XXIII. A festa - pt. 1

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Helloooooo! Dessa vez decidi falar no começo do capítulo para dizer: VAI TER CAPÍTULO SURPRESA SIM e PREPAREM SUAS MELHORES ROUPAS, A FESTA ANUAL DE EMMA BARRETT COMEÇOU! E para avisar que serão 4 capítulos sobre a festa, então já dá pra adivinhar que tem muita coisa para acontecer...

Espero que gostem desse(s) capítulo(s). Foram alguns dos que eu mais gostei de escrever.

Beijinhos!!!

(Eu provavelmente não vou postar na semana do dia 15. Estou adiantando esse capítulo por causa disso)

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Caso alguém não percebesse que Emma Barrett era francesa por conta de seu sotaque forçado, suas constantes referências à Paris ou pelas palavras em francês que ela teimava em jogar durante as conversas sem nenhum propósito aparente, não restaria mais dúvidas depois de ver sua casa. Os alunos da St. Margaret até se referiam a ela como o Palácio de Versalhes (sem que Emma soubesse, é claro. Ela adoraria o apelido e começaria a usar tão longo o ouvisse, e ninguém queria que isso acontecesse).

O palácio já estava repleto de plebeus. Copos de plástico dourado sujavam o jardim tão cuidadosamente preservado que imitava os arbustos de Versalhes e dava para as escadas laterais, casais se espremiam contra o corrimão das varandas e contra as colunas cilíndricas. A música alta já estava em sincronia com os batimentos do meu coração. Olhei para o lado e sorri para Steve. Ele havia sido um cavalheiro desde que me buscara em casa, me enchendo de elogios e fazendo todos os meus caprichos, até parando o carro no caminho para que eu pudesse retocar a maquiagem depois de acidentalmente coçar o olho. Quase me fez esquecer que nosso primeiro encontro tinha sido um completo desastre.

- Você gosta desse tipo de música? - Ah, quase esqueci de acrescentar: ele estava lin-do!

- Não muito - respondi, rindo.

- Eu também não.

Steve ergueu a mão, e eu a segurei. Subimos a escada como rei e rainha do baile, cumprimentando a todos. Cassie estava de mãos dadas com Tobias no topo da escada, parecendo uma princesa do Mediterrâneo. Lutei contra meu instinto de ir até lá, pegar suas mãos e gritar de modo afetado "Amiga, como você está linda!"; eu tinha que me lembrar constantemente que não éramos mais melhores amigas.

A decoração no interior da casa era ainda mais extravagante do que no exterior, com cortinas vermelhas para todos os lados, balões dourados de todos os tamanhos e formatos e até um pole em que algumas garotas - já bêbadas - aventuravam-se. Eu acho que até cheguei a ver alguém fantasiado de alce servindo bebidas.

Minha alegria não durou muito. Logo avistei Matteo e Leigh gargalhando na bancada do bar. Eu não devo ter sido muito discreta, pois depois de um momento percebi que Steve seguira meu olhar e também os encarava, com uma expressão confusa. 

- Vamos beber algo - disse, puxando-o pelo braço.

Os olhos de Matteo encontram os meus, e depois os de Steve, e eu pude jurar que aquele segundo olhar não era nada amigável.

- Qualquer coisa forte - gritei para o barman.

Senti o braço de Steve ao redor da minha cintura, e até gostei de como isso me fez sentir. Ok, ele estava definitivamente riscado da minha lista de possíveis namorados, mas continuava sendo o cara mais gato do colégio. Senti os pelos no meu braço eriçando-se quando ele se aproximou de minha orelha e sussurrou - provavelmente pela milésima vez na noite - que eu estava linda. Respondi com um sorriso e um beijo no canto da boca, e pude sentir os olhos de Matteo nas minhas costas. Eu até que gostava de como os papeis haviam sido invertidos agora.

 Eu até que gostava de como os papeis haviam sido invertidos agora

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- Você pode, por favor, parar de encarar o meu acompanhante?

Leigh sentou-se ao meu lado com agressividade, batendo a mão na bancada do bar. Não sei se foi a terceira tequila ou o segundo martini, mas meu julgamento já estava comprometido e eu demorei um pouco mais do que deveria para entender o que estava acontecendo. Minha irmã estava dando um ataque de ciúmes! A inalcançável, sou-melhor-que-você Leigh Anne estava dando um ataque de ciúmes.

Alguns momentos atrás, eu e Steve estávamos do outro lado da sala gigantesca, conversando com seus amigos do time de futebol. Eu estava me divertindo muito mais do que esperava, mas provavelmente era por conta da bebida. O único jeito de aguentar Leigh Anne e Matteo sugando as línguas um do outro o tempo todo era enchendo a minha de álcool. Aproveitei um momento de distração de Steve, que estava contando uma de suas vitórias mais improváveis no futebol, para escapar para o bar e lá estavam Leigh e Matteo. Assim que o garoto saiu, ela correu para mim. E foi assim que chegamos a este ponto.

- Acho que você deveria estar falando para ele parar de me encarar. Eu só estou aqui pra beber algo.

- Ele só está olhando pra você porque você não para de olhar pra ele!

Nossa! Leigh parecia uma fera. Assenti para o barman e arrastei o drink para mais perto de mim.

- Ah, claro. Acredite no que te fizer feliz. Agora me deixe em paz, por favor.

Ela interceptou minha taça antes que eu pudesse levá-la à boca, colocando-a no balcão de novo. Leigh mantinha os olhos fixados nos meus, tão intensos agora que não consegui manter minha fachada de casualidade.

- Elizabeth, por que você não deixa que eu tenha pelo menos isso? Você não tem nem ideia do quão ruim toda essa situação é pra mim, tem? Eu passo a vida toda ouvindo sobre como minha irmã é boazinha e eu sou o diabo na terra, sou trazida do outro lado do mundo para que eu possa ser mais como você e menos como eu, venho pra uma escola na qual as pessoas beijam o chão que você pisa e nem sequer dirigem a palavra a mim, e, quando eu me interesso por um cara, lá está Elizabeth Davis, pronta para tomá-lo de mim!

- Não, não... - balancei a cabeça, confusa. Afinal, aquele era o meu papel! Fora eu quem passara a vida toda ouvindo falar sobre a irmã do outro lado do mundo toda vez que Sebastian ligava. Era Leigh Anne a irmã perfeita, não eu! Era ela quem tinha todo o amor e presença do nosso pai! Mas, claro... Eu estava bêbada demais para articular as palavras - Não é assim que eu vejo a situação...

Leigh Anne riu, e não era um sorriso sarcástico. Abaixou a cabeça, balançando-a negativamente.

- Eu estou parecendo uma idiota. Essa não sou eu. Foda-se, não é? - Leigh deu de ombros, antes de endireitar a postura - É. Foda-se.

E então  ela saiu.

Procura-se Meu Namorado [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora