🏕️| Capítulo 17

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Nessa noite, eu nem ao menos tentara dormir. 

Além de não estar cansada, combinei com Simon de nos encontrarmos como toda vez. Me levantei da cama com o máximo de cuidado para não acordar Lia, fazendo um coque bagunçado no meu cabelo e logo em seguida descendo as escadas.

Do lado de fora do chalé estava frio. Logo me arrependi de não ter me agasalhado mais. Cruzei os braços tentando me esquentar e fui em direção ao lago. 

Dessa vez, chegamos juntos. Simon abriu um enorme sorriso assim que me viu. Ele estava com um moletom preto e segurava algo nas mãos que não pude indentificar o que era. Nos sentamos um do lado do outro, Simon colocou o braço ao meu redor, me fazendo ficar mais perto e me aquecendo. Dei um sorriso em resposta ao seu ato.

— Talvez seja muito cedo pra falar isso mas... — Simon começou, olhando nos meus olhos. Senti um leve arrepio percorrer pela minha nuca. — De todo o acampamento, você foi a melhor coisa que me aconteceu. — ele falou com sinceridade no olhar, me fazendo sorrir.

— Sinto como se estivéssemos destinados a nos conhecer. — afirmei, e ele balançou a cabeça confirmando.

Logo em seguida, Simon revelou o que segurava: eram duas pulseiras artesanais, uma com linhas azuis e outra com linhas vermelhas. Havia um pequeno detalhe em ambas pulseiras, uma estava com um Sol e a outra, com uma Lua. Mesmo no escuro, as pulseiras brilhavam lindamente.

Olhei para Simon sem entender, e ele logo começou a se explicar.

— Fiz isso pra você. Está meio feio, então se não quiser usar eu vou entender... — ele falou, aparentemente envergonhado.

— Simon, são lindas! É sério que foi você quem fez? — perguntei, surpresa.

— Sim. Eu estava com um tempo livre então arrumei os materiais e decidi fazer. Bom... A vermelha, é sua. — ele me deu a pulseira vermelha com a miniatura de um Sol, colocando no meu pulso. — E a azul é minha. — ele terminou.

— Elas tem algum significado, certo? — perguntei curiosa sobre a referência dos símbolos e das cores.

Ele deu um sorriso fraco e colocou a mão na nuca. Pelo seu gesto e pelo o que eu já o conhecia, pude saber que ele estava envergonhado.

— Te dei o Sol porque você ilumina a minha vida, assim como o Sol ilumina a Lua.

Abri um sorriso de ponta a ponta, com os olhos brilhando. Aquilo era muito fofo.

— Sobre as cores, te dei a vermelha e fiquei com a azul para termos uma parte um do outro conosco.

Continuei sorrindo como uma boba, encarando as pulseiras e depois seus olhos, não sabia o que dizer. 

Eu mal podia acreditar que Simon havia pensado em todas essas referências pra nos representar, e ter feito algo pensando em mim.

— Então... Você gostou? — ele perguntou, com uma expressão preocupada — Sei que é meio meloso, talvez não seja algo tão bom pra você e...

— Simon. — o cortei, colocando a mão sobre a sua, que estava com a pulseira. — Eu amei, de verdade. Muito obrigada. — ele pareceu se aliviar e sorriu.

 Logo em seguida eu me aproximei e o beijei. Ele começou a retribuir o beijo e me puxar ainda pra mais perto. Era um beijo calmo e suave, que durou um bom tempo.

De repente, um barulho vindo de trás dos arbustos nos assustou, interrompendo o beijo.

— O que foi isso? — perguntei baixo e rouca. Ainda estava em transe.

Um Sonho de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora