Capítulo 14 - Buraco negro

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MARINA

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MARINA

Eu me levanto mas não dou um passo. Como vou lhe explicar sobre o que sei dos pesadelos?

— Calma, Dadá. E-eu sei porque te vi, aquele dia no sofá do escritório... — Digo, nervosa. Não quero lhe contar que Nice me confidenciou sobre os pesadelos frequentes.

E realmente, no sofá do escritório, testemunhei o que parecia ser um pesadelo. Mas Dante não chegou a me confirmar quando conversamos. Tento relembrar o que aconteceu naquele dia.

+++ Início do flashback +++

— Nina... Porra! Não! — Ele faz uma careta, está ofegante.

— Estou aqui... Está tudo bem...

Me ajeito melhor sentada do seu lado e deslizo as pontas dos dedos pelo seu rosto inquieto. Do nada Dante abre os olhos e retiro minha mão, me levantando em um pulo.

— Nina? — Ele ergue um pouco o tronco, e me observa, sério. Ele está bravo?

— Oi. — Sorrio sem graça. — Vim trazer os biscoitos, e Nice pediu que eu esperasse aqui com você... Eu não queria invadir seu espaço pessoal, mas você falou meu nome... Parecia estar sonhando... Tendo um pesadelo, na verdade, e...

Ele fecha os olhos lentamente, parece quase sentir dor. Depois os reabre, e me encara.

— O que você me ouviu falar?

— Nada demais. Só o meu nome, basicamente.

Dante respira fundo, e parece relaxar. Em seguida dá um tapinha no sofá.

— Vem aqui comigo?

+++ Fim do flashback +++

— Ainda por cima quer mentir para mim?! — Dadá me fuzila com o olhar. — Aquele dia você não viu nada! A sua pergunta de agora, "foram os pesadelos?", deixou bem claro que você sabe... Sabe de coisas que não te contei. Aposto que Nice deu com a língua nos dentes. Caralho! — Angustiado, ele passa as mãos nos cabelos, os bagunçando ainda mais.

Fico momentaneamente muda, sem reação. Meu coração bate descompassado. O que eu faço?!

— Sabe o que mais me aborrece, Nina? — Dante volta a falar. — É descobrir que sou o assunto de vocês duas... Porra! Consigo perfeitamente imaginar vocês comentando pelas minhas costas: "Pobrezinho do menino, não basta ser aleijado, tem que ser perturbado por pesadelos... Tão desequilibrado! Dá uma pena!" — Ele fala com desprezo, imitando uma voz feminina na parte final. Está tão bravo que sua respiração sai em lufadas.

— Não é nada disso, eu não falaria assim de você. Quer saber? Vou embora. Mas não porque você falou para eu ir. Vou porque não quero estragar o meu sábado... — Falo, tentando me controlar. Prefiro me afastar do que dar mais lenha para esta fogueira. Meus olhos se enchem de água e não quero correr o risco de chorar na frente dele. Por causa dele.

Reflexo Quebrado [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora