VI. Eu desisto

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Dessa vez, mantive a calma. Tentei, com todas as minhas escassas forças, não surtar durante as aulas que tinha que assistir antes que chegasse a hora o meu encontro com Steve. Disse a mim mesma trezentas e vinte e três vezes que o fato de ele, e não eu, ter dado a ideia da patinação no gelo não significava nada. Todo mundo frequentava o ringue de patinação, aquilo não tinha necessariamente algum significado maior. Você não aprendeu nada com o livro na cabeceira, Elizabeth?

Se mantive a calma, então por que estava suando frio quando Steve apareceu na porta da minha turma para me buscar? Não há motivo para mentir para mim mesma: eu estava tão nervosa que nem conseguia me preocupar com o que os outros diriam quando me vissem entrando no carro de Steve Reynolds depois da escola.

Se mantive a calma, então por que estava suando frio quando Steve apareceu na porta da minha turma para me buscar? Não há motivo para mentir para mim mesma: eu estava tão nervosa que nem conseguia me preocupar com o que os outros diriam quando me ...

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Steve devia estar tão nervoso quanto eu, porque durante todo o percurso não trocamos nenhuma palavra além de uma piada horrível que fiz sobre a música que estava passando na rádio.

Quando entrei no ringue de patinação Prince of Wales, fui agredida por uma enxurrada de lembranças. Era surreal pensar que, apenas algum tempo atrás, eu estava ali com um namorado que me amava e que era amado por mim, e agora eu estava no mesmo local com outro garoto que eu só podia rezar que fosse ele.

Eu e meu querido namorado misterioso entramos no ringue de mãos dadas, rindo sobre alguma bobagem que eu falara. Antes de nos jogarmos na pista de patinação, ele me arrastara para o balcão da lanchonete do Prince of Wales e pedira dois bagels de salmão. Mesmo sem poder ouvir sua voz em minha mente, eu sabia que ele começara um monólogo sobre como bagel de salmão era o alimento mais injustiçado da terra e que em vez de ser renegado apenas ao café da manhã, toda nossa alimentação deveria tê-lo como base. Os únicos patins que ainda estavam disponíveis para aluguel naquele dia eram pequenos demais para os pés dele e a situação de esmagamento que se passava em seus pés fizeram com ele patinasse de uma forma desajeitada e perigosa, caindo o tempo todo e às vezes carregando-me consigo em suas quedas, principalmente quando tentava dançar ao som das músicas dos anos 80 que tocavam no momento. Quando cansou de se machucar, passamos para a parte do fliperama e jogamos aero hockey (porque era o único que eu sabia jogar) com uma competitividade que não era tão saudável. Terminamos o dia dividindo um milkshake na calçada do estacionamento, julgando todos os carros e seus donos. 

Eu não aceitaria menos que isso com Steve Reynolds.

Tudo começou errado. Estava tocando alguma música de Taylor Swift e percebi assim que entramos que todos os patins estavam na estante. O destino não estava disposto a me ajudar.

- Você quer jogar alguma coisa no fliperama e depois patinamos?

Não, Steve. Eu quero patinar e depois jogar aero hockey no fliperama. Quero que você fale sobre bagels e que dê notas pros carros do estacionamento.

- Pode ser - falei, ao invés.

Eu estava começando a acreditar que ter incluído Steve na lista e, mais ainda, ter aceitado sair com ele, tinha sido um grande erro

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Eu estava começando a acreditar que ter incluído Steve na lista e, mais ainda, ter aceitado sair com ele, tinha sido um grande erro. Eu teria que repensar minha lista se as coisas continuassem indo para esse caminho. Um dos únicos motivos pelos quais o havia adicionado, em primeiro lugar, era porque tinha vontade de pegá-lo, porém nem isso era capaz de fazer agora que meu inconsciente resolvera manter a fidelidade para com um namorado que só existia na minha mente.

