Leslie

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Los Angeles, Califórnia.

Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'

— Uma bebida?

— Por quê não? – Sorri para Ivanoff, que entregou-me um copo de cristal e beberiquei o uísque, evitando manifestar uma careta. — Eu estava no Hospital para ver a equipe e devo parabenizar, você fez um belo estrago.

— Não é? Assim ninguém estará no seu caminho, contribuindo para a minha vitória.

— Um brinde. – Propus.

— Ao que brindaremos?

— Uma guerra já ganha. – Ergui meu copo e ele tocou o seu com o meu.

Tin! Tin!

— Sabe, querida, a última vez que Bieber e eu estivemos em uma guerra, eu joguei realmente baixo.

— E qual é o problema? Em uma batalha vale qualquer coisa.

— O problema é que eu coloquei a vida de sua filha e a sua esposa em risco. – Bebi um gole do uísque, tentando engolir aquela situação. — Eu ainda lembro dos gritos delas quando joguei-as para dentro do carro e as levei para longe.

— Eu nunca soube dessa história.

— Bieber guarda isso a sete chaves.

— E com razão, alguém poderia usar contra ele.

— Exato. Lembro da pequena Leslie, sua filha. Deveria ter uns 4 ou 5 anos, adorável, mas teimosa como o pai. Eu as sequestrei e deixei por dias em um cativeiro. Emily, a esposa dele tentava a todo custo negociar comigo e passava horas chorando.

— Você é o Diabo, Ivanoff. – Sorri, deslizando meu pé coberto pelo salto em sua perna, o fazendo rir.

— Você não faz ideia, moya krasivaya devushka, não faz ideia. – Ele bebeu novamente, com um olhar vazio e longe, como se estivesse revivendo cada momento e eu temia o que estava prestes a escutar. E temia ainda mais, a reação de Bieber que estava do outro lado da escuta, ouvindo tudo o que dizíamos. — Eu pensei que estava vencendo, bela, e Bieber bombardeou cada membro da minha equipe. Derrubou todos como peças de xadrez, um por um. E então eu precisei arriscar.

— O que você fez, Dimitri?

— O que era necessário para vê-lo cair. – Me encarou. — Matei Leslie, sua pequena garotinha de cinco anos, de adorável cachinhos castanhos e covinhas fofas. A deixei livre para ir até o pai, fingi aceitar a troca e quando ela correu em direção aos braços de Bieber, eu atirei em suas costas. Cinco tiros para cada ano de vida.

Apertei minha mão fortemente ao redor do copo, com o choro preso na garganta, imaginando a dor de Bieber ao ver a filha morrer em sua frente, o seu ódio por Ivanoff. Eu sabia que Dimitri era cruel, mas matar uma criança? Aquilo fez todo uísque querer saltar para fora e precisei arranjar forças para não esboçar reações que entregariam-me de bandejas.

Mas porra! Era apenas uma menininha, era apenas uma criança. Ela não tinha nada haver com aquela guerra.

— Foi incrível ver Bieber gritando e chorando pela filha. Eu pensei que isso o derrubaria, pelo contrário, ele se levantou mais determinado e depois, tudo foi por água abaixo. Eu ainda tinha uma carta na manga.

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