Att 2/2
Em dezesseis anos de vida poucas experiencias e sentimentos foram tão dolorosos e incômodos quanto as ressacas pelas quais eu sobrevivi. Era sempre a mesma coisa: eu iria para uma festa com meus amigos, beberia até não aguentar mais nem ver uma lata de qualquer bebida (isso significava um máximo de cinco ou seis cervejas, ou até mesmo cinco drinks, dependendo da ocasião) e então eu voltaria para casa, dormiria e no outro dia eu rezava para que algo de meu corpo ainda estivesse no lugar.
Não que eu fosse sair da festa completamente inconsciente e precisando ser carregado (mesmo que em alguns casos aquela fosse minha vontade) e vomitar a casa toda no dia seguinte, não. Minha cabeça latejava por todos os lados, minha testa estava pesada e meu estômago embrulhado.
Acordei como se tivesse uma faca enfiada bem no exato meio do meu peito, e cordas presas à enormes pedras me amarrando à cama sob mim, não me deixando levantar e então eu apenas fiquei lá, deitado de bruços, encarando as dobras dos lençóis próximas aos meus olhos, vendo apenas a parede onde minha cama se encostava. Aquele tom de azul era bonito, especialmente hoje que parei para observá-lo mais a fundo.
Desci as escadas de minha casa como se caminhasse em meio a uma multidão da França medieval, encarando a guilhotina que me aguardava afiada e reluzente. Oh, a morte me soava tão promissora naquele momento, mas se a morte é o descanso eterno prefiro viver eternamente cansado.
Cheguei até a cozinha e toda a gritaria e animação que acontecia lá se sessou e três pares de olhos me encaravam acompanhados de suas bocas caladas. Ótimo. Eles tinham um hobby de ficar me encarando repreensivamente toda vez que eu aparecia no recinto? Já tava começando a parecer marcação.
Jimin e Jungkook estavam sentados nos bancos ao redor da ilha da cozinha, fatiando frutas em uma tábua de cortar carne e colocando os pedaços em potes separados. Moonbyul estava ao lado da pia batendo massa de panqueca numa enorme vasilha de vidro. Pelo menos o café seria bom.
Todos eles, sem exceção, me encaravam com aquele ar de "huuuuuuuuuuuuum você vai me contar tudo, seu danadinho." E eu não poderia estar mais constrangido e com mais vontade de correr de lá na primeira chance que tivesse. Voltar para meu quarto até me passou pela cabeça, mas minha boca estava tão seca que eu preferi aturar aqueles olhares secantes.
Revirei meus olhos e segui até o filtro de água, coçando minha bunda, completamente cagando para eles me olhando, peguei um copo e comecei aquele processo chato de esperar que ele enchesse.
Eles não desistiam, continuaram medindo cada um dos meus movimentos com seus olhos de harpia, esperando que eu desse um passo em falso para que começassem o interrogatório criminal.
Virei meu copo e o bebi até o último gole, mantendo minha paciência, mas aquilo não durou muito e assim como a água no copo, minha paciência acabou.
– O que é que vocês querem, seus abutres? – Eu gritei no meio da cozinha e todos eles se assustaram, Jungkook que tinha parado de cortar os mírtilos voltou a fatiá-los, Jimin voltou a colocar as frutinhas nos seus devidos potes e Moonbyul voltou a mexer a massa.
Todos ficaram calados pelo que me pareceram lindos e maravilhosos e longos dois minutos, eu fiquei o tempo todo apenas aproveitando minhas mágoas de ter bebido na noite anterior enquanto aguardava que a comida ficasse pronta, mas é claro que aquele silêncio e calmaria estavam bons demais para durarem muito.
– Tae, assim não é por nada não... – Jungkook começou, testando seu território. Virei minha cabeça para que apenas um olho saísse do esconderijo em meu cotovelo dobrado e o encarei. Ele engoliu em seco e continuou. – Mas é que assim... A gente não tá conseguindo acompanhar muito bem, entende?
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i got a girl crush - [taegi]
Fanfictiontaehyung é só mais um porta-voz de o quão a adolescência pode ser um verdadeiro pau no cu, mas não tipo aquele pornô que você assiste e sim do tipo empalação mesmo, com uma tora entrando por baixo e saindo do outro lado. coisas estranhas acontecem c...