🏕️| Capítulo 34

227 26 44
                                    


[SIMON NARRANDO]

Minha equipe já encontrou todas as bandeiras, por isso, todos foram dormir felizes e relaxados.
Como sempre, eu sou o último a dormir, já que estou sem sono.

Além do mais, é impossível evitar passar a noite olhando pra essa vista linda do céu que temos aqui. A noite parece mais estrelada que o normal.
Vou sentir falta desse cenário quando eu voltar para a cidade cinzenta em que eu moro.

A fogueira ainda arde em resistência, mas sei que em pouco tempo ela vai se apagar. É nessas horas que eu sinto falta do meu celular:

Eu queria registrar tudo isso. Mesmo sabendo que eu não vou me esquecer, seria bom ter uma recordação disso.

Fico por mais um tempo em devaneios até escutar de longe alguém gritar.

— Alguém? — ouvi, com as árvores que ecoavam na noite escura. O pedido de ajuda se repetiu muitas vezes, e sem hesitar peguei minha blusa de frio e uma lanterna e em seguida saio seguindo o som.

Em alguns passos, vejo que estou me aproximando da voz. Percebo que já estou afastado da minha equipe, mas mesmo assim continuo andando.

Até que, no meio do caminho, esbarro bruscamente com alguém, que logo soltou um grito desesperado. Imediatamente tive o impulso de levantar a lanterna para o rosto de quem quer que fosse.

— Alice? — perguntei extremamente surpreso e confuso. Ela estava com uma expressão totalmente assustada.

— O que? Simon? — ela parecia tão surpresa quanto eu.

Me levantei do chão e ajudei a garota a se levantar, já que ambos acabamos caindo no chão com o esbarrão.

— O que você... — comecei falando, mas fui surpreendido por um abraço urgente de Alice. Mesmo no escuro, pude perceber que ela estava chorando. Acabei tendo o impulso de envolver meus braços ao seu redor também, confortando-a.

Ela depois de um tempo se afastou, com o cenho franzido.

— O que você tá fazendo aqui? — ela perguntou, um pouco mais aliviada. — Você me assustou. — ela falou, colocando a mão no peito enquanto regulava sua respiração.

— O que você está fazendo aqui? — repeti a pergunta. — Eu ouvi alguém gritando e vim ajudar. Desculpa te assustar, mas você também me assustou.

Ela soltou um suspiro, ignorando minha pergunta.

— Só me diz que você se lembra do caminho de volta para onde sua equipe acampou. — ela falou num tom de voz quase suplicante, olhando ao redor com a luz da lanterna já fraca que segurava.

Senti meu coração parar, olhando pra todos os lados. Pensei, pensei e pensei, mas eu realmente não lembrava de onde tinha vindo. Olhei novamente para Alice com um olhar culpado.

Mesmo sem falar nada, Alice entendeu minha expressão.

— Só pode estar de brincadeira. — ela reclamou, decepcionada. — O que fazemos agora?

— Passar a noite em claro não vai ajudar nada. — afirmei, e Alice acabou assentindo. — É melhor procurarmos um lugar seguro para passarmos a noite, no dia seguinte procuramos ajuda. — era estranho tudo isso, eu e Alice não nos falamos a um bom tempo, ela parecia estar cada vez mais distante a cada dia.

Mas, apesar de tudo, estar perdido no meio de uma floresta escura com ela não me assustava. Pra falar a verdade, é como se estar perto dela fizesse todo o sentido, sempre.

[ZACK NARRANDO]

Hoje o dia não foi nada fácil pra mim. Depois da caminhada que fizemos hoje, concluí que eu sou literalmente sedentário. Aliás, só gostei da parte em que paramos pra comer.

Um Sonho de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora