando de fazer cócegas e voltando a me beijar

Nos beijamos bem devagar dessa vez, poderia descrever como a calmaria depois da tempestade, uma tempestade de cócegas, nossos poucos segundos de paz, antes de uma tempestade de verdade, que estava prestes a acontecer.

A porta abriu, mas ignoramos, mais uma vez.

Ouvi um suspiro alto, uma mistura de indignação e surpresa. Dani, talvez? Pode ter vindo nos chamar para o jantar e pegou a gente na melação, pude até imaginar a cara dela.

Mas não era.

– Que merda é essa? – perguntou a pessoa que abriu a porta

Eric.

Murilo percebeu o que estava acontecendo e saiu de cima de mim na mesma hora, encarando ele, claramente sem saber o que dizer.

– Eu fiz uma pergunta! – ele disse, sem desistir.

– Eu... - tentei falar mas as palavras sumiram.

Murilo me olhou, em seguida olhou pra ele, e seu olhar caiu sobre o chão, na mesma situação que eu, sem saber o que dizer.

– Quer saber? Dane- se a pergunta, o gato deve ter comido a língua de vocês, ou melhor, vocês devem ter comido a língua um do outro né? Do jeito que estavam se engolindo. - ele disse e bateu a porta logo em seguida.

Silêncio total, ainda estava tentando digerir a cena que acabei de presenciar.

– Eu vou falar com ele. - Murilo se levantou e saiu sem dar a chance de eu dizer que ia junto

Levantei, coloquei a primeira roupa que vi pela frente e saí correndo para alcançar os dois, ignorando todas as recomendações médicas.
Do topo da escada já podia ouvir os gritos vindo lá de fora.

Leticia e Dani apareceram do nada, tão perdidas quanto eu.

– Thaís, o que houve? - Dani perguntou

– Eric descobriu sobre nós.

– Vocês contaram? – Leticia perguntou confusa

Paramos ao chegar no quintal onde os dois estavam.

– Esse tempo todo vocês esconderam isso de mim? Nunca pensaram em contar? Se eu não tivesse descoberto seria o único palhaço aqui sem saber, não é? – Eric gritava

Olhei pra let em resposta.

– Ok, isso respondeu minha pergunta.

– Eric, por favor. - pedi

– Por favor, Thaís? Eu pensei que você tivesse o mínimo de consideração por mim. E você, Murilo? VOCÊ ERA MEU IRMÃO! - disse dando ênfase na última frase

– Para de birra, Eric. Ela sempre deixou claro que nunca quis nada com você. Vê se cresce. – Let disse entrando no meio da discussão.

– Pronto. Agora eu sou o vilão. - ele disse desacreditado

– Ninguém disse isso. – Dani respondeu

– Quer saber? – Eric passou a mão no rosto, aparentemente tentando manter a sanidade – Vocês todos - apontou para cada um de nós - morreram pra mim.

Saiu andando em direção a rua

– Eric, espera. Vamos conversar.

– Eu não tenho NADA pra falar com vocês.

Saiu dali, subiu na moto, acelerou e sumiu de vista.

Quando senti meu corpo querendo fraquejar, subi logo para o quarto tentando não pensar no que acabou de acontecer. Egoísmo? Não, bom, talvez um pouco. Mas antes de cuidar dele e tentar resolver as coisas, precisava cuidar de mim. Deitei e dormi, tão rápido que nem percebi. Amanhã eu dou um jeito em tudo.

Último verão Onde histórias criam vida. Descubra agora