XVIII. É claro que eu diria!

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Não pude evitar me sentir a pior pessoa do mundo quando percebi que Benjamin estava sentado a apenas duas cadeiras de distância de mim na aula de História da Arte. Antes daquele momento, eu não fazia ideia que fazíamos a mesma aula; tive que beijá-lo para perceber sua existência. Por que diabos ele teria escolhido cursar aquela matéria, afinal? Benjamin era um nerd e deveria cursar apenas matérias de nerd, como álgebra avançada ou algo assim. Virei o rosto para o outro lado, tentando expulsar os pensamentos de que Matteo estava certo quando insinuou, quando nos conhecemos, que eu era exatamente como as outras garotas populares da escola, apenas para encontrar o olhar de Steve Reynolds, que naquele momento sorria para mim. Meu deus! Steve Reynolds! Eu havia esquecido completamente da sua existência. Tentei então focar meu olhar no professor, o que era uma tarefa muito mais difícil, porque eu não conseguia tirar os olhos dos pelos de gato que cobriam sua camisa social preta. Desisti e voltei a olhar para Ben. 

Ele riu para mim quando percebeu, e eu olhei para baixo envergonhada.

Quando todos saíram da sala, Benjamin andou até onde eu estava, jogando os livros pesados que carregava consigo na cadeira ao lado e encostando-se

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Quando todos saíram da sala, Benjamin andou até onde eu estava, jogando os livros pesados que carregava consigo na cadeira ao lado e encostando-se. 

- Eu nunca pensei que trocaria olhares com Elizabeth Davis durante a aula - ele riu.

- Você já fez muito mais do que apenas trocar olhares com Elizabeth Davis - falei, sem pensar. Maldita síndrome de Afrodite! Meu vício em flertar acabaria me matando, qualquer dia.

Agora Benjamin parecia genuinamente envergonhado. Percebi que ele batucava os dedos na cadeira nervosamente. Eu achava aquilo tudo uma fofura. 

- Eu certamente nunca pensei que aquilo aconteceria.

- Quanto a isso... - eu me odiava por cortar o clima descontraído que havia se instalado entre nós, mas não tinha opção. Desde aquele dia, eu vinha pensando muito sobre o que aqueles amassos significaram e sentia que tinha que deixar tudo às claras com ele.

- Ei, tá tudo bem - Ben deu de ombros, ainda fugindo do meu olhar - Eu não achei que fôssemos andar de mãos dadas pela St. Margaret por causa de alguns beijos ou nada do tipo. Sem pressão.

Ok. Mais uma vez, eu estava errada sobre Benjamin Navarro. Talvez eu estivesse sempre errada sobre Benjamin Navarro, pensei. Por várias vezes, eu pensara que ele era inocente ou inexperiente demais para algo, mas ele mostrava vez após vez que não era o nerd totalmente tímido e retraído, que se apaixonaria perdidamente pela primeira garota que quisesse beijá-lo, que eu imaginava que fosse. E eu meio que gostava daquilo.

- Obrigada por entender.

- Isso não significa que eu não queira repetir a dose - era adorável o jeito que ele ficava vermelho ao falar essas coisas, mas mesmo assim parecia fazer um esforço imensurável para falar. Não pude deixar de rir.

- Então eu presumo que o Prince of Wale estaria de portas abertas para mim...?

Benjamin esboçou um sorriso e me puxou pela cintura, beijando-me. Primeiro, um beijo contido como o primeiro, e depois algo mais rápido e urgente. Logo estávamos esbarrando nas cadeiras e jogando os livros dele no chão; tive que me afastar para não fazer nenhuma bobagem. Quem diria que Benjamin Navarro seria tão ousado a ponto de apertar minha bunda em plena sala de aula?

Procura-se Meu Namorado [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora