🏕️| Capítulo 2

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     E finalmente chegou o dia.

     Eu não dormi muito bem á noite por conta da ansiedade mas eu não estou cansada, apenas totalmente nervosa (como já deu pra perceber).

     Quando eu acordo são 6:00 horas da manhã, já que a entrada no Acampamento são ás 9:00 e seriam duas horas de viagem até lá. 

     Eu tomo um banho e me visto com uma calça jeans e um moletom amarelo por cima de uma camiseta branca simples que eu havia deixado separada ontem antes de dormir. Faço uma trança lateral em meus cabelos e quando terminei de me arrumar gostei do resultado, mesmo que algumas mechas da minha franja teimassem em se soltar da trança.

     Desço as escadas silenciosamente, imagino que Luke ainda esteja dormindo. Faço uma refeição rápida no café da manhã: iogurte com cereais e coloco algumas bolachas na bolsa pra comer no caminho.

     Quando saí de casa vi meu pai colocando as minhas malas no porta-mala, minha mãe também estava do lado de fora mas talvez apenas me esperando, já que ela ficaria em casa com Luke.

— Até logo mãe, eu vou sentir sua falta — falei meio cabisbaixa.

    Percebi que minha mãe tinha lágrimas nos olhos, e logo em seguida a abracei.

— Liga quando chegar e tome cuidado. — ela disse tentando voltar ao seu tom mandão mas ainda com a voz de choro.

Assenti e a abracei pela última vez antes de entrar no carro, junto com o meu pai.

— Se divirta — minha mãe gritou no momento em que me meu pai ligou o carro. Eu dei um grande sorriso para ela como resposta e acenei em sinal de despedida.

     O caminho foi um grande silêncio exceto pela música que tocava no rádio, estava baixa quase não dava para ouvir então eu aumentei um pouco o volume, estava tocando a música Flashlight da Jessie J. Mesmo depois de um tempo já lançada e sendo um pouco deprê me dá uma vibe boa e eu gosto bastante dessa música, comecei a cantar sem perceber:

— I got all I need when I got you and I,
I look around me, and see a sweet life...

     E continuei a cantar até a música chegar ao fim. Em seguida tocou algumas músicas do Bruno Mars mas dessa vez eu apenas escutava as músicas olhando um campo verde ao lado da estrada, imaginando estar em um clipe.

     Um tempo depois, meu pai parou o carro e quando olhei pela janela vi um grande portão de madeira e mais acima um letreiro em vermelho e azul escrito: JULLY CAMP

Não dava pra acreditar que eu estava bem alí, em frente ao melhor acampamento da Califórnia. Eu fiquei por um bom tempo sorrindo pra mim mesma e encarando a entrada como uma boba pela janela do carro.

     Até que meus pensamentos foram cortados quando ouvi o som da porta do carro sendo aberta pelo meu pai do lado de fora, me desequilibrei pois estava apoiada nela, mas ele me segurou como sempre, me salvando de acidentes.

— Quer que eu entre com você? — perguntou ele, querendo disfarçar mas talvez estivesse tão nervoso quanto eu.

— Não precisa pai, eu já estou bem grandinha. — respondi sorrindo.

— Para mim você continua a mesma menininha que comeu areia da praia. — ele relembrou, como sempre brincalhão.

     Eu comecei a rir por conta da lembrança.
     Quando eu tinha 5 anos não sei exatamente o que se passava pela minha cabeça, mas simplesmente me deu a curiosidade de saber o gosto da areia, então eu enchi minha mão e coloquei na boca, cuspindo logo em seguida descobrindo que nunca mais iria querer comer aquilo na vida. Minha mãe estava exageradamente desesperada e logo me levou ao médico. Eu passei mal durante uma semana.

      Meu pai foi até o porta-malas e retirou minha enorme mala e minha mochila.

     Ele veio até mim e depositou um beijo em minha testa como despedida, o que fez com que eu me sentisse uma criança de novo, um sentimento que faz com que eu me sinta segura.

— Não arranje confusões ok? — ele brincou, sabendo que eu não sou encrenqueira. — Te amo.

— Também te amo pai — respondi sorrindo.

     Meu pai só foi embora depois que eu de fato entrei no acampamento.

     Parei imediatamente, com os olhos brilhando e sonhando acordada. Corri os olhos pela grande área verde: ao centro, havia um enorme lago que refletia a luz do Sol perfeitamente. Simétricamente, haviam duas enormes casas (imagino que sejam os chalés com dormitórios) uma na direita e outra na esquerda. Mais ao fundo, entre as casas, havia mais um salão, maior ainda, mas não soube identificar o que era. Ao redor de tudo, a vegetação e as árvores ocupavam a maior parte do cenário, deixando a vista ainda mais verde e bonita. 

     Meus pensamentos são interrompidos pela minha mala e os pertences que eu segurava caindo brutalmente no chão. 

— Que droga! — murmurei, e uma voz masculina me chamou a atenção logo em seguida:

— Ah! Me desculpa. — um garoto aparentemente da mesma idade que eu, de olhos cor de mel e cabelos castanho com algumas mechas caídas sobre a testa (muito bonito, por sinal) havia esbarrado em mim, fazendo eu derrubar a minha enorme e pesada mala.

     O que eu demoraria séculos pra levantar por não ter força o suficiente, de forma educada ele levantou a mala rapidamente, aparentemente sem muito esforço, me entregando logo em seguida.

— Não tem problema, obrigada. — respondi desajeitadamente, depois de pegar a mala de sua mão. Ele sorriu com os lábios simpáticamente e voltou ao seu caminho, me deixando sozinha novamente alí.

     Antes que eu ficasse muito tempo parada alí, fui até o que parecia ser uma recepção e falei meu nome, perguntando também onde poderia deixar os pertences e outras informações.

— Ainda não dividimos os grupos. — uma mulher com o uniforme do acampamento e o cabelo preso em um coque respondeu, e eu logo franzi o cenho: de que grupos ela estava falando? — Vão anunciar as equipes daqui a pouco, próximo ao lago. — ela respondeu percebendo a dúvida estampada em meu rosto, apontando na direção em que um grupo com cerca de 40 adolescentes já se reuniam.

Andei em direção ao grupo onde a maioria conversava entre si. Me aproximei timidamente de duas meninas e elas logo notaram minha presença.

— Oi, você parece meio perdida — falou uma menina não muito alta, de aparentemente 15 anos, com cabelos num tom de ruivo chamativo e os olhos incrivelmente azuis. Ao seu lado, tinha uma garota baixinha assim como ela, de olhos e cabelos curtos na altura do pescoço em um tom castanho escuro.

— É, talvez um pouco — falei sem graça, tentando ser simpática

— Me chamo Lia, prazer em conhecê-la — a menina ruiva e talvez mais simpática falou com um sorriso amigável, estendendo a mão pra me cumprimentar. Olhei pra menina calada ao seu lado esperando que ela se apresentasse também.

— Prazer, Julie. — e outra menina falou com um sorriso tímido, sem estender a mão como Lia.

— Eu sou Alice, prazer em conhecê-las meninas. — falei educadamente, sorrindo.

     Depois disso, Lia começou a puxar diversos assuntos, sendo aparentemente bem tagarela, enquanto Julie, ao contrário da amiga, apenas entrava no assunto poucas vezes e seu jeito tímido me fez pensar se ela era realmente assim ou apenas não queria socializar comigo. Mesmo assim, estou feliz em conhecê-las, pelo menos não vou ficar sozinha no primeiro dia aqui.

     Lia contava que ela e Julie tiveram a sorte de conseguir a vaga juntas no acampamento, já que elas são o tipo de melhores amigas que fazem tudo juntas. De nós três, Lia era que mais falava extrovertidamente, enquanto eu Julie apenas ouvíamos timidamente. De repente o discurso dela foi cortado pelo barulho de microfone com mal contato e uma voz feminina e rouca veio logo em seguida:

— VENHAM TODOS ESTÁ NA HORA DE ANUNCIARMOS AS EQUIPES.

✨🌼✨

E a nossa Alice finalmente chegou no acampamento! E aí, gostaram?

Não se esqueçam de votar e comentar o que acharam, boa sexta-feira pra vocês 💞

Um Sonho de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora