Capítulo 12 - Visita

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MARINA

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MARINA

Ao deixar a casa de Dante, passo pela equipe de fisioterapia que, de novo, apareceu em hora inapropriada. Reparo que os profissionais de hoje são outros, diferentes dos que vieram no outro dia.

— Uma curiosidade... Cada hora vem uma equipe, é isso? — Pergunto a Nice, que está me acompanhando até o portão da rua.

— Eles costumam se revezar. O menino Dante não é exatamente um paciente "fácil". Acho que ninguém fica ansioso para atendê-lo, se é que me compreende. — Ela curva o canto da boca em um meio sorriso. Parece uma avó babona falando do netinho espoleta que só apronta.

— Compreendo perfeitamente! — Respondo, segurando o riso. — Obrigada. Até mais, Nice.

Enquanto caminho até a minha casa, já imagino Dadá todo mal humorado durante a sessão, xingando os fisioterapeutas, lhes falando grosserias. Meus "colegas" devem ficar apavorados.

Dante fala que prefere ficar sozinho, que não gosta de pessoas, porém é balela. É, na verdade, uma proteção para não se magoar mais. Seus olhos verdes torturados não me deixam com dúvidas.

Seu jeito antissocial, no entanto, não me assusta mais. É claro que não gosto dos seus arroubos de estupidez... Nem ele deve gostar, mas age assim porque, na realidade, não passa de um bichinho assustado e perdido. Só não descobri ainda porque ele ficou desta forma. O que o machucou tanto?

Por que ele é tão amargurado, angustiado? Por que escolheu esta vida solitária, reclusa? Não deve ser somente por causa da paraplegia. Sei que tem algo além. Ainda não pude fazê-lo se abrir comigo, mas tenho esperanças de um dia conseguir...

Dadá precisa me ajudar a ajudá-lo. Dou risada sozinha. Isso é tão Jerry Maguire! O personagem de Tom Cruise e sua célebre fala: "Help me... help you. Help me, help you." Só que Dante é um pouquinho mais difícil do que Cuba Gooding Jr.

Pelo menos estou aprendendo a lidar com seus ataques de grosserias. Já consegui desarmá-lo com facilidade, mais de uma vez. Sei como domar a fera. É só lhe dar um sorriso ou um chamego que o malvadão se derrete todo. Manja o "cão que ladra e não morde"? É basicamente isso.

No fundo Dante é um amorzinho... Pode tentar se fazer de frio e durão, mas, ainda que não se dê conta, já me mostrou seu lado gentil e carinhoso. Já falou muitas coisas bonitas, coisas que acalentaram meu coração.

Suspiro ao lembrar de sua voz rouca me dizendo nestes últimos dias:

"Delícia." / "Gostosa!" / "Não quero que vá embora." / "Você me alegra." / "Você é a melhor coisa que me apareceu nos últimos tempos." / "Você é perfeita, caralho!" / "Eu também me importo com você." / "Deliciosa."

As falas de Dadá são um misto de romantismo e safadeza na medida certa. Adoro! Aquece o meu coração e molha a minha calcinha.

Detesto declarações românticas melosas. Por outro lado, o sexo frio e mecânico não me atrai.

Reflexo Quebrado [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora