Sabe aquele ditado quando tudo está indo bem de mais a gente desconfia? Era exatamente isso que estava acontecendo comigo, depois que eu e Josh "terminando" -nem chegamos a dizer com essa palavra, mas sabiamos que tinhamos terminado - tudo estava indo muito bem, no trabalho, escola e em casa. Porém como nem tudo é uma mil maravilhas a segunda-feira chegou e com ela veio várias noticias ruins.
Recebi algumas notas da faculdade e fui em algumas delas, até ai ok. No trabalho tive que refazer algumas planilhas, pois me mandaram com os dados errados. Quando cheguei casa tive que escutar das minhas amigas que tinham visto Josh aqui em NY.
— É sério amiga, ele estava lá para na frente da nossa faculdade. — Madison tentava me explicar e fazia gestos exagerados com as mãos.
— É sério, eu também vi. — Chloe afirmou — A pergunta agora é: por que ele estava na frente da nossa faculdade?
— Sério que você não sabe o que ele estava fazendo lá? — Mad debochou. Eu só estava escutando e tentando assimilar toda a situação.
— Sei que era atrás da Ema, mas porque? Ele já foi um babaca suficiente. — Chloe rebateu. Das duas entraram em uma discussão sem fim sobre o que será que ele veio fazer em Nova York. Uma parte de mim queria muito ver ele e a outra parte queria que ele ficasse o mais longe possível. Só de escutar o nome dele já me trouxe aquele sentindo que estava tentando evitar durante esse mês.
— Ema, seu celular está tocando. — Madison me tirou dos meus pensamentos. O mesmo estava em cima da mesa da cozinha e olhei o visor e o número não estava salvo, decido não atender mesmo a pessoa sendo insistente. Assim que parou de chamar chegaram algumas mensagens.
"Você e sua velha mania de não atender o números desconhecidos"
"Parece que você excluiu meu número, não é mesmo?"
"quero conversar com vc"
"me avise quando pudermos conversar"
"Josh"
Quando penso que estou livre da pessoa ela me aparece da cinzas como uma fênix. Apenas tirei as notificações da tela e voltei a prestar atenção nas meninas que estavam tentando bolar algum plano para o Josh não aparecer na minha frente.
— E se a gente mandar uma carta de ameaça para casa dele? — Chloe falou e Madison pensou sobre o assunto.
— Vocês duas são doidas, mas não precisa. Estou bem e se o destino quis eu e Josh nós encontraremos. — das duas começam a resmungar — Ei, agradeço a preocupação das duas, mas vai dar tudo certo.
Nós nos abraçamos. Tenho sorte em ter amigas igual a elas. Naquela mesma noite me peguei chorando pelo meu relacionamento com Josh, talvez eu seja uma idiota por ainda está chorando por conta disso, mas é confuso explicar.
Eu e Josh sempre fomos um exemplo de casal na cidade em que morávamos. Todos esperavam que nós nos casássemos e ser aquela família linda de comercial de margarina. Mas era justamente ao contrário, estamos vivendo uma mentira sei lá quanto tempo, nenhum momento dos últimos meses Josh estava feliz comigo. Me privei de questionar sobre isso no último mês, tinha colocado isso em uma parte do meu cérebro e decido ignorar ela completamente. Parece que agora está tudo muito gritante.
Meu cérebro não me deixou descansar essa noite, só fui questionando mais e mais sobre esse assunto.
O dia seguinte foi pior, cabeça doendo, sono acumulado e um mau humor enorme, tudo isso resultado de uma noite mal dormida. Na faculdade consegui me esquivar de todo mundo e ficar sozinha, já no trabalho não tive tanta sorte.
— Boa tarde a todos meus lindos colaboradores. — Chris disse assim que saiu do elevador. Revirei os olhos, era só o que me faltava o Christopher de bom humor infernal. Chris com esse tipo de humor dá vontade de bater na parede e geralmente só fica assim quando fala com a mãe dele ou algo extraordinário acontecer.
— Ema, preciso de você na minha sala. — ele disse assim que passou por mim, contei até três mentalmente e me levantei até ele. Assim que fechei a porta ele veio correndo me abraçar.
— Minha mãe vem me visitar. — ele me rodou ainda no abraço.
— Mentira? — dei pulinhos de alegria e ele assentiu — Não acredito nisso. Quando?
Agora entendo porque ele está tão feliz. A mãe do Chris tinha ido embora para Equador faz uns dois anos, logo depois que ele tinha ido para faculdade e eles só se viam por uma tela de celular.
— Semana que vem, ela vai passar alguns dias em Nova York e depois vai visitar a sua mãe. Ah, antes que reclame sua mãe não sabia, ela queria fazer uma surpresa para gente.
— Ai que fofa, saudades da sua mãe. — disse me sentando na cadeira em frente a mesa dele.
— Também estou, queria te pedir algumas coisas. — ele fez aquela cara de inocente dele.
— Diga. — disse me encostando na cadeira.
— Queria reservar um hotel para ela durante o período que ela vai está aqui. Por mais que ela vá lá em casa, não quero que ela durma na bagunça dos meninos sabe?
— Vejo sim, pode deixar.
— Remarque toda minha agenda para próxima semana, quero aproveitar o tempo que ela estiver aqui.
— Claro, mais alguma coisa chefinho? — ele odiava que o chamasse de chefe.
— Primeiro para de me chamar assim. — ele levantou o dedo com a contagem — Segundo trabalhe de casa a próxima semana e descanse. — eu ia protestar — Shiu, aproveita.
— Obrigada. — sorri e sai da sala saltitante. Comecei primeiro reservando o hotel, que ficava na Quinta Avenida e do lado Central Park, tem café da manhã maravilhoso incluindo. Depois fui remarcando os compromissos de Christopher para semanas seguintes. Passei o dia todo resolvendo isso.
Chris acabou saindo mais cedo para um reunião externa e eu fiquei lá adiantando alguns trabalho da faculdade, aproveitando a impressora de graça. Terminado os trabalhos, peguei as minhas coisas e fui embora. Parei na frente de uma quiosque de hot dog em frente ao trabalho e pedi um, enquanto aguardava senti uma mão em meu braço.
— Ema? — me virei assim que reconheci a voz.
— Josh?
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Best friend •
Romance"Sempre me disseram que o amor da nossa vida está mais perto que imaginamos, mas só percebi depois que ele sempre esteve ali na casa do lado." Eu nunca vou te deixar ir, me espere para voltar pra casa - photograph - Ed Sheeran