Loyal

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Los Angeles, Califórnia.

Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'

Bieber sabia como me torturar. Ele havia me levado para cobrar as dívidas e em caso, de não terem como pagar, Blake os matava. Sem piedade, sem misericórdia. Na primeira vez, eu vomitei na sala do falecido e quase desmaiei. Fui considerada fraca pela equipe. Principalmente por Bieber, que tinha o prazer de dizer isso.

Eu podia ser um rato, uma filha da puta, uma mentirosa nata ou a porra de uma mal caráter, porém jamais havia machucado ou matado alguém. Não! Eu apenas... Corria e fugia como a covarde que eu era. Mas as minhas mãos continuavam limpas.

Todas as vezes, durante essas duas semanas em que batíamos na porta da residência de um devedor, eu orava mentalmente para que essa pessoa tivesse o dinheiro.

E dessa vez não foi diferente. Tomei a frente, como sempre. Respirei fundo, batendo na porta e em minutos, uma mulher abriu, arregalando os olhos em seguida e tentou fechar a porta, porém empurrei com força para trás, batendo com brutalidade na parede.

Alguns homens me fitaram perplexos. Porra! Até eu estava chocada com a minha atitude. Quis fazer um high five naquele momento com alguém. Olhei ao redor, vendo carreiras de cocaína sobre a mesa de centro, garrafas de vodca espalhadas pelo cômodo. O cheiro de queijo mofado adentrou minhas narinas e fiz uma careta, entrando ainda mais.

Ouvi um choro, agudo. Segui o som, parando em frente á uma porta. Abri a mesma, vendo um bebê, seu rostinho tão vermelho de chorar, enquanto mexia suas mãozinhas e pézinhos sem parar. Mordi meus lábios, aproximando-me e a seguro em meus braços, balançando-a.

— Shii... Tá' tudo bem agora. Tudo vai ficar bem! – A embalei em meus braços e ouço vozes da sala, em seguida, o som de um tiro silenciou tudo.

O bebê voltou a chorar como se soubesse o que aconteceu. E Blake entrou o quarto, encarando a criança como se ela tivesse duas cabeças.

— Que porra é essa? – Perguntou assustado, depois bufou. Apontando a arma para a menininha.

Arregalei os meus olhos, a protegendo em meus braços.

— O que você está fazendo, cara? Porra, abaixa isso! Ela é só um bebê!

— Um bebê que vai crescer e pode querer vir atrás de nós.

Agora eu o encarava como se ele tivesse duas cabeças.

— Isso não é Colombiana. – Continuou com o revólver erguido em direção á criança, que aos poucos estava se acalmando. — O que muitos casais desejam é um filho. Eu não sei se ela tem parentes, mas vou dar um jeito nisso.

— Ela não tem parentes, a viciada era a única coisa que ela tinha.

Concordei.

— Vou dar um jeito nisso.

— Senhor Bieber não irá gostar disso.

— Foda-se o seu chefe.

Blake deu de ombros: — Quem vai morrer será você mesmo, então faça o que quiser.

— Certo. – Respondi com toda bravura que existia no meu corpo. Mas quando Blake deu as costas, eu estava querendo chorar como aquela garotinha.

Eu tinha uma teoria para o meu comportamento. Eu me sentia culpada. Culpada por quê sua mãe parecia o meu pai, culpada por quê eu sei que como é crescer com alguém como aquela, culpada por ver tantas pessoas morrendo em poucos dias e ser cúmplice de todas elas. Reuni uma mala pequena que havia encontrado da garotinha, chamada Sophie, ela já estava dormindo quando reuni seus pertences.

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