Loyalty

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Los Angeles, Califórnia.

Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'

"— Você vai ficar linda com esse penteado, leãozinho. – Minha mãe tinha um lenço de seda ao redor da sua cabeça, florado e branco, a deixando ainda mais bonita.

— Hero disse que meu cabelo fica parecendo um abacaxi, mamãe.

— Os meninos são muito bobos, querida. – Riu. Mamãe me olhou através do espelho, com um sorriso. — Você é a garota mais bonita do mundo, você não é só linda por fora, Willowdean, e sim por dentro. Nunca, em hipótese alguma, deixe alguém te fazer acreditar o contrário. Estamos entendidas?

— Sim, mamãe. – Concordei.

A porta do quarto foi aberta e meu pai entrou, usando o terno que ele usava em todos os domingos quando íamos para a igreja. Corri para alcança-lo e ele me abraçou com cuidado para não amassar meu vestido rodado rosa.

— Cadê o meu leãozinho?

— Papai! – Gargalhei quando ele fez cócegas em minha barriga e mamãe lhe deu uma bronca por estar me deixando agitada demais.

— Você está uma pricesinha, querida.

— Eu sou uma bailarina, papai. – Ele riu, dando um beijo em minha testa."

Respirei fundo.

Soltando o ar novamente.

Respirei outra vez, ainda mais pesado.

Liberando o ar devagar.

Abri meus olhos, parando de balançar minha perna inquieta e admirei-me no espelho. Aquela cor e aquele véu me causando lembranças ruins, mas que eu precisei espantar. Então... Era assim que era um casamento? O dia mais feliz de sua vida? Por quê eu me sentia pretes a desmaiar de nervoso. Estava uma pilha de nervos, haviam refeito minha maquiagem duas vezes e eu quase havia surtado quando quebraram um dos vasos de flores no altar.

Dedilhei por minha cintura, meus dedos escorrendo pelo tecido macio branco do meu vestido de noiva. Meus braços estavam cobertos por bordados delicados e bonitos, que iam do meu colo até o meu quadril. Talvez minha saía tivesse mais de dez camadas e eu me sentia um bolo, um bolo absurdamente lindo. Eu havia escolhido pessoalmente aquele vestido, parecia que tinha sido um encontro de almas, feito unicamente para mim.

Meus olhos marejaram novamente e encarei o teto, tentando espantar aquela nostalgia. Eu queria que a minha mãe estivesse aqui para me acalmar e dizer as palavras que ela sempre sabia dizer. Eu queria que meu pai me levasse até ao altar e estivesse me segurando em todo percurso, com aquele olhar do tipo "O carro está pronto, se quiser desistir".

— Ela vai chorar de novo. – Hero disse, me fazendo bufar. — Quando foi que você se tornou tão molenga?

— Calem a boca! – Grunhi, ajeitando a calda do meu vestido.

— Ok, vodca, uísque ou tequila? – Hero colocou os vidrinhos em minha frente.

— Tequila. – Hakeem disse e revirei os olhos.

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