Capítulo 4 - Expectativas

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"Vês que a razão, seguindo o caminho indicado pelos sentimentos,
tem asas curtas."

Dante Alighieri

Dante Alighieri

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DANTE

Estou de novo no vestiário frio e mal iluminado. Ela está com o tronco de bruços sobre o balcão da pia, com os pés no chão e a bunda empinada na minha direção.

Seguro seus quadris e meto de uma vez, movimentando-me em um vai e vem forte.

Alguma coisa está diferente...

Enquanto continuo com as estocadas, meus olhos percorrem sua pele branca das costas, parcialmente cobertas por seus cabelos lisos, compridos e bagunçados.

Não é assim... Está diferente... De repente ela ergue o rosto e me assusto com o que vejo.

Me encarando pelo reflexo do espelho, os olhos castanhos têm as pupilas dilatadas de desejo, e os lábios rosados me sorriem sutilmente.

Assim descubro que estou fazendo sexo com Marina. Imediatamente paraliso.

— Dadá... Não pára... Continua... — Ela rebola os quadris e geme o meu nome, me incentivando. Porra!

Então a porta do vestiário é aberta. Três homens enormes avançam na nossa direção, chutando uma cadeira de metal pelo caminho.

Olho para Marina, apavorado, mas ela se ergue tranquilamente e, de frente para mim, me sorri.

— Calma. — Passa os dedos pelos meus cabelos suados, arrumando as mechas para longe da testa. — Vai dar tudo certo.

— Você está louca?! Eles vão nos destruir! — Me sinto desesperado. Não, eles não podem tocar nela. Nela, não!

— Não tem problema. Acredite em mim... — Seus dedos alcançam minha nuca, e seus olhos estão fixos nos meus. — No final vai dar tudo certo.

— Impossível, somos só nós dois, e...

— Esqueceu do meu guarda-costas? — Ela me dá um sorriso bonito. — Temos Gab do nosso lado. Confia na gente, Dadá. Confia.

***

Acordo com o coração acelerado, o estômago agitado e o corpo coberto de suor. Mais um pesadelo. Passo as mãos pelos cabelos e quase sinto os dedos dela ajeitando minhas mechas.

Era só o que me faltava... Caralho! Não satisfeita em dominar meus pensamentos, Marina teve que invadir meus sonhos. Ou, para ser mais exato, meus pesadelos. Como se eu já não fosse torturado o suficiente... Porra!

Me senti apavorado ao imaginar o que aqueles caras fariam com ela no vestiário. Estou enjoado, com as mãos trêmulas até agora. Massageio a nuca e inspiro e expiro lentamente, tentando me acalmar.

Reflexo Quebrado [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora