Capítulo 8 - No banheiro

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MARINA

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MARINA

Dante é paraplégico. Continuo sentada na cama dele, sozinha no quarto, pensando sobre a descoberta.

Será que sofreu um acidente? Ou foi por doença? De nascença não é, afinal, até 2004 jogava futebol. E que triste, um jogador de futebol perder os movimentos das pernas...

Isto seria triste para qualquer pessoa, logicamente. Ninguém quer se tornar incapaz de andar. Mas algumas profissões podem ser exercidas mesmo sem as pernas. Por exemplo, um escritor pode continuar trabalhando em uma cadeira de rodas. Já um jogador de futebol...

— Marina? — Nice me chama do banheiro, e vou até ela. — Eu queria preparar uma sopa, o menino tem que comer alguma coisa. Está sem se alimentar direito há dias... Raimundo precisa guardar o material da pintura que ficou todo aberto na garagem. Você pode ficar de olho em Dante?

— Posso. — Murmuro. — Nice, se puder trocar o lençol da cama, aquele lá está molhado de suor...

— Bem lembrado, vou trocar agora mesmo...

— E Raimundo, você volta daqui a pouco, para tira-lo da banheira? — Pergunto, ainda atordoada. Droga, Dante não pode nem mesmo sair da banheira sozinho.

— Volto. Em uns 20 minutos.

Concordo com a cabeça, e os dois saem do banheiro. Só então fixo meus olhos nele.

Dante está relaxado na banheira, com os ombros, pescoço e cabeça fora da água morna. Nice já deve ter molhado seus cabelos, porque estão pingando. Pequenas gotas escorrem pelo seu rosto. Seus olhos estão fechados, parece não estar mais delirando. Sua cabeça descansa na borda da banheira, seu semblante está tranquilo.

Com cuidado pouso minha mão na sua testa, e noto com alívio que a temperatura já cedeu. Aproveito para desgrudar algumas mechas molhadas que estão quase entrando nos seus olhos. Acaricio levemente sua testa. Senti falta de poder toca-lo.

A luz do sol da tarde entra pela janela, através da cortina fina, aquecendo o banheiro. Dante se remexe e eu me afasto, me sentando em cima do vaso sanitário.

Meu coração ainda bate agitado, estou tão nervosa... Minha cabeça está a mil, martelando com perguntas.

De repente Dante se desencosta da banheira, erguendo o tronco. Sua pele úmida sob o pescoço reflete os raios de sol.

 Sua pele úmida sob o pescoço reflete os raios de sol

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