Steve não escolhera o aero hockey. Na verdade, o aero hockey estava com defeito. Em vez disso, tivemos que competir em algum jogo de luta antigo demais para o meu gosto e eu logo fiquei cansada. Quando eu disse que tinha que parar de jogar para comer algo, ele simplesmente aceitou a aposta que uma criança inconveniente estava propondo há 10 minutos no pé da máquina e pediu que eu trouxesse uma cesta de batata frita comigo quando voltasse. Steve Reynolds estava sendo uma perda de tempo.

Bufando, sentei no banco vermelho do balcão do Prince of Wales. Sozinha, dessa vez. Sem bagel de salmão e sem namorado. 

- O cardápio, por favor. - eu não pediria um bagel. Não mancharia a memória do meu namorado dessa maneira.

O atendente da lanchonete tinha nos olhos a dobra epicântica que eu já conhecia. Observei enquanto Ben Navarro colocava o cardápio sobre a mesa e me direcionava um meio sorriso. Eu não sabia muito sobre ele, além dos mil elogios que Cassie tecera - eles faziam algumas aulas juntos e participavam do clube de jornalismo -, que tinha um histórico acadêmico que deixava até minha melhor amiga com inveja e que era filipino, mas havia se mudado pros Estados Unidos ainda muito novo. Talvez fosse uma oportunidade única para conhecê-lo. E para sondá-lo discretamente em busca da identidade do meu namorado, já que Steve dava todas as pistas possíveis de que não o era.

- Benjamin?

Ele sorriu, dessa vez com vontade. Eu estava acostumada a perceber uma certa alegria no rosto das pessoas quando percebiam que eu as reconhecia, e era o que estava vendo em Ben naquele momento.

- Elizabeth.

- Eu não sabia que você trabalhava aqui.

- Alguém tem que trabalhar para sustentar os caprichos de Jasmine...

Jasmine era a irmã mais nova de Ben. Sobre ela, todavia, eu sabia de praticamente tudo. Estava apenas no primeiro ano e já havia participado de mais polêmicas no St. Margaret's do que Lindsay Lohan e Britney Spears juntas em seus anos de ouro. A garota tinha menos de 15 anos e já era uma lenda do colégio.

- Ah. Jasmine - apenas repeti seu nome, para mostrar que compreendia o que ele queria dizer nas entrelinhas.

- Tenho certeza que um de nós foi trocado na maternidade, porque é impossível que tenhamos o mesmo código genético.

Ri. Percebi então que Ben era completamente diferente da visão que tinha de nerd reservado que tremia sempre que falava com qualquer garota. Estava gostando de estar errada.

- Então,  Benjamin, quando você não está livrando Jasmine de confusões ou tirando A+ em todas as provas, que prato do cardápio você indica aos seus clientes?

Ele riu e virou o cardápio para si, lendo as opções. Se Ben responder bagel de salmão defumado, juro que quebro a cara de quem quer que seja que esteja no controle do destino e tenha decidido me encher de dicas que não levam a lugar algum.

- Depende - ele pensa por um segundo, seus olhos quase sumindo quando os espreme -, as maior parte das pessoas iria de batata frita ou aneis de cebola. Mas, pra ser sincero, o melhor prato de todo o Prince of Wales é o bagel de salmão. Os bagels de New York ou Montreal nem chegam aos pés do daqui!

Ok. Eu desisto.

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OLAAAAAAA!

Mais uma quarta chega e com ela um novo capítulo de PMN o///

E agora conhecemos oficialmente todos os possíveis namorados!!! E agora oficialmente não sabemos com quem shippar a Elizabeth haha

Não esqueçam de votar e comentar, é muito importante pra mim e pra história <3

Muito obrigada pelo carinho e nos vemos na próxima quarta (ou antes)!!

(Estou tentando postar a imagem do Ben, como tenho feito com todos os possíveis namorados, mas o wattpad não carrega :( vou ficar devendo essa pra vcs, e postarei no próximo capítulo, se esse site me permitir)

Procura-se Meu Namorado [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora