Capítulo 15 - Jantar

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"O dardo que vemos aproximar-se
chega mais devagar."

Dante Alighieri

Dante Alighieri

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DANTE

— Menghele? Do Grupo Menghele?! Dono do Juventus Futebol Clube?! — Pergunto a Nina, surpreso, observando o homem alto a conversar com o repórter.

Porra! Eu sabia que aquele merda do Rodrigo não prestava... Aposto as minhas bolas que veio para Jundiaí por ordem deste ex marido maluco, para espionar a vida da Nina. Filho da puta!

— Para falar a verdade, não sei. — Ela murmura. — O Grupo Menghele possui tantos imóveis, empreendimentos, negócios, e estão sempre renegociando, comprando e vendendo as coisas... Por que? — Ela quer saber.

Está sentada atrás da mesa com as pilhas de livros, inclinada na minha direção. Nice sumiu, deve estar passeando pela livraria.

— Depois te explico. Não quero atrapalhar sua tarde de autógrafos. — Respondo, apontando para a fila de pessoas atrás de mim. — Não posso te monopolizar.

— Bem que eu queria que você me monopolizasse... — Nina sussurra, sorrindo para mim, balançando meu coração fodido. — Me espera terminar, Dadá? São quase 19:00, às 20:00 acabo, e podemos jantar juntos.

— Jantar juntos? — Sou pego de surpresa. Nem sei quando foi a última vez que jantei fora. Coço a nuca, pensativo.

— Isso, "jantar juntos". Quando as pessoas fazem a refeição da noite reunidas em volta de uma mesa. Conhece o conceito? — Ela caçoa, segurando a risada. — Estou brincando, gostoso...

"Gostoso". Esboço um sorriso.

— Engraçadinha... — Aperto sua bochecha. Precisava toca-la, e foi a primeira ideia que me veio à cabeça.

— Dadá, agora é sério. Temos que aproveitar que saiu de casa. Nem sei se não estou sonhando... — Ela se belisca. Doida. — Também precisamos celebrar o lançamento do meu livro. Vá dar uma volta pelo shopping e esteja de volta às 20:00. Tudo bem? Só preciso terminar de autografar os livros destas pessoas e dispensar o babaca do PH. Depois seremos só nós dois, Dadá delícia.

Olhamos discretamente para o homem que ainda está conversando com o repórter, com seu ar prepotente e convencido. Não acredito que Nina não quer mais nada com ele, e quer comigo. Chega a ser espantoso. Sinto meu peito se inflar de orgulho.

— Ok. Às 20:00 eu volto. E parabéns pelo lançamento do livro. — Respondo sem pensar, com um sorriso tranquilo. O oposto da agitação que sinto por dentro. Estou desesperado!

Pensando melhor, estou fodido. Não faço ideia da logística de jantar fora assim, com as minhas limitações.

No restaurante, devo ficar sentado na cadeira de rodas ou mudar para a cadeira normal? E se eu quiser ir ao banheiro? E se tiver um degrau no caminho? E se a passagem for estreita, me fazendo esbarrar nas coisas? E se...? Caralho!

Reflexo Quebrado [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